Há um novo Alain Platel à nossa espera - Fonoteca Municipal de ...
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ExposiçõesA generosida<strong>de</strong>n<strong>um</strong>aexposiçãoAmbiciosa e imperfeita,é <strong>um</strong>a gran<strong>de</strong> exposiçãoque belisca, sem temor,a autonomia da arte e aconsciência do espectador.José MarmeleiraÀs Artes, Cidadãos!De Ahlam Shibli, Ahmet Ögüt, AndréRomão, Carlos Motta, Chto Delat,João Sousa Cardoso, Nicoline vanHarskamp, Rigo 23, entre outros.Porto. Museu <strong>de</strong> Serralves. Rua Dom João <strong>de</strong> Castro,210. Tel.: 226156500. Até 13/03. 3ª, 4ª, 5ª e 6ª das10h às 17h. Sáb., Dom. e Feriados das 10h às 19h.mmmmmComecemos pelos <strong>de</strong>feitos. Todas asexposições os têm e “Às ArtesCidadãos!”, que no Museu <strong>de</strong>Serralves lida com as intersecçõesentre a arte e a política, não éexcepção: com obras novas erecentes <strong>de</strong> 30 artistas, esten<strong>de</strong>ndoseà capela da Casa <strong>de</strong> Serralves, aoAuditório e à cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Porto, raia a<strong>de</strong>smesura. Para perceber a suaambição, basta entrar no hall on<strong>de</strong>“Às Artes, Cidadãos!”: afacilida<strong>de</strong> com que, atravésdas obras <strong>de</strong> arte, <strong>de</strong>spertaa consciência do mundo,da história, do “político” eenreda o espectador n<strong>um</strong>a“encantamento” furiosoconvivem, entre outros, aInternacional Situacionista, asGuerrilla Girls ou Emory Douglas e<strong>um</strong> saco <strong>de</strong> Barbara Kruger. É <strong>um</strong>prólogo ruidoso (a arte a ameaçarsaltar a barricada para o lado doactivismo) com cartazes, livros <strong>de</strong>artista, panfletos, material gráfico.Depois, precipita-se incontrolávelpelo museu a<strong>de</strong>ntro. Um alvoroço.N<strong>um</strong>a sala há trabalhos que parecemincomodados com a presença <strong>de</strong>outros, nos tectos, palavras obrigamnosa levantar a cabeça ou emestreitas escadarias, a interromper a<strong>de</strong>scida. E a meio da corrida, a<strong>de</strong>sorientação instala-se. Há <strong>de</strong> factomuitas obras no Museu, masestranhamente, poucas <strong>de</strong> artistasnacionais. Contam-se apenas cinconomes – André Romão, MarianaSilva, Rigo 23 António <strong>de</strong> Sousa e JoãoSousa Cardoso –, número tíbio,envergonhado, <strong>de</strong>limitado porcritérios <strong>de</strong> selecção que emboralivres e legítimos pecam por rigi<strong>de</strong>z.Então o que redime “Às ArtesCidadãos!”? Um surpreen<strong>de</strong>nteparadoxo: a sua intensa generosida<strong>de</strong>.Ou melhor: a facilida<strong>de</strong> com que,através das obras <strong>de</strong> arte, <strong>de</strong>sperta aconsciência do mundo, da história,do “político” e enreda o espectadorn<strong>um</strong>a “encantamento” furioso, porvezes pungente. Privilegia-se o legadoda arte conceptual e das vanguardasdos anos 60 e dominam a instalação,as intervenções na pare<strong>de</strong>, afotografia e, sobretudo, a palavra.FILIPE BRAGAaMa<strong>um</strong>MedíocremmRazoávelmmmBommmmmMuito BommmmmmExcelenteEsta é <strong>um</strong>a exposição, sublinhe-se,tomada, pela palavra. Arepresentação dos acontecimentosou da história é <strong>de</strong>ixada àrememoração <strong>de</strong> quem chega.N<strong>um</strong> capítulo da série “SpiralLands” <strong>de</strong> Andrea Geyer (Freiburg,Alemanha 1971), lemos textos <strong>de</strong>alguém que recorda o seu passadoíndio. E à medida que lemos, vemosno fundo, sob as letras, fotografias <strong>de</strong>paisagens, <strong>de</strong> sítio sagrados, <strong>de</strong>planaltos. Nada nos diz se sãoimagens antigas ou feitas pela artista.O que interessa é a simultaneida<strong>de</strong> daexperiência, a aliança entre texto eimagem, que revela <strong>um</strong>a História semHistória (a do povo nativo norteamericano).E há mais palavras,frases no museu. Nos sloganspoéticos do colectivo francês ClaireFontaine, que do tecto e das pare<strong>de</strong>sexortam à greve h<strong>um</strong>ana (greve aosexo, à produção, ao quotidiano, aoamor), nos manuscritos <strong>de</strong> Dahan Voque alu<strong>de</strong>m ao colonialismo e àreligião, na provocação às políticasda arte <strong>de</strong> Stefan Brüggemann: “Tobe political it has to look nice”.Avançam-se alguns passos e apalavra ce<strong>de</strong> lugar à participação.Entre 1999 e 2001, o artistaaustraliano Tom Nicholsonfotografou os títulos dos livros queele próprio ajudou a doar à novabiblioteca <strong>de</strong> Díli, incendiada