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TRIBUNAL CONTAS PORTUGAL.: Projeto Ferroviário Português de Alta Velocidades

24. Continuação da linha convencional de mercadorias 91 Com o cancelamento do projeto de alta velocidade, a linha ferroviária convencional de mercadorias, incluída no objeto do contrato de concessão Poceirão-Caia, passou a ser desenvolvida diretamente pela REFER, após a recusa de visto ao contrato. 92 Prevê-se que esta linha venha a ter tráfego misto (mercadorias e passageiros). 93 Um dos objetivos da linha Évora-Elvas/Fronteira é melhorar as ligações ao porto de Sines.

24. Continuação da linha convencional de mercadorias
91 Com o cancelamento do projeto de alta velocidade, a linha ferroviária convencional de mercadorias, incluída no objeto do contrato de concessão Poceirão-Caia, passou a ser desenvolvida diretamente pela REFER, após a recusa de visto ao contrato.
92 Prevê-se que esta linha venha a ter tráfego misto (mercadorias e passageiros).
93 Um dos objetivos da linha Évora-Elvas/Fronteira é melhorar as ligações ao porto de Sines.

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Tribunal <strong>de</strong> Contas<br />

AUDITORIA AO PROJETO FERROVIÁRIO PORTUGUÊS DE ALTA VELOCIDADE<br />

241 Ou seja, a procura total <strong>de</strong> viagens <strong>de</strong> passageiros, no eixo Lisboa-Madrid, cresceria mais por via das ligações<br />

intermédias e menos <strong>de</strong>vido às viagens <strong>de</strong> ligação direta entre os dois extremos.<br />

242 O quadro seguinte traduz os níveis <strong>de</strong> procura anuais atrás referidos em níveis <strong>de</strong> procura diários, assumindo<br />

uma procura uniforme ao longo do ano:<br />

QUADRO 17- NÍVEIS DE PROCURA ANUAIS<br />

Ano 2015 2030<br />

Tipo <strong>de</strong> viagens Todas Diretas Intermédias Todas Diretas Intermédias<br />

Passageiros/ano 6.700.000 1.060.000 5.640.000 8.900.000 1.300.000 7.600.000<br />

Passageiros/dia 18.356 2.904 15.452 24.384 3.562 20.822<br />

Fonte: RAVE<br />

243 Constata-se que os níveis <strong>de</strong> procura veiculados pela RAVE, significariam, em 2015, um total diário <strong>de</strong> 18,4<br />

milhares passageiros, dos quais 2,9 milhares passageiros por dia recorreriam ao transporte ferroviário <strong>de</strong> alta<br />

velocida<strong>de</strong> para viajar diretamente entre Lisboa e Madrid.<br />

244 Em 2030 ocorreria, por dia, o transporte <strong>de</strong> 24,4 milhares <strong>de</strong> passageiros, dos quais 3,6 milhares viajariam<br />

diretamente entre os dois extremos do eixo Lisboa-Madrid.<br />

245 Relativamente ao tráfego <strong>de</strong> mercadorias, a RAVE estimou as seguintes projeções:<br />

a) 2015 – 1,1 milhões <strong>de</strong> toneladas;<br />

b) 2030 – 2,2 milhões <strong>de</strong> toneladas.<br />

246 No caso das mercadorias, a quota <strong>de</strong> mercado do caminho-<strong>de</strong>-ferro no transporte terrestre passaria <strong>de</strong> 6,7%<br />

para cerca <strong>de</strong> 12%.<br />

247 Em resumo, a RAVE estimou que o tráfego <strong>de</strong> mercadorias, por caminho-<strong>de</strong>-ferro, duplicasse tanto em<br />

volume, como em quota (<strong>de</strong>ntro do transporte terrestre).<br />

248 De acordo com os estudos prévios, as avaliações efetuadas consi<strong>de</strong>raram «(…) 85% da procura prevista no<br />

primeiro ano <strong>de</strong> serviço e <strong>de</strong> 95% no segundo» 82 com a totalida<strong>de</strong> do eixo Lisboa-Madrid em operação.<br />

249 Porém, com a anulação do concurso para a construção do troço Lisboa-Poceirão e, consequentemente, sendo<br />

diferentes as condições <strong>de</strong> operação nos primeiros anos (alta velocida<strong>de</strong> apenas no troço Poceirão-Caia), a<br />

razoabilida<strong>de</strong> das estimativas <strong>de</strong> procura para os primeiros anos ficou comprometida.<br />

8.3. Avaliação socio-económica<br />

250 A RAVE promoveu a avaliação socioeconómica do PAV, ou seja, preten<strong>de</strong>u medir o benefício social do projeto.<br />

251 A análise custo-benefício é um exercício importante para <strong>de</strong>cidir sobre a alocação <strong>de</strong> recursos a projetos<br />

públicos. Esta análise constitui um requisito para a candidatura a fundos comunitários, existindo linhas <strong>de</strong><br />

orientação da Comissão Europeia para este tipo <strong>de</strong> avaliação.<br />

252 Não existiu uma análise custo-benefício circunscrita ao troço Poceirão-Caia 83 , ou ao troço Lisboa-Poceirão.<br />

Estas estavam contidas numa análise mais vasta que dizia respeito ao eixo Lisboa-Madrid 84 .<br />

253 A análise custo-benefício do eixo ferroviário <strong>de</strong> alta velocida<strong>de</strong> Lisboa-Madrid (Análise Custo-Benefício Lisboa-<br />

Madrid 85 ) foi realizada em <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2004 para o AVEP. Em fevereiro <strong>de</strong> 2008, a mesma análise foi<br />

atualizada 86 <strong>de</strong>vido à necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> adaptação às linhas <strong>de</strong> orientação comunitárias e revista em 2009 87 .<br />

82<br />

83<br />

84<br />

“Avaliação <strong>de</strong> Mercado e Avaliação Socioeconómica e Financeira da Linha <strong>de</strong> <strong>Alta</strong> Velocida<strong>de</strong> Madrid-Lisboa/Porto- Síntese”.<br />

Único troço que à data dos trabalhos <strong>de</strong> auditoria tinha contrato assinado e o processo concursal terminado.<br />

De acordo com a RAVE, a Terceira Travessia do Tejo, integrada no troço Lisboa-Poceirão, foi objeto <strong>de</strong> uma análise custo-benefício própria.<br />

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