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Revista Desporto&Sports ed 13 (versão gratuita)

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Entre os tipos de piso o de<br />

concreto é a alternativa mais<br />

comumente encontrada nas<br />

quadras de futsal em função<br />

da simplicidade da aplicação e<br />

menor investimento exigido. No<br />

entanto, há disposições técnicas<br />

para um melhor aproveitamento<br />

geral deste tipo de pavimento.<br />

Tais m<strong>ed</strong>idas podem envolver<br />

materiais de melhor ou pior<br />

qualidade e específicos para<br />

cada camada do concreto, juntas<br />

de dilatação, soldas de trincas,<br />

auto nivelamento, adequada<br />

pintura e demarcação da superfície.<br />

O piso asfáltico é basicamente<br />

estruturado com as<br />

mesmas características do piso<br />

de concreto, no entanto, é disposta<br />

uma camada asfáltica<br />

entre os materiais dispostos nos<br />

diferentes níveis de camada da<br />

cobertura.<br />

O piso de madeira é tradicionalmente<br />

tido como uma<br />

melhor solução de qualidade<br />

para quadras especialmente as<br />

poliesportivas, incluindo o futsal.<br />

Nas mesmas, via de regra,<br />

há uso de amortec<strong>ed</strong>ores de<br />

impacto de borracha, com perspectiva<br />

de absorção de 60% do<br />

impacto envolvido nas qu<strong>ed</strong>as,<br />

frenagens, arrancadas, saltos e<br />

impulsos envolvidos na dinâmica<br />

da prática do futsal. As tecnologias<br />

envolvendo materiais<br />

mais elaborados e as técnicas<br />

de preparação e colocação deste<br />

tipo de pavimento tem evoluído,<br />

com evolução por exemplo do<br />

maior isolamento quanto à umidade,<br />

agentes biológicos e deteriorização<br />

da base de madeira.<br />

O piso sintético geralmente<br />

é de polipropileno (PP), que é<br />

um material de alta resistência<br />

mecânica, ou<br />

seja, resiste de<br />

forma significativa<br />

a carga,<br />

impacto e<br />

abrasão.<br />

Este<br />

tipo de pavimento<br />

não é raro em quadras<br />

poliesportivas que também contemplam<br />

práticas como vôlei,<br />

handebol e basquete, além do<br />

futsal. Embora as quadras de<br />

concreto e de madeira também<br />

permitam tal condição. Este<br />

tipo de quadra é percebida pelos<br />

praticantes como mais levemente<br />

mais flexível.<br />

No ano de 2014 nosso grupo<br />

publicou um estudo no qual<br />

foram investigadas as possíveis<br />

influências de dois tipos de piso<br />

de quadra de futsal, a sintética<br />

e a de madeira sobre alguns dos<br />

principais músculos requisitados<br />

na prática. Este artigo publicado<br />

na <strong>Revista</strong> Brasileira de<br />

M<strong>ed</strong>icina do Esporte (volume<br />

20, número 1, Jan/Fev, 2014)<br />

intitulado: “Existe Relação<br />

entre o Tipo de Piso de Futsal<br />

e as Respostas Adaptativas da<br />

Musculatura em Praticantes de<br />

Futsal Masculino?”, com análise<br />

eletromiográfica (EMG) comparativa<br />

e com grupo controle<br />

indicou que não houve diferença<br />

estatisticamente significativa<br />

entre os grupos (Lefchak<br />

e Longen, 2014). Embora a<br />

percepção dos atletas profissionais<br />

e amadores seja de<br />

que há diferenças na prática<br />

do esporte, ainda é difícil<br />

delimitar as diferenças sobre<br />

a resposta da musculatura<br />

e para que se possa afirmar<br />

que sejam consideráveis em<br />

termos de performance<br />

dos atletas, fadiga e risco<br />

de lesões. Certamente<br />

este é um assunto que<br />

merece mais estudos e<br />

com diferentes abordagens<br />

metodológicas, pois<br />

em outro estudo, já citado<br />

aqui (Moraes, Martins<br />

e Longen, 2016) referente à<br />

incidência e tipificação de<br />

lesões, não encontramos associação<br />

entre tipo de piso e maior<br />

ou menor risco, bem como, tipo<br />

específico de lesões para determinado<br />

tipo de piso.<br />

Em síntese todo estímulo<br />

mecânico exerce impacto sobre<br />

os grupos musculares em maior<br />

ou menor grau. As respostas<br />

psicofisiológicas sejam voluntárias<br />

(pensadas), automáticas<br />

(interm<strong>ed</strong>iárias entre o pensado<br />

e o ato reflexo, muito decorrentes<br />

do treinamento repetido<br />

do ato esportivo) e reflexas<br />

(involuntárias), que representam<br />

a conexão corpo e mente<br />

no ato prático esportivo, sofrem<br />

influência do tipo de quadra no<br />

futsal. No entanto, não é possível<br />

afirmar que as diferenças<br />

entre os tipos de quadra reflitam<br />

em respostas adaptativas<br />

suficientes para justificar que<br />

determinado tipo de quadra em<br />

detrimento de outro exige mais<br />

ou menos da musculatura e que<br />

represente maior risco de lesão<br />

indireta.<br />

REFERÊNCIAS DO TEXTO:<br />

Júnior J de V, Assis T de O. Lesões em atletas de futebol profissional de um clube da cidade de Campina Grande, no estado da Paraíba. Campina Grande/PB. <strong>Revista</strong><br />

Brasileira de Ciências da Saúde, v. 8, n. 26, Out/Dez, 2010; Lefchak FJ, Longen WC. Existe relação entre o tipo de piso da quadra de futsal e respostas adaptativas da musculatura<br />

em praticantes de futsal masculino? <strong>Revista</strong> Brasileira de M<strong>ed</strong>icina do Esporte. v.20, n.1, Jan-Feb, 2014. p. 8-12; Moraes MR, Martins MS, Longen WC. Lesões Músculo<br />

Esqueléticas em Atletas Profissionais de Futsal Feminino: um Seguimento Longitudinal de Duas Temporadas. <strong>Revista</strong> Inspirar Movimento & Saúde. v. 10, n. 3, Jul/Ago/Set, 2016.<br />

p.37-40; Moreira D, Godoy JRP, Braz RG, Machado GFB, Santos HFS. Abordagem Cinesiológica do Chute no Futsal e suas Implicações Clínicas. <strong>Revista</strong> Brasileira de Cineantropometria<br />

e Movimento. v.12, n. 2, 2004. p. 81-5; Navarro AC, Almeida R. Futsal. São Paulo: Phorte, 2008;<br />

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