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edição de 12 de dezembro de 2016

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opinião<br />

simpson33/iStock<br />

Conclusões sobre<br />

diferenças <strong>de</strong><br />

mercado da TV aberta<br />

OtaviO BOcchinO<br />

Em vários eventos e artigos, muitos comparam<br />

a TV no Reino Unido com a da<br />

América Latina. Equivocadamente, o objetivo<br />

principal da comparação sempre foi<br />

sugerir a queda da importância da televisão<br />

no mercado inglês e, por consequência,<br />

o seu <strong>de</strong>clínio na América Latina. Comparando<br />

a televisão aberta da América Latina<br />

com a do Reino Unido em vários aspectos,<br />

chegamos à conclusão <strong>de</strong> que não é possível<br />

essa comparação. Ao mesmo tempo, em<br />

outros aspectos, sim, é possível comparar.<br />

Mas o mais importante, a televisão não<br />

acabará lá ou aqui. Ela crescerá em todas<br />

suas plataformas.<br />

Conclusão 1<br />

Não é possível comparar a TV aberta da<br />

América Latina com a do Reino Unido. No<br />

Reino Unido, a participação do meio TV é<br />

<strong>de</strong> apenas 28% do total <strong>de</strong> investimento.<br />

Na gran<strong>de</strong> maioria dos países da América<br />

Latina, a televisão tem mais <strong>de</strong> 45% da participação.<br />

1. As características da TV aberta comercial<br />

no Reino Unido são totalmente<br />

diferentes da TV aberta<br />

na América Latina, justificando<br />

um menor investimento. A<br />

televisão aberta estatal, a BBC,<br />

tem alta participação <strong>de</strong> audiência<br />

<strong>de</strong> aproximados 30% do<br />

total. Nenhum canal estatal da<br />

América Latina tem esse tipo<br />

<strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança <strong>de</strong> audiência. Não<br />

é permitida a publicida<strong>de</strong> nos<br />

canais da BBC, o que por si só<br />

já afeta a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cobertura<br />

<strong>de</strong> públicos <strong>de</strong> uma campanha <strong>de</strong><br />

TV aberta.<br />

2. A penetração nacional e a audiência da<br />

televisão paga são mais altas que na América<br />

Latina.<br />

3. O acesso à internet <strong>de</strong> banda larga é muito<br />

maior no Reino Unido, facilitando acesso<br />

a serviços <strong>de</strong> TV via streaming e OTTs, o que<br />

ainda não ocorre na América Latina. Só com<br />

as características citadas acima, uma comparação<br />

entre América Latina e Reino Unido<br />

já po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada distorcida.<br />

Conclusão 2<br />

Em alguns aspectos, sim, é possível<br />

“A televisão<br />

segue forte<br />

no reino<br />

unido, mAs<br />

muito mAis<br />

forte nA<br />

AméricA<br />

lAtinA”<br />

comparar a TV aberta da América Latina e<br />

a do Reino Unido. Em um processo <strong>de</strong> pesquisa<br />

avaliamos uma série <strong>de</strong> estudos sobre<br />

a televisão no Reino Unido que mostra<br />

a força <strong>de</strong>ste meio por lá. No estudo, Marketing<br />

in The era of Accountability, os autores<br />

avaliaram com profundida<strong>de</strong> os resultados<br />

quantitativos <strong>de</strong> ROI <strong>de</strong> 880 casos nacionais,<br />

utilizando o Banco <strong>de</strong> Dados do Institute<br />

of Practicioners <strong>de</strong> Advertising/UK.<br />

Entrevistamos para este artigo um dos autores<br />

<strong>de</strong>ssa pesquisa no Reino Unido, Peter<br />

Field. A seguir, alguns insights <strong>de</strong>sse estudo<br />

completo sobre a televisão.<br />

1. A televisão é um meio único para que a<br />

publicida<strong>de</strong> gere emoções no consumidor,<br />

que por sua vez gera mais venda. A “publicida<strong>de</strong><br />

emocional” (publicida<strong>de</strong> que nos<br />

faz sentir mais simpatia sobre as marcas) é<br />

quase duas vezes mais eficiente na geração<br />

<strong>de</strong> vendas do que a “publicida<strong>de</strong> racional”<br />

(baseada na informação)... Entre os meios<br />

<strong>de</strong> comunicação, a TV tem um lugar único,<br />

porque os consumidores gastam muito<br />

mais tempo assistindo-a do que assistindo<br />

a ví<strong>de</strong>os online, também porque as pesquisas<br />

mostram que o público está mais relaxado<br />

quando assiste TV.<br />

2. O conceito <strong>de</strong> que uma<br />

segmentação <strong>de</strong> público é mais<br />

eficiente para gerar venda seria<br />

uma falácia. A gran<strong>de</strong> cobertura<br />

do público é essencial para gerar<br />

vendas. A televisão, outra vez, é<br />

o meio mais eficaz para gerar alcance.<br />

A televisão no Reino Unido<br />

é uma forte candidata para<br />

receber 60% dos investimentos<br />

<strong>de</strong> marcas. “Dados do Reino Unido<br />

sugerem que as campanhas mais eficientes<br />

combinam elementos <strong>de</strong>stinados<br />

a impulsionar o crescimento das vendas<br />

no longo prazo, através <strong>de</strong> construção<br />

<strong>de</strong> marca com elementos projetados para<br />

ativar vendas no curto prazo... a TV é<br />

um forte candidato para que 60% do orçamento<br />

seja investido nela para construção<br />

<strong>de</strong> marca...”. Como os estudos mencionados<br />

comprovam, a televisão segue<br />

forte no Reino Unido, mas muito mais<br />

forte na América Latina, on<strong>de</strong> a penetração<br />

da TV e as possibilida<strong>de</strong>s comerciais<br />

são maiores. A integração da internet,<br />

principalmente em ví<strong>de</strong>o, somente consegue<br />

aumentar a eficiência da televisão<br />

no longo prazo.<br />

Otavio Bocchino é diretor-geral do Centro<br />

Internacional TV Abierta/Open TV Summit<br />

otavio.bocchino@comintelligence.com<br />

70 <strong>12</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> <strong>2016</strong> - jornal propmark

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