83NOATS1In “Do Polígono Militar de Tancos à Fundação <strong>Portuguesa</strong> <strong>das</strong> Comunicações”. EspólioLuz Correia, Arquivo Histórico da Fundação <strong>Portuguesa</strong> <strong>das</strong> Comunicações.2In “Educação, Arte e Cultura. 40 Anos da Fundação Calouste Gulbenkian no desenvolvimentoestético infanto-juvenil”. 1996, p.11.3Investigador da psicologia evolutiva e às suas alterações.4In “Garatujas. Estudo psicopedagógico do grafismo infantil”, p.14; p. 20.5In “Planalto Beirão”, SET, 1994.6In “IV Bienal Internacional de Medalha Contemporânea. Seixal. 2005”, [Catálogo].7In “No Museu dos CTT”.BIBLIOGRAFIAImpressosCORREIA, Luz, Garatujas. Estudo psicológico do grafismo infantil. Lisboa: Junta Geral doDistrito Autónomo do Funchal, 1963, 115p.Educação, Arte e Cultura. 40 anos da Fundação Calouste Gulbenkian no desenvolvimentoEstético Infanto-Juvenil. Lisboa, FCG, 1996.FRANCASTEL, Pierre, Arte e técnica nos séculos XIX e XX. Lisboa: Livros do Brasil, 1963,345p.IV Bienal da Medalha Contemporânea. Seixal. Câmara Municipal do Seixal, 2005.Planalto Beirão. Setembro, 1994.DocumentosEspólio Luz Correia“Do polígono Militar de Tancos à Fundação <strong>Portuguesa</strong> <strong>das</strong> Comunicações”. 2003, DEZ, 16 fl.“No Museu dos CTT, a partir de 1974”. 2004, MAI, 2 fl.exposição de esculturas de Luz Correia.No entanto, já anteriormente Luz Correia tinha sido alvo de homenagenspelos seus pares (1993, I Exposição de medalhística da Amadora93, com homenagem aos escultores António Marinho e Luz Correia, naGaleria Municipal da Amadora; 1994, António Marinho homenageia oescultor, com bronze, Ø 84mm; em 1999, Carlos Raposo faz o mesmo comconstrução mecânica em latão, Ø 80mm).A profusão de medalhas que concebeu, desde 1972, grande parte ligadaao mundo <strong>das</strong> comunicações a que estava ligado profissionalmente,lega aos CTT dos melhores exemplos da sua criatividade entre comemoraçõesdos Correios portugueses, telecomunicações, inauguraçãode edifícios, telefone móvel, ou <strong>digital</strong>ização telefónica, onde simbolizamagistralmente a essência formal e funcional <strong>das</strong> comunicações.Na área filatélica, foi ainda autor de uma emissão de quatro seloscomemorativa do Segundo Centenário da criação do Ensino Primário Oficial,de 1973, que a revista filatélica italiana Il Colezionista, considerou«o <strong>mais</strong> belo do mundo».Para além dos CTT, Luz Correia é criador de peças comemorativas muitodiversas, como a do restauro da capela-mausoléu da S. Frutuoso de Montélios,Braga, colaborando ainda com grandes instituições como a FundaçãoCalouste Gulbenkian, Metropolitano de Lisboa, ou a Siemens, ououtras entidades como o Parque de Campismo <strong>das</strong> Fontainhas, Seixal,ou o Grupo dos Amigos do Museu dos CTT.O despojamento que revelava, face ao seu vasto espólio medalhístico,demonstra a sua personalidade de «cidadão do mundo».Transições museológicas«Somos o tempo.... Tudo nos diz adeus, tudo nos deixa.A memória não cunha moeda lesta.E no entanto há algo que ainda restaE no entanto há algo que se queixa.»Jorge Luís Borges, São os riosComo parágrafo último deste breve memorial a Luz Correia, não podemosdeixar referir a sua actividade no Museu dos CTT nos anos 70 e 80,como consultor técnico, deixando testemunhos significativos da sua criatividadecomo artista plástico, como o cartaz comemorativo do centenáriodo Museu dos CTT de 1978, que, pelo seu grafismo e dinâmica deimagem, quase se transforma num ícone do Museu; ou a construçãodo logótipo dos Correios no passeio da rua de acesso ao Museu.«Pessoalmente, congratulo-me de ter feito parte de uma equipa de funcionáriosespecialistas de grande mérito...» 7 , eis como Luz Correia definea sua passagem pelo Museu.Este mesmo Museu que comemora este ano, 2008, o seu 130 o aniversário,apesar dos muitos condicionalismos sofridos, permanece vivo, comtodo o seu acervo já multiplicado, inserido na Fundação <strong>Portuguesa</strong> <strong>das</strong>Comunicações.Foi justamente a esta Fundação que Luz Correia doou o seu espólio artísticoe documental em 2000, inserido no Património Artístico e Filatélicoe no Arquivo Histórico, respectivamente.Ainda neste período e até 2005, Luz Correia concebeu para a Fundaçãodiversas peças comemorativas, onde é sempre visível a sua indelévelcriatividade.Na exposição que a Fundação <strong>Portuguesa</strong> <strong>das</strong> Comunicações promoveuem 2004, apresentando a sua obra, foi assim sintetizada a acçãode Luz Correia: uma formação científica e artística; um olhar atento sobreo mundo e os outros; um sentido de missão pedagógica invulgar, despertandonos universos infantil e adulto as suas potencialidades artísticas,através do grafismo; um raro sentido estético na simbologia daforma e da matéria; e uma surpreendente conciliação entre tecnologiae arte.
