edição de 12 de dezembro de 2016
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PERSPECTIVaS 2017<br />
ForCom reúne mercado e <strong>de</strong>bate<br />
tendências para o próximo ano<br />
Dalton Pastore, que presi<strong>de</strong> o grupo e vai assumir também o comando da<br />
ESPM, disse que i<strong>de</strong>ia é retomar os encontros e manter o setor unido<br />
BÁRBARA BARBOSA<br />
Depois <strong>de</strong> um intervalo sem<br />
reuniões do ForCom (Fórum<br />
Permanente da Indústria<br />
da Comunicação), a ESPM recebeu,<br />
na semana passada,<br />
representantes <strong>de</strong> diversas<br />
entida<strong>de</strong>s relacionadas à comunicação<br />
para retomar as<br />
ativida<strong>de</strong>s do grupo. No encontro,<br />
aspectos políticos e<br />
econômicos que impactaram<br />
o mercado brasileiro foram<br />
<strong>de</strong>batidos, mas, sobretudo, as<br />
perspectivas para 2017.<br />
Dalton Pastore, presi<strong>de</strong>nte<br />
do ForCom e novo presi<strong>de</strong>nte<br />
da ESPM, abriu a série <strong>de</strong><br />
palestras e reforçou que o encontro<br />
é uma forma <strong>de</strong> “manter<br />
o mercado unido”.<br />
Na sequência, o diretor da<br />
área <strong>de</strong> macroeconomia da<br />
LCA - Strategic Solution in<br />
Economics, Fernando Sampaio,<br />
alertou sobre as previsões<br />
econômicas para o próximo<br />
ano.<br />
“Não tem muito o que inventar:<br />
a recuperação da crise<br />
é provável, mas <strong>de</strong>ve ser<br />
lenta. Principalmente porque<br />
a estabilida<strong>de</strong> política ainda<br />
não existe. E, do lado econômico,<br />
porque o consumidor se<br />
machucou muito nessa crise.<br />
A volta do consumo não vai<br />
ser como se espera, melhor<br />
nem raciocinar com essa possibilida<strong>de</strong>,<br />
pois ela é altamente<br />
improvável”, alerta.<br />
Do ponto <strong>de</strong> vista da comunicação,<br />
as tendências<br />
para 2017 foram apresentadas<br />
por Luís Bonilauri, managing<br />
director da Accenture, que<br />
<strong>de</strong>senvolveu estudo sobre a<br />
indústria midiática na era digital.<br />
“Quando a gente olha a<br />
indústria global <strong>de</strong> radiodifusão,<br />
ela cresce anualmente<br />
6%. Quando a gente olha para<br />
as empresas digitais, elas têm<br />
expectativa <strong>de</strong> crescimento<br />
muito maior”, comenta.<br />
O executivo apresentou,<br />
Dalton Pastore propôs que o ForCom seja realizado duas vezes ao ano a partir <strong>de</strong> 2017<br />
“Nós vivíamos um<br />
momeNto em que a<br />
publicida<strong>de</strong> tiNha<br />
perdido um pouco<br />
<strong>de</strong> sua relevâNcia”<br />
ainda, dados que mostram<br />
que em 2019 a participação do<br />
digital na receita publicitária<br />
<strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong> 47% no cenário<br />
global, o que impulsionará<br />
o crescimento do mercado<br />
como um todo.<br />
Na América Latina, por<br />
exemplo, a Accenture prevê<br />
15% <strong>de</strong> crescimento do mercado<br />
até 2019, aumento que<br />
também será alavancado pelos<br />
players digitais.<br />
Para acompanhar esse movimento<br />
migratório e complementar<br />
entre as mídias, a<br />
Accenture <strong>de</strong>staca três tendências<br />
a serem observadas: o<br />
consumidor como ditador do<br />
conteúdo; a experiência digital<br />
mais completa, seja em razão<br />
<strong>de</strong> novos formatos ou aumento<br />
no tempo <strong>de</strong> exposição do<br />
público ao ambiente online; e<br />
a disrupção como nova norma.<br />
Ainda segundo o levantamento<br />
do Accenture, o uso <strong>de</strong><br />
dados será ainda mais importante,<br />
sendo que 70% das pessoas<br />
ouvidas estão dispostas<br />
a trocarem suas informações<br />
pessoais por vantagens na hora<br />
<strong>de</strong> adquirir produtos ou serviços.<br />
Outro ponto levantado<br />
pelo estudo é o consumo multitela,<br />
que não para <strong>de</strong> crescer,<br />
assim como a busca pelo imediatismo,<br />
que impulsionará a<br />
geração <strong>de</strong> conteúdo ao vivo.<br />
ImPaCTo<br />
O encontro teve ainda apresentação<br />
do estudo O Impacto<br />
da Publicida<strong>de</strong> na Economia,<br />
<strong>de</strong>senvolvido pela Abap (Associação<br />
Brasileira <strong>de</strong> Agências<br />
Alê Oliveira<br />
<strong>de</strong> Publicida<strong>de</strong>) em parceria<br />
com a Deloitte, que analisa o<br />
valor da publicida<strong>de</strong> para a<br />
economia brasileira.<br />
O resultado aponta que, para<br />
cada R$ 1 investido em mídia,<br />
o retorno do anunciante chega<br />
a R$ 10,69. Como são investidos<br />
no país R$ 33,5 bilhões em<br />
publicida<strong>de</strong>, dados <strong>de</strong> 2014, o<br />
estudo constata que o impacto<br />
no PIB (Produto Interno Bruto)<br />
é <strong>de</strong> R$ 358 bilhões.<br />
“Nós vivíamos um momento<br />
em que a publicida<strong>de</strong> tinha<br />
perdido um pouco <strong>de</strong> sua relevância,<br />
<strong>de</strong> seu po<strong>de</strong>r, e este<br />
trabalho traz <strong>de</strong> volta um pouco<br />
daquilo que a publicida<strong>de</strong><br />
sempre representou para<br />
nós”, comenta Armando Strozenberg,<br />
presi<strong>de</strong>nte da Abap.<br />
No encerramento, Dalton<br />
Pastore propôs que o ForCom<br />
seja realizado duas vezes ao<br />
ano a partir <strong>de</strong> 2017 e colocou<br />
a ESPM à disposição para sediar<br />
os encontros.<br />
jornal propmark - <strong>12</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> <strong>2016</strong> 35