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Saber mais - versão digital - Fundação Portuguesa das ...

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68Antero de Sousa | Antigo Conservador do Museu dos CTTO Museu dos CTTPalestra profissional, acervo do arquivo histórico da FPC.Em palestra proferida em Outubro de 1949, o primeiro conservadordo Museu dos CTT, Dr. Mário Gonçalves Viana, dirigiu-se ao correio--mor Eng. Couto dos Santos nestes termos: «Foi por proposta de V. Exa.que S. Exa. o Ministro <strong>das</strong> Comunicações se dignou criar o Museu dosCorreios, Telégrafos e Telefones, velha aspiração deste organismo,mas aspiração que, há longos anos, não passava de um vago sonho,(...)»Esta palestra, a n. 0 61 <strong>das</strong> Palestras Profissionais que periodicamentereuniam o pessoal dirigente superior dos CTT, quase sem excepções,para darem comum testemunho <strong>das</strong> várias áreas de actividade cometi<strong>das</strong>à Administração-Geral, serviu para o conferencista apresentara sua visão do Museu em geral e daquilo que o Museu dos CTT deveriavir a ser. Consciente <strong>das</strong> dificuldades que iria encontrar, diz <strong>mais</strong> àfrente que «um museu que se organize traz consigo um número infinitode assuntos a resolver, que pouca gente estará em condições deavaliar, com justeza, à primeira vista. (...) com muito <strong>mais</strong> razão podefazer-se tal afirmativa acerca de um Museu dos Correios, Telégrafose Telefones. Com efeito, ele não é um museu de arte, não é um museuindustrial, não é um museu etnográfico, não é um museu técnico,não é um gabinete de estampas, não é um gabinete de fotografias,não é um gabinete de moe<strong>das</strong>, não é um museu de mobiliário, não éum museu histórico, mas participa de to<strong>das</strong> estas modalidades e temde obedecer, em cada uma delas, às técnicas respectivas. Nisto residea sua dificuldade.»A fazermos fé nestas afirmações, pesando tudo o que um Museu dosCorreios, Telégrafos e Telefones não era, o que viria a ser um tal museu?Estava-se nesse momento em fase de arranque da instituição, os primeirospassos destinavam-se a juntar as peças que tinham sido guarda<strong>das</strong>desde o célebre relatório de Guilhermino de Barros, peças desencanta<strong>das</strong>por Godofredo Ferreira e base que lhe serviu para propor aoadministrador-geral a concretização do museu que Guilhermino deBarros congeminara no século XIX, quando os Correios passaram a Direcção-Geraldos Correios, Telégrafos e Faróis.O palestrante, ao fazer uma ronda pelos museus congéneres já em funcionamento,apresenta a experiência do museu dinamarquês, quechegou à conclusão de que «era necessário percorrer as estações dopaís, à procura de objectos de interesse para o Museu. (...) É que só osConservadores sabem o que lhes interessa (...)».E, considerando a selecção do material para o Museu dos CTT, interroga-sese «deverá um museu postal recolher «em espécime» todosos objectos que lhe digam respeito? A admitir resposta afirmativapara esta pergunta, qualquer museu da categoria do nosso se transformarianuma ... Babilónia! Não haveria espaço que chegasse para«recolher» to<strong>das</strong> as coisas utiliza<strong>das</strong> nos Correios, Telégrafos e Telefones:ambulâncias postais, barcos postais, mobiliário, postos emissores,furgonetas, etc.»Afinal, parece que tudo seria muito <strong>mais</strong> simples. Embora a uma distânciaconsiderável em tempo, em Março de 1955, os Serviços Culturaisdos CTT editam, sob o título «Museu dos CTT» e subtítulos ordemde serviço N. o 5501,1, Regulamento do Museu dos CTT, o que iria ser oMuseu dos CTT, quais seriam os seus sectores (o que implica que acervoteria), quais os serviços que comportaria, com que pessoal funcionariae quais as respectivas funções, que horário praticaria ...Indicando-se aqui serviços como os de Secretaria, Inventariação, Técnicose de Conservação, apenas o pessoal da Secretaria é especificado,pois «Os Serviços de Secretaria são desempenhados por pessoaldo quadro administrativo (...)».Nada é esclarecido quanto a classificação, inventariação e registo, serviçostécnicos, serviços de conservação (para utilizar a terminologia doRegulamento citado).

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