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Entre os tipos de piso o de<br />
concreto é a alternativa mais<br />
comumente encontrada nas<br />
quadras de futsal em função<br />
da simplicidade da aplicação e<br />
menor investimento exigido. No<br />
entanto, há disposições técnicas<br />
para um melhor aproveitamento<br />
geral deste tipo de pavimento.<br />
Tais m<strong>ed</strong>idas podem envolver<br />
materiais de melhor ou pior<br />
qualidade e específicos para<br />
cada camada do concreto, juntas<br />
de dilatação, soldas de trincas,<br />
auto nivelamento, adequada<br />
pintura e demarcação da superfície.<br />
O piso asfáltico é basicamente<br />
estruturado com as<br />
mesmas características do piso<br />
de concreto, no entanto, é disposta<br />
uma camada asfáltica<br />
entre os materiais dispostos nos<br />
diferentes níveis de camada da<br />
cobertura.<br />
O piso de madeira é tradicionalmente<br />
tido como uma<br />
melhor solução de qualidade<br />
para quadras especialmente as<br />
poliesportivas, incluindo o futsal.<br />
Nas mesmas, via de regra,<br />
há uso de amortec<strong>ed</strong>ores de<br />
impacto de borracha, com perspectiva<br />
de absorção de 60% do<br />
impacto envolvido nas qu<strong>ed</strong>as,<br />
frenagens, arrancadas, saltos e<br />
impulsos envolvidos na dinâmica<br />
da prática do futsal. As tecnologias<br />
envolvendo materiais<br />
mais elaborados e as técnicas<br />
de preparação e colocação deste<br />
tipo de pavimento tem evoluído,<br />
com evolução por exemplo do<br />
maior isolamento quanto à umidade,<br />
agentes biológicos e deteriorização<br />
da base de madeira.<br />
O piso sintético geralmente<br />
é de polipropileno (PP), que é<br />
um material de alta resistência<br />
mecânica, ou<br />
seja, resiste de<br />
forma significativa<br />
a carga,<br />
impacto e<br />
abrasão.<br />
Este<br />
tipo de pavimento<br />
não é raro em quadras<br />
poliesportivas que também contemplam<br />
práticas como vôlei,<br />
handebol e basquete, além do<br />
futsal. Embora as quadras de<br />
concreto e de madeira também<br />
permitam tal condição. Este<br />
tipo de quadra é percebida pelos<br />
praticantes como mais levemente<br />
mais flexível.<br />
No ano de 2014 nosso grupo<br />
publicou um estudo no qual<br />
foram investigadas as possíveis<br />
influências de dois tipos de piso<br />
de quadra de futsal, a sintética<br />
e a de madeira sobre alguns dos<br />
principais músculos requisitados<br />
na prática. Este artigo publicado<br />
na <strong>Revista</strong> Brasileira de<br />
M<strong>ed</strong>icina do Esporte (volume<br />
20, número 1, Jan/Fev, 2014)<br />
intitulado: “Existe Relação<br />
entre o Tipo de Piso de Futsal<br />
e as Respostas Adaptativas da<br />
Musculatura em Praticantes de<br />
Futsal Masculino?”, com análise<br />
eletromiográfica (EMG) comparativa<br />
e com grupo controle<br />
indicou que não houve diferença<br />
estatisticamente significativa<br />
entre os grupos (Lefchak<br />
e Longen, 2014). Embora a<br />
percepção dos atletas profissionais<br />
e amadores seja de<br />
que há diferenças na prática<br />
do esporte, ainda é difícil<br />
delimitar as diferenças sobre<br />
a resposta da musculatura<br />
e para que se possa afirmar<br />
que sejam consideráveis em<br />
termos de performance<br />
dos atletas, fadiga e risco<br />
de lesões. Certamente<br />
este é um assunto que<br />
merece mais estudos e<br />
com diferentes abordagens<br />
metodológicas, pois<br />
em outro estudo, já citado<br />
aqui (Moraes, Martins<br />
e Longen, 2016) referente à<br />
incidência e tipificação de<br />
lesões, não encontramos associação<br />
entre tipo de piso e maior<br />
ou menor risco, bem como, tipo<br />
específico de lesões para determinado<br />
tipo de piso.<br />
Em síntese todo estímulo<br />
mecânico exerce impacto sobre<br />
os grupos musculares em maior<br />
ou menor grau. As respostas<br />
psicofisiológicas sejam voluntárias<br />
(pensadas), automáticas<br />
(interm<strong>ed</strong>iárias entre o pensado<br />
e o ato reflexo, muito decorrentes<br />
do treinamento repetido<br />
do ato esportivo) e reflexas<br />
(involuntárias), que representam<br />
a conexão corpo e mente<br />
no ato prático esportivo, sofrem<br />
influência do tipo de quadra no<br />
futsal. No entanto, não é possível<br />
afirmar que as diferenças<br />
entre os tipos de quadra reflitam<br />
em respostas adaptativas<br />
suficientes para justificar que<br />
determinado tipo de quadra em<br />
detrimento de outro exige mais<br />
ou menos da musculatura e que<br />
represente maior risco de lesão<br />
indireta.<br />
REFERÊNCIAS DO TEXTO:<br />
Júnior J de V, Assis T de O. Lesões em atletas de futebol profissional de um clube da cidade de Campina Grande, no estado da Paraíba. Campina Grande/PB. <strong>Revista</strong><br />
Brasileira de Ciências da Saúde, v. 8, n. 26, Out/Dez, 2010; Lefchak FJ, Longen WC. Existe relação entre o tipo de piso da quadra de futsal e respostas adaptativas da musculatura<br />
em praticantes de futsal masculino? <strong>Revista</strong> Brasileira de M<strong>ed</strong>icina do Esporte. v.20, n.1, Jan-Feb, 2014. p. 8-12; Moraes MR, Martins MS, Longen WC. Lesões Músculo<br />
Esqueléticas em Atletas Profissionais de Futsal Feminino: um Seguimento Longitudinal de Duas Temporadas. <strong>Revista</strong> Inspirar Movimento & Saúde. v. 10, n. 3, Jul/Ago/Set, 2016.<br />
p.37-40; Moreira D, Godoy JRP, Braz RG, Machado GFB, Santos HFS. Abordagem Cinesiológica do Chute no Futsal e suas Implicações Clínicas. <strong>Revista</strong> Brasileira de Cineantropometria<br />
e Movimento. v.12, n. 2, 2004. p. 81-5; Navarro AC, Almeida R. Futsal. São Paulo: Phorte, 2008;<br />
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