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Revista Apólice #212

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Não vai demorar para que o<br />

mercado de seguros repense<br />

a forma de distribuir seus<br />

produtos. Isso ficou muito<br />

claro durante o CIAB 2016, realizado<br />

pela Federação Brasileira de Bancos –<br />

Febraban, em São Paulo. A Trilha de<br />

Seguros mostrou que algumas iniciativas<br />

já começam a tomar forma em nosso<br />

setor, viabilizando as InsureTech (versão<br />

doméstica para as fintechs). Apesar de<br />

não estarem presentes no evento, este<br />

tipo de companhia já faz parte do cotidiano<br />

das companhias. Apenas para citar<br />

um exemplo, a Sompo Seguros já conta<br />

com uma empresa no Vale do Silício<br />

(Califórnia – EUA) e a Porto Seguro<br />

já apoia startups ligadas a tecnologia.<br />

Em agosto, a CNseg recebe propostas<br />

para o projeto MAR (homenagem ao<br />

ex-presidente Marco Antonio Rossi),<br />

através de uma aceladora de startups,<br />

a CNSpar.<br />

Marco Barros, diretor executivo da<br />

Confederação, afirmou, durante a abertura<br />

da Trilha de Seguros que na primeira<br />

fatia desse projeto, serão alocados R$ 1<br />

milhão. “Entramos com algo entre R$<br />

50 mil e R$ 75 mil por empresa por seis<br />

meses”. Além do valor, os empresários<br />

receberão capacitação em contabilidade,<br />

administração, instrumentos societários,<br />

entre outros temas. O objetivo desta<br />

iniciativa é fomentar soluções disruptivas<br />

para a distribuição de produtos<br />

por canais digitais, principalmente para<br />

seguros inclusivos.<br />

“Os investimentos em novas tecnologias<br />

ampliam a eficiência das empresas,<br />

abrindo a possibilidade de criação de<br />

novos produtos em todos os setores do<br />

seguro, saúde, previdência e capitalização,<br />

fomentando a criação de soluções”,<br />

ressaltou Barros.<br />

Seguros inclusivos x<br />

Canais Digitais<br />

O termo seguros inclusivos substituiu<br />

o microsseguro, cujo nome não ‘pegou’<br />

no Brasil. “Como o seguro sempre foi<br />

característico das classes mais altas, é<br />

difícil pulverizar esta cultura. E, claro,<br />

ninguém acorda pela manhã e pensa:<br />

hoje vou comprar um seguro”, constatou<br />

Eugenio Velasques, diretor da Bradesco<br />

Seguros, explicando que a distribuição<br />

dos seguros inclusivos depende muito do<br />

desenvolvimento tencológico para chegar<br />

até a ponta.<br />

Uma das barreiras enfrentadas pela<br />

carteira é o ‘otimismo’ do povo latino.<br />

No Brasil, o setor vinha bem até 2013,<br />

mas agora enfrenta um momento mais<br />

delicado. É fato que há uma correlação<br />

direta entre a expansão do crédito e<br />

o crescimento do seguro. “Quando as<br />

pessoas adquirem mais coisas elas se<br />

preocupam em proteger estes bens”,<br />

apontou Velasques.<br />

Para ele, é possível aproveitar os<br />

fornecedores de tecnologia do mercado<br />

financeiro para criarem meios de disseminar<br />

novos canais de distribuição. O<br />

consumidor acha o mercado de seguros<br />

burocrático e complexo. “A introdução da<br />

tecnologia é fundamental para colocar o<br />

seguro numa realidade sólida no País”,<br />

classificou o executivo.<br />

Ele ressalta que em um sistema<br />

regulatório fora da caixa, as seguradoras<br />

de nicho levariam vantagem na<br />

implantação de novas tecnologias, dado<br />

o seu tamanho. Entretanto, Velasques<br />

admitiu que foi positiva a discussão<br />

sobre o microsseguros durante vários<br />

anos no Brasil, porque acabou alavancando<br />

e desembaraçando a venda de<br />

seguros populares.<br />

A venda de seguros vai mudar<br />

A utilização de apps e dispositivos<br />

mobile é motivada a todo momento. As<br />

aplicações móveis estão mudando rapidamente,<br />

e de maneira radical, o mercado de<br />

seguros, criando oportunidades expressivas<br />

para empresas inovadoras, que estão<br />

repensando a maneira como os seguros<br />

são concebidos, vendidos e experienciados.<br />

Isso foi mostrado na palestra Novas<br />

Aplicações em Dispositivos Móveis,<br />

durante da Trilha de Seguros dentro do<br />

evento CIAB-Febraban.<br />

A utilização de aplicações tecnológicas<br />

já é uma realidade no mercado de<br />

seguros de outros países. Daniel Rocha,<br />

líder de Financial Service da Capgemini,<br />

apresentou um estudo da empresa que<br />

mostra a disposição dos consumidores<br />

em adquirir produtos e serviços através<br />

dos smartphones. “É importante ressaltar<br />

que a Geração Y não está satisfeita com o<br />

atendimento que recebe das seguradoras,<br />

tanto nos meios tradicionais quanto nos<br />

digitais”, assinalou.<br />

Outro ponto interessante é que, no<br />

Brasil, a pesquisa mostra que o cliente<br />

busca informações em vários canais<br />

antes de contratar um seguro. O corretor<br />

de seguros ainda é o canal mais procurado,<br />

apesar de se propor a adquirir<br />

produtos de seguro através de empresas<br />

de tecnologia.<br />

O cliente não pode mais ser colocado<br />

de lado. O produto precisa ser customizado,<br />

com transparência, inteligência<br />

artificial (sensores em casa, appliances<br />

nos carros) e conectividade (da casa, de<br />

si mesmo, do carro).<br />

A aplicação de mobile + IoT (internet<br />

das coisas) inclui a visão de uma<br />

casa inteligente habilitada por meio de<br />

parcerias com o primeiro fabricante de<br />

dispositivos conectados para proteção em<br />

tempo real contra invasões, incêndios,<br />

inundações, vazamento de gás, poluição<br />

e outras emergências.<br />

Rocha apresentou exemplos de<br />

empresas de seguros fora do País que<br />

já utilizam os dispositivos mobile. A<br />

United Health aperfeiçoou a experiência<br />

do corretor, agregando mais valor para<br />

o cliente, através de um app para retirar<br />

a burocracia da vida do corretor, que<br />

consegue cotar e emitir a partir de dispositivos<br />

móveis. “Isso implicou em maior<br />

agilidade para a venda”, explicou Rocha.<br />

A oferta futura da AXA para os<br />

seguros residenciais será acoplar a assistência<br />

24/7, a fim de enviar ajuda se<br />

uma emergência é detectada na casa de<br />

um cliente, conectada à empresa com<br />

dispositivos de IoT. “Isso agiliza e reduz<br />

o custo do serviço”.<br />

As fintechs tem ditado o nível e<br />

o ritmo das aplicações para seguros.<br />

InsureTechs, como são chamadas nos<br />

Estados Unidos. Naquele país foram<br />

investidos US$ 16 bilhões em insuretech.<br />

Para Rocha, “as pessoas estão<br />

saturadas com a ideia de um tamanho<br />

único para todos”.<br />

Bought by Many é uma startup que<br />

busca grupos que geralmente não tem<br />

suas demandas atendidas pelas seguradoras.<br />

Através de grupos de afinidade,<br />

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