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do bem-fazer da Irmandade, pois “o programa do cristão, o
programa do bom Samaritano, o programa de Jesus, é ‘um
coração que vê’ (…) onde há necessidade de amor, e atua em
consequência” 86 . Por isso e por mérito intrínseco, as Santas
Casas da Misericórdia devem ser instituições de continuidade,
na fraternidade dos Irmãos que lhe concedem unidade de raízes
e destino na concreção coletiva do chamado “amor em ação”
ou “caridade fraterna” 87 .
Mas então, hoje, numa sociedade consumista e subjugada
à constante mutação sociocultural provocada pela globalização,
como preservar a fidedigna contextura institucional de uma
Santa Casa da Misericórdia?
Para isso, é curial potenciar um ambiente em que todos –
sempre que for caso disso e a prática o reclamar – são Irmãos
em verdadeiro espírito, uns com os outros. É necessário tudo
fazer para, no seu seio, debater e refletir sobre os assuntos e
matérias programáticas da Santa Casa, passando certamente
pelas eleições livres dos corpos sociais, que dão estatuto de
instituição democrática e lhe conferem autonomia soberana de
livre administração. Assim como pelo salutar debate interno,
plural e esclarecido em torno de novas perspetivas de ação
e objetivos, ou até visões inovadoras ou métodos distintos
para uma gestão profícua. É essa disciplina sublime que o
Compromisso reclama!
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Hoje mais do que nunca, pela problemática socioeconómica,
pela crescente agitação, pela apelidada “crise de valores” –