84Isabel Varão | Licenciada em História (UL), Pós-Graduada em Ciências Documentais (UL)A Biblioteca da Fundação<strong>Portuguesa</strong> <strong>das</strong> Comunicações:uma questão de patrimónioA Biblioteca da Fundação <strong>Portuguesa</strong> <strong>das</strong> Comunicações: instalação inicial no 1º andar.O princípio...O Relatório do Anno Económico 1877-1878 da autoria do Dr. GuilherminoAugusto de Barros declara, a dado passo 1 , que se criou um MuseuPostal, dotando-o com trinta objectos e que a Biblioteca foi enriquecidacom quatrocentos volumes.É este o momento fundador que assinala o início da existência destasduas instituições, tão profundamente liga<strong>das</strong>, associando-as aodesenvolvimento dos serviços postais que, por esta época, conheceramum período particularmente inovador.Já em 1877, o ministro <strong>das</strong> Obras Públicas, João Gualberto de Barros eCunha, que tutelava os Correios e Postas do Reino, dava instruções nosentido de se envidarem esforços para a sua criação. E assim se fez, como concurso abnegado do conceituado editor David Augusto Corazzi,que era simultaneamente oficial da Administração do Correio de Lisboa.Este editor ofereceu os primeiros vinte e nove exemplares daBiblioteca Postal, conjunto formado por obras de Júlio Verne e Mayne-Reid. Embora não se enquadrasse nos objectivos de apoio técnicoprofissionalque estiveram na base da criação da Biblioteca, o seucontributo foi aceite pelo Dr. Guilhermino de Barros que lhe encomendaa edição do «Repositório Mensal de documentos da DirecçãoGeral de Correios», instrumento que se tornou fundamental para a uniformizaçãoda prestação de serviço postal e cujo primeiro número sailogo em Janeiro de 1879.Sabemos que após este entusiasmo inicial e a unificação entre Correiose Telégrafos promovida pela Reforma de 1880, que coloca a guarda earrumação da Biblioteca sob a responsabilidade da 1 a Secção da Secretariada Direcção-Geral dos Correios, Telégrafos e Faróis, se faz silênciosobre a sua existência.Entretanto, Paulo Benjamim Cabral, inspector-geral dos Telégrafosentre 1888 e 1910, eminente professor do Instituto Industrial a quemse ficou a dever, aliás, a introdução do ensino da electrotecnia emPortugal, foi reunindo vasta bibliografia sobre telegrafia, engenhariaelectrotécnica, telefonia e tracção eléctrica, bem como revistasda especialidade.Na nova Organização dos Correios, Telégrafos, Telefones e Fiscalização<strong>das</strong> Indústrias Eléctricas de 1911, a Biblioteca reaparece em anexo aoentretanto criado Laboratório Electrotécnico, e nela é incorporada abibliografia de Paulo Benjamim Cabral, além de se tornar obrigatóriaa recolha de regulamentos, instruções e de<strong>mais</strong> legislação. É, pela primeiravez, nomeado um bibliotecário, João Gualberto do NascimentoPires, substituído no ano seguinte por Joaquim Chagas, que empreendeum esforço de sistematização da colecção, sendo publicado o primeirocatálogo onomástico <strong>das</strong> 3500 obras já então existentes.A Biblioteca, até então instalada no Terreiro do Paço, junto do gabinetedo inspector-geral acompanha, em meados de 1912, a mudançados restantes serviços centrais para a Rua de S. José, 20, sendo colocada,numa primeira fase, nas antigas cozinha e copa do PalácioSousa Leal, e posteriormente remetida para a antiga cavalariça do palácio.No entretanto, em 1920, o Decreto 6822 de 10 de Agosto aprova o primeiroRegulamento da Biblioteca, elaborado por uma comissão chefiadapor Manuel Pinto de Melo, com contributo determinante de JoaquimChagas e Godofredo Ferreira, então 3 o oficial dos Correios.Os anos trinta do século XX e inícios da década seguinte foram marcadospor um certo apagamento, situação que veio a ser alterada apartir de 1945, com o contributo de Amália Duarte dos Santos Ferreira.Trata-se da filha de Godofredo Ferreira, ele próprio bibliotecário deformação, cujos contributos directos ou indirectos originaram a constituiçãode um importante património cultural, base dos actuais ArquivoHistórico e Biblioteca da Fundação. Amália Ferreira conseguiu a
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