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Saber mais - versão digital - Fundação Portuguesa das ...

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24Maria da Glória Firmino, Conservadora do Museu dos CTT, na Rua D. Estefânia em Lisboa, acervo iconográfico da FPC.quem inventou e/ou desenvolveu…?para que serve…?como funciona…?quem utilizou…?como evoluiu…?que mudanças comportamentais e/ou novas actividades promoveu…?Neste âmbito, consideramos fundamental desenvolver na empresa umconstante e colectivo espírito museal, de atitudes (in)formativas conducentesà manutenção, para futuro estudo e conservação de objectoscom vista a transformar (coisas, eventos do passado e presente daempresa em peças de museu), ou seja, musealizar o passado presenteda empresa, perpetuando o seu futuro, pela construção do seupatrimónio museológico.O museu de empresa funciona como uma excelente ferramenta degestão de todo o património museológico empresarial: o patrimóniomaterial e, também, o património imaterial – uma oportunidade,muitas vezes única, de recolha, tratamento e registo, preservação emusealização de vivências de memórias perpetua<strong>das</strong> liga<strong>das</strong> pelaspeças museais, numa preocupação constante pela constituição doseu património imaterial – o tangível e intangível, ambos como um todopatrimonial.Neste sentido e contexto, é emergente e necessária a recolha continuada,tratamento, preservação, estudo, conservação e divulgaçãoda evolução histórica da empresa, bem como a posterior exposição dosseus documentos, objectos, ferramentas, equipamentos, métodos eprocessos de fabrico, produtos e serviços, e, acima de tudo, promovendo,simultaneamente, o valor profissional <strong>das</strong> pessoas e suas memórias.É, consequentemente, fundamental e prioritário o registo sistémicode testemunhos dos vários profissionais, cujas actividades e/ou tare-fas foram extintas e/ou estão em vias de extinção, mas cujos contributospermitiram que as empresas onde trabalharam fossem o que sãohoje. Consideramos que, além do (re)conhecimento justo e louvável,esse registo, é também uma atitude e actividade de homenagem daempresa à própria empresa, não só, enquanto empreendimento paraa realização de objectivos, sejam estes de exploração negocial, económico-social,mas também, de cidadania, educação e cultura, ouseja, de divulgação e melhoria da sua cultura empresarial e imagemde marca.Se reconhecermos que por detrás da colecção do museu, em volta decada peça, documento, e/ou objecto material tangível, há semprememórias imateriais de sentimentos intangíveis ao olhar dos visitantesfora <strong>das</strong> empresas, mas que são valores fundamentais que fazemparte da própria cultura de empresa; se considerarmos como principalvalor empresarial o reconhecimento técnico, a forma de produzir, a qualidadedos materiais, produtos e serviços, porque isso se reflecte na confiabilidadedos seus clientes, então este conjunto de qualidades, a quechamamos de capacidades técnica, tecnológica e de gestão, compõeo acervo intangível da cultura de empresa – isto é reproduzível nomuseu, nas exposições que se preparam e na forma como se exploram,se mostram, se animam.Razão porque consideramos fundamental, para além colecção, tambémtrabalhar o discurso expositivo museológico na perspectiva da filosofiade vida da empresa, do espírito da instituição:Expor um acervo material não trata apenas de mostrar os objectos dacolecção, como o próprio produto, o equipamento, a matéria-prima,a embalagem, as tecnologias, ou antigos anúncios publicitários, mastambém de materializar, pelo musealizar um acervo intangível, modosde fazer, processos de produção, modelos de gestão, hábitos de relacionamento,práticas quotidianas – memórias imateriais.

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