pelasmilícias pró-Indonésia logo após oreferendo. E com esses títulos criou<strong>um</strong> livro que qualquer visitante po<strong>de</strong>levar para casa. Com <strong>um</strong>a condição:em troca <strong>de</strong>ve doar outro para aUniversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Díli. Assim, nomuseu, <strong>um</strong>a pilha diminui <strong>de</strong>tamanho, enquanto outra cresce paraforjar a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong>a jovemnação. A proposta do colombianoCarlos Motta, concebida a partir daacção “Deus Pobre”, consiste emgrupos <strong>de</strong> puzzles <strong>de</strong> imagens <strong>de</strong>religiosos que na América Latinalutaram e morreram em <strong>de</strong>fesa dospobres e dos povos índios. Oexercício <strong>de</strong> combinar as peças ganha<strong>um</strong> sentido menos lúdico quandoouvimos nos auscultadores o relatoda opressão da Igreja Católica pelavoz <strong>de</strong> <strong>um</strong> padre do século XVII.A história dos vencidos (no caso <strong>de</strong>Motta, a Teologia da Libertação) étambém <strong>um</strong>a sucessão <strong>de</strong> catástrofesna comovente série fotográfica“Tra<strong>um</strong>a” da palestiniana AhlamShibli. Ou <strong>um</strong>a narrativa empermanente reconstrução, entre opassado e o presente, como sugere oarquivo-instalação <strong>de</strong> SimonWachsmuth sobre a antiguida<strong>de</strong>clássica. Po<strong>de</strong>r-se-ia pensar que ÀsArtes e os Cidadãos encerra <strong>um</strong>a notapessimista ou nostálgica. Não. Háespaço para celebrações: do corpo do“outro” na instalação <strong>de</strong> AntónioSousa Cardoso, da participaçãopolítica, segundo o colectivo russoChto Delat? ou <strong>de</strong> <strong>um</strong>a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> povona instalação <strong>de</strong> Rigo 23. Esta é <strong>um</strong>aexposição generosa on<strong>de</strong> as obras seoferecem para <strong>de</strong>ixar o museu.AgendaInauguramEncomendas Namban.Os Portugueses no Japãoda Ida<strong>de</strong> Mo<strong>de</strong>rnaLisboa. Museu do Oriente. Av. Brasília - EdifícioPedro Álvares Cabral - Doca <strong>de</strong> Alcântara Norte.Tel.: 213585200. De 17/12 a 31/05. 6ª das 10h às22h. 2ª, 3ª, 4ª, 5ª, Sáb. e Dom. das 10h às 18h.Inaugura 17/12 às 18h30.Objectos, Outros.ContinuamBes Revelação 2010De Carlos Mesquita,Eduardo Guerra, Miguel Ferrão,Mónica Baptista.Porto. Museu <strong>de</strong> Serralves. Rua Dom João <strong>de</strong>Castro, 210. Tel.: 226156500. De 26/11 a 16/01.3ª a 6ª das 10h às 17h. Sáb., Dom. e Feriadosdas 10h às 19h.Fotografia.Os ProfessoresDe Álvaro Lapa, Ângela Ferreira,Eduardo Batarda, João Queiroz,Manuel Botelho, Miguel Branco,Pedro Morais, Rui Sanches.Lisboa. Centro <strong>de</strong> Arte Mo<strong>de</strong>rna - José <strong>de</strong> AzeredoPerdigão. Rua Dr. Nicolau Bettencourt. Tel.:217823474. Até 02/01. 3ª a Dom. das 10h às 18h.Pintura, Escultura, Outros.Res Publica - 1910 e 2010Face a FaceDe Adriano <strong>de</strong> Sousa Lopes,Ângela Ferreira, Armanda Duarte,Bruce Na<strong>um</strong>an, Eurico Linodo Vale, Nuno Maya, GabrielOrozco, Guillermo Kuitca,Joana Vasconcelos,Rodrigo Oliveira, entre outros.Lisboa. Fundação e Museu Calouste Gulbenkian.Avenida <strong>de</strong> Berna, 45A. Tel.: 217823700. Até 16/01.3ª a Dom. das 10h às 18h.Pintura, Fotografia, Ví<strong>de</strong>o, Outros.João QueirozLisboa. Culturgest. Rua Arco do Cego - Edifício daCGD. Tel.: 217905155. Até 09/01. 2ª, 4ª, 5ª e 6ªdas 11h às 19h (última admissão às 18h30). Sáb.,Dom. e Feriados das 14h às 20h (última admissãoàs 19h30).MontageDe Filipa César.Vila do Con<strong>de</strong>. Solar - Galeria <strong>de</strong> Arte Cinemática.Solar <strong>de</strong> S. Roque. Tel.: 252646516. Até 26/12. 3ª a6ª das 14h30 às 18h. Sáb. e Dom. das 10h às 18h.Un<strong>de</strong>rdogsDe OBEY, Alexandre Fartoaka VHILS, Mar, Ram, Sphiza,Tosco, Adres, entre outros.Lisboa. Vera Cortês - Agência <strong>de</strong> Arte.Avenida 24 <strong>de</strong> Julho, 54 - 1ºE. Tel.: 213950177.De 26/11 a 15/01. 3ª a Sáb. das 14h às 19h.Pintura, Outros.Falemos <strong>de</strong> Casas:Entre o Norte e o SulDe vários autores.Lisboa. Museu ColecçãoBerardo. Praça do Império- Centro Cultural <strong>de</strong> Belém.Tel.: 213612878. Até 16/01.Sáb. das 10h às 22h 2h (últimaadmissão às 21h30). 2ª aDom. das 10h às 19h (últimaadmissão às 18h30).Trienal <strong>de</strong> Arquitectura<strong>de</strong> Lisboa.Arquitectura,Outros.João Queirozna CulturgestDANIEL ROCHA46 • Sexta-feira 17 Dezembro 2010 • Ípsilon