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honesta vida”, conforme reza a letra do 1.º Compromisso das<br />
Misericórdias.<br />
As exigentes condicionantes de comportamento social<br />
e imagem pública que configuravam o conceito de “homens<br />
bons”, pelo qual eram selecionados os irmãos e, de entre eles,<br />
o provedor e mesários dos vários pelouros administrativos<br />
e de serviço caritativo, eram e devem ser a melhor garantia<br />
da seriedade, segurança e transparência exigíveis a quem é<br />
chamado a exercer funções socialmente tão prestigiadas e<br />
tão apertadamente vigiadas no seio da respetiva comunidade.<br />
Só por si, tais caraterísticas justificariam a autonomia<br />
e flexibilidade da respetiva gestão, tornando dispensável<br />
(impensável até!) o clima de permanente desconfiança e<br />
suspeição e o difidente controlo burocrático e contabilístico, que,<br />
não raro, afeta, instabiliza e limita a boa e normal administração<br />
das instituições sociais, incluindo as Misericórdias.<br />
Na sua administração e pública consideração importaria<br />
recuperar o princípio da subsidiariedade e os conceitos de<br />
“bonus paterfamilias” e de “homens bons”, hoje tão alienados<br />
das sociedades humanas.<br />
Para isso e por isso, os irmãos e, sobretudo, os provedores<br />
e mesários não devem ser escolhidos por serem mais ou menos<br />
religiosos ou obedientes às hierarquias religiosas ou civis. Mas,<br />
sim, por serem os melhores cidadãos, homens e mulheres<br />
de misericórdia, gente de bom coração e elevado sentido<br />
moral e cívico, que, respeitando os princípios que a inspiração<br />
cristã confere às Misericórdias, saibam dar-se ao respeito<br />
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