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Saber mais - versão digital - Fundação Portuguesa das ...

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14Painel patente no Museu dos CTT na Rua D. Estefânia, Lisboa, acervo iconográfico da FPC.Visionária consciente de que «não existe Museu sem colecção e todoo percurso cultural do Museu é todo o Museu», a Dr. a Maria da Glóriadepressa percebeu que o Museu não parava ali e que era precisorecolher tudo, visitar armazéns, arquivos mortos, etc. A sua prioridadefoi então salvar material, mobiliário, testemunhos, e pôr tudoa funcionar, trazendo para Portugal o melhor do que havia lá fora.Acreditava e dizia: «É preciso continuar as colecções, senão oMuseu acaba». Nela acreditou, também, Couto dos Santos, quetudo orientou para que, em pouco tempo, muitos móveis ficassemcheios.Nos anos 50, as práticas museográficas herda<strong>das</strong> do século XIXforam profundamente postas em causa. Questionou-se a colocaçãoem vitrina de uma proliferação de objectos repetitivos, sem identidade,ou articulação de discurso coerente entre si. Sobre essa prática,conduzidos pela Dr. a Maria da Glória, ouvimos as palavras deCouto dos Santos: «Mais vale mostrar numa sala uma única obraboa, do que rodeá-la de outras secundárias que a prejudiquem edesvalorizem». Daí que toda a exposição devesse ser um instrumentoda linguagem e da identidade de um Museu.Considerando que o Museu deveria proporcionar ao visitante umamatéria de pesquisa tão variada quanto possível, criaram-se reservasou galerias de estudo. Igualmente, neste período, surgiram osespaços destinados a exposições temporárias.Tratar de to<strong>das</strong> estas questões que têm a ver não só com a recolha,classificação, agrupamento por colecções, mas também coma conservação, restauração e arquitectura, conduziu a que a profissãonos museus se organizasse à escala internacional.O interesse pela museologia e museografia crescia e gerava em interdisciplinaridadeas diversidades de culturas e símbolos que, determinandouma filosofia, mas também uma consciência museológi-ca, se traduziam na respeitabilidade pela história e seus intervenientes,exigindo aos intervenientes, enquanto portadores deuma identidade, um critério de selecção na recolha.Os objectos, <strong>mais</strong> do que o seu valor intrínseco tinham que transmitirinformações liga<strong>das</strong> à história, ao ambiente social, à economia,ao progresso tecnológico (por si ou em conjunto com os outros).Tanto a conservadora chefe como a conservadora adjunta tiraramo curso de museus. Porém a conservadora chefe, Maria da GlóriaFirmino estudou Museologia com o professor João Couto, e com eleaprendeu a eleger o Serviço Educativo do Museu como sua prioridade.No seu tempo, vários licenciados, após ingresso nos serviçosfizeram cursos em áreas fundamentais inerentes ao Museu. Quasetodos, com formação competente e provas da<strong>das</strong>, foram encaminhadospara os Serviços Artísticos e Culturais.Crentes nos seus desígnios e paixões, as conservadoras dedicaramespecial atenção à formação museológica do pessoal de limpezado material exposto e na reserva. Muitos se dedicaram de almae coração; a actuação da Sra. Rosa, pela sua vontade de fazer<strong>mais</strong> e dar sempre <strong>mais</strong>, é digna de ser destacada e relembrada.Igualmente inolvidáveis são os guar<strong>das</strong> do Museu: o contínuoFrancisco Guapo, que acompanhou o Museu de S. Mamede ao Cal<strong>das</strong>até à Estefânia; o Sr. Martins que, com competência, orientavae guiava os visitantes dos domingos na Estefânia; o Sr. Diasque, com muito aprumo, na portaria, recebia os visitantes; e ojovem Rufino, que se adaptou de tal ordem ao Museu dos CTT queo acompanhou até às novas instalações na Fundação.No que respeita aos primórdios do Serviço Educativo, também nãopodemos deixar cair no vaso do esquecimento o grupo de monitoresque, constituído por estudantes universitários, magnificamente fezcom que o Museu fosse conhecido de escola em escola.

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