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Revista Curinga Edição 13

Revista Laboratorial do Curso de Graduação em Jornalismo da Universidade Federal de Ouro Preto.

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Animais em tratamentos terapêuticos<br />

Afinidade para garantir êxito<br />

Os métodos zooterapêuticos começaram a ser<br />

estudados no final do século XIX, na Bélgica, quando<br />

médicos notaram que pacientes com alguma insuficiência<br />

mental socializavam melhor quando conviviam com<br />

animais. Estudos também foram realizados na Inglaterra,<br />

com idosos de asilos e nos EUA com pacientes com<br />

comprometimento físico e mental. No Brasil, na década<br />

de 1950, a professora, psiquiatra e psicoterapeuta, Nise da<br />

Silveira, começou a utilizar a zooterapia como alternativa<br />

para o tratamento de pacientes esquizofrênicos,<br />

realizados até então através de choques.<br />

A fonoaudióloga Keila Tomazeli, mestranda em<br />

Educação Inclusiva pela McGill University, no Canadá,<br />

ressalta a importância de lembrar que a terapia assistida<br />

por animais segue um plano de tratamento traçado por<br />

profissionais, como por exemplo: Terapeuta Ocupacional,<br />

Fisioterapeuta, Psicólogo, Biólogo, Veterinário,<br />

Fonoaudiólogo, Pedagogo e Psiquiatra.<br />

De acordo com a fonoaudióloga, um dos primeiros<br />

estudos sobre a técnica AAT foi publicado em Nova<br />

Iorque nos anos 80 e descobriu que pacientes com ataque<br />

cardíaco, donos de animais domésticos, viveram mais<br />

tempo do aqueles que não possuíam. Mais recentemente,<br />

estudos têm se concentrado no fato de a interação<br />

com animais estar relacionada ao aumento do nível de<br />

ocitocina no organismo humano. Keila diz que a ocitocina<br />

pode ter benefícios para a saúde humana a longo prazo,<br />

pois “aumenta a capacidade do corpo para gerar novas<br />

células e estar em prontidão para curar. Este hormônio<br />

nos possibilita ser mais saudáveis, além de ajudar a nos<br />

sentirmos felizes e confiantes. Pode ser considerado uma<br />

das razões pelas quais os seres humanos criam vínculo<br />

afetivo com os seus animais ao longo do tempo”, ressalta.<br />

A harmonia entre o paciente e o animal é um dos<br />

principais critérios a serem considerados. A estudante<br />

de Medicina Veterinária da Universidade Estadual do<br />

Maranhão, Jéssica Vanessa diz que o tipo de animal<br />

escolhido depende dos objetivos terapêuticos e do<br />

plano de tratamento de um enfermo, além de levar em<br />

consideração limitações como medo e alergias.<br />

O treinamento dos animais adestra para uma<br />

postura tranquila e amigável, “no geral o animal deve<br />

ser paciente e aceitar manipulações sem reagir de<br />

forma agressiva ou defensiva”, afirma. De acordo com a<br />

estudante, os animais mais comuns usados nesta prática<br />

são cães e cavalos, devido ao comportamento mais dócil,<br />

“mas também é possível utilizar gatos, peixes, coelhos e<br />

até animais exóticos como golfinhos. Com cães, as raças<br />

mais indicadas são justamente as com temperamento<br />

mais sociável, como Labrador, Golder Retriever, Bernese<br />

Montain Dog”, relata.<br />

As relações com os animais são mais antigas do<br />

que podemos datar. Há relatos de observações sobre o<br />

comportamento dos bichos desde os tempos da préhistória<br />

nas pinturas das cavernas. Desde então, o auxílio<br />

dos animais nos acompanha nos processos evolutivos<br />

proporcionando alimento, transporte, vestimenta e<br />

proteção. Conforme o grau de interação evoluiu, com<br />

moldes mais complexos e pessoais, os animais ganharam<br />

espaço e hoje o relacionamento entre nós é amigável e<br />

estável. Os laços estão tão intensos que evoluiram como<br />

alternativa para tratamentos médicos. Deste modo, nossa<br />

ligação tende a durar por muito tempo.<br />

Texto: Teka Lindoso<br />

Foto: Bianca Cobra<br />

Arte: Tácito Chimato<br />

Principais benefícios no tratamento alternativo com os animais:<br />

Melhora o sistema imunológico.<br />

Facilita o processo de leitura,<br />

memorização e concentração.<br />

Estimulo à interação social.<br />

Melhora as capacidades<br />

motora, cognitiva e sensorial.<br />

!<br />

#<br />

Diminui o nível de estresse.<br />

Nos autistas, proporciona melhora<br />

na capacidade de comunicação e<br />

na sensibilidade e interação.<br />

CURINGA | EDIÇÃO <strong>13</strong> 9

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