You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Não vai demorar para que o<br />
mercado de seguros repense<br />
a forma de distribuir seus<br />
produtos. Isso ficou muito<br />
claro durante o CIAB 2016, realizado<br />
pela Federação Brasileira de Bancos –<br />
Febraban, em São Paulo. A Trilha de<br />
Seguros mostrou que algumas iniciativas<br />
já começam a tomar forma em nosso<br />
setor, viabilizando as InsureTech (versão<br />
doméstica para as fintechs). Apesar de<br />
não estarem presentes no evento, este<br />
tipo de companhia já faz parte do cotidiano<br />
das companhias. Apenas para citar<br />
um exemplo, a Sompo Seguros já conta<br />
com uma empresa no Vale do Silício<br />
(Califórnia – EUA) e a Porto Seguro<br />
já apoia startups ligadas a tecnologia.<br />
Em agosto, a CNseg recebe propostas<br />
para o projeto MAR (homenagem ao<br />
ex-presidente Marco Antonio Rossi),<br />
através de uma aceladora de startups,<br />
a CNSpar.<br />
Marco Barros, diretor executivo da<br />
Confederação, afirmou, durante a abertura<br />
da Trilha de Seguros que na primeira<br />
fatia desse projeto, serão alocados R$ 1<br />
milhão. “Entramos com algo entre R$<br />
50 mil e R$ 75 mil por empresa por seis<br />
meses”. Além do valor, os empresários<br />
receberão capacitação em contabilidade,<br />
administração, instrumentos societários,<br />
entre outros temas. O objetivo desta<br />
iniciativa é fomentar soluções disruptivas<br />
para a distribuição de produtos<br />
por canais digitais, principalmente para<br />
seguros inclusivos.<br />
“Os investimentos em novas tecnologias<br />
ampliam a eficiência das empresas,<br />
abrindo a possibilidade de criação de<br />
novos produtos em todos os setores do<br />
seguro, saúde, previdência e capitalização,<br />
fomentando a criação de soluções”,<br />
ressaltou Barros.<br />
Seguros inclusivos x<br />
Canais Digitais<br />
O termo seguros inclusivos substituiu<br />
o microsseguro, cujo nome não ‘pegou’<br />
no Brasil. “Como o seguro sempre foi<br />
característico das classes mais altas, é<br />
difícil pulverizar esta cultura. E, claro,<br />
ninguém acorda pela manhã e pensa:<br />
hoje vou comprar um seguro”, constatou<br />
Eugenio Velasques, diretor da Bradesco<br />
Seguros, explicando que a distribuição<br />
dos seguros inclusivos depende muito do<br />
desenvolvimento tencológico para chegar<br />
até a ponta.<br />
Uma das barreiras enfrentadas pela<br />
carteira é o ‘otimismo’ do povo latino.<br />
No Brasil, o setor vinha bem até 2013,<br />
mas agora enfrenta um momento mais<br />
delicado. É fato que há uma correlação<br />
direta entre a expansão do crédito e<br />
o crescimento do seguro. “Quando as<br />
pessoas adquirem mais coisas elas se<br />
preocupam em proteger estes bens”,<br />
apontou Velasques.<br />
Para ele, é possível aproveitar os<br />
fornecedores de tecnologia do mercado<br />
financeiro para criarem meios de disseminar<br />
novos canais de distribuição. O<br />
consumidor acha o mercado de seguros<br />
burocrático e complexo. “A introdução da<br />
tecnologia é fundamental para colocar o<br />
seguro numa realidade sólida no País”,<br />
classificou o executivo.<br />
Ele ressalta que em um sistema<br />
regulatório fora da caixa, as seguradoras<br />
de nicho levariam vantagem na<br />
implantação de novas tecnologias, dado<br />
o seu tamanho. Entretanto, Velasques<br />
admitiu que foi positiva a discussão<br />
sobre o microsseguros durante vários<br />
anos no Brasil, porque acabou alavancando<br />
e desembaraçando a venda de<br />
seguros populares.<br />
A venda de seguros vai mudar<br />
A utilização de apps e dispositivos<br />
mobile é motivada a todo momento. As<br />
aplicações móveis estão mudando rapidamente,<br />
e de maneira radical, o mercado de<br />
seguros, criando oportunidades expressivas<br />
para empresas inovadoras, que estão<br />
repensando a maneira como os seguros<br />
são concebidos, vendidos e experienciados.<br />
Isso foi mostrado na palestra Novas<br />
Aplicações em Dispositivos Móveis,<br />
durante da Trilha de Seguros dentro do<br />
evento CIAB-Febraban.<br />
A utilização de aplicações tecnológicas<br />
já é uma realidade no mercado de<br />
seguros de outros países. Daniel Rocha,<br />
líder de Financial Service da Capgemini,<br />
apresentou um estudo da empresa que<br />
mostra a disposição dos consumidores<br />
em adquirir produtos e serviços através<br />
dos smartphones. “É importante ressaltar<br />
que a Geração Y não está satisfeita com o<br />
atendimento que recebe das seguradoras,<br />
tanto nos meios tradicionais quanto nos<br />
digitais”, assinalou.<br />
Outro ponto interessante é que, no<br />
Brasil, a pesquisa mostra que o cliente<br />
busca informações em vários canais<br />
antes de contratar um seguro. O corretor<br />
de seguros ainda é o canal mais procurado,<br />
apesar de se propor a adquirir<br />
produtos de seguro através de empresas<br />
de tecnologia.<br />
O cliente não pode mais ser colocado<br />
de lado. O produto precisa ser customizado,<br />
com transparência, inteligência<br />
artificial (sensores em casa, appliances<br />
nos carros) e conectividade (da casa, de<br />
si mesmo, do carro).<br />
A aplicação de mobile + IoT (internet<br />
das coisas) inclui a visão de uma<br />
casa inteligente habilitada por meio de<br />
parcerias com o primeiro fabricante de<br />
dispositivos conectados para proteção em<br />
tempo real contra invasões, incêndios,<br />
inundações, vazamento de gás, poluição<br />
e outras emergências.<br />
Rocha apresentou exemplos de<br />
empresas de seguros fora do País que<br />
já utilizam os dispositivos mobile. A<br />
United Health aperfeiçoou a experiência<br />
do corretor, agregando mais valor para<br />
o cliente, através de um app para retirar<br />
a burocracia da vida do corretor, que<br />
consegue cotar e emitir a partir de dispositivos<br />
móveis. “Isso implicou em maior<br />
agilidade para a venda”, explicou Rocha.<br />
A oferta futura da AXA para os<br />
seguros residenciais será acoplar a assistência<br />
24/7, a fim de enviar ajuda se<br />
uma emergência é detectada na casa de<br />
um cliente, conectada à empresa com<br />
dispositivos de IoT. “Isso agiliza e reduz<br />
o custo do serviço”.<br />
As fintechs tem ditado o nível e<br />
o ritmo das aplicações para seguros.<br />
InsureTechs, como são chamadas nos<br />
Estados Unidos. Naquele país foram<br />
investidos US$ 16 bilhões em insuretech.<br />
Para Rocha, “as pessoas estão<br />
saturadas com a ideia de um tamanho<br />
único para todos”.<br />
Bought by Many é uma startup que<br />
busca grupos que geralmente não tem<br />
suas demandas atendidas pelas seguradoras.<br />
Através de grupos de afinidade,<br />
37