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TRIBUNAL CONTAS PORTUGAL.: Projeto Ferroviário Português de Alta Velocidades

24. Continuação da linha convencional de mercadorias 91 Com o cancelamento do projeto de alta velocidade, a linha ferroviária convencional de mercadorias, incluída no objeto do contrato de concessão Poceirão-Caia, passou a ser desenvolvida diretamente pela REFER, após a recusa de visto ao contrato. 92 Prevê-se que esta linha venha a ter tráfego misto (mercadorias e passageiros). 93 Um dos objetivos da linha Évora-Elvas/Fronteira é melhorar as ligações ao porto de Sines.

24. Continuação da linha convencional de mercadorias
91 Com o cancelamento do projeto de alta velocidade, a linha ferroviária convencional de mercadorias, incluída no objeto do contrato de concessão Poceirão-Caia, passou a ser desenvolvida diretamente pela REFER, após a recusa de visto ao contrato.
92 Prevê-se que esta linha venha a ter tráfego misto (mercadorias e passageiros).
93 Um dos objetivos da linha Évora-Elvas/Fronteira é melhorar as ligações ao porto de Sines.

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RELATÓRIO DE AUDITORIA N.º 24/14 - 2.ª SECÇÃO<br />

re<strong>de</strong>s (AV+Convencional), reflectida, na medida do possível 116 , no estudo realizado pela Ferbritas.<br />

(…) salientamos que no ano <strong>de</strong> 2010 não houve reuniões entre a CP e a RAVE no âmbito específico do projeto<br />

AV, embora tenham ocorrido reuniões conjuntas, também com a participação da REFER, no âmbito <strong>de</strong> um<br />

estudo <strong>de</strong> mercado em curso na RAVE sobre as ligações ferroviárias ao Algarve» 117 .<br />

304 Ainda sobre o material circulante, a CP disse o seguinte:<br />

«A CP nunca dispôs <strong>de</strong> informação oficial sobre o projeto da RAVE para aquisição <strong>de</strong> material circulante AV.<br />

Ressalvamos, pois, alguma imprecisão <strong>de</strong>vida ao déficit <strong>de</strong> informação que registamos neste domínio, sendo<br />

que quando mencionamos “aquisição” não enjeitamos que se pu<strong>de</strong>sse estar a pensar em fornecimentos <strong>de</strong><br />

comboios em leasing ou ao abrigo <strong>de</strong> negócios jurídicos distintos da compra e venda.<br />

Por outro lado, e porque o objecto social da RAVE lhe não permitiria ocupar-se diretamente do material<br />

circulante, ter-se-ão equacionado soluções <strong>de</strong> arquitectura algo complexa, que passariam pela aquisição dos<br />

comboios AV através do Estado, por via da Parpública» 117 .<br />

305 No entanto, a CP realçou a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alguns dos estudos efetuados por responsabilida<strong>de</strong> da RAVE, mas<br />

acrescentou ter dado passos no sentido <strong>de</strong> os levar mais longe:<br />

«No que concerne a estudos <strong>de</strong> mercado e concretamente no que respeita a estimativas <strong>de</strong> procura, o ponto<br />

<strong>de</strong> partida da CP têm sido as estimativas constantes dos estudos efectuados no âmbito da RAVE, sendo aliás<br />

<strong>de</strong> assinalar a qualida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>senvolvimento e abrangência dos mesmos.<br />

No entanto, o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> oferta <strong>de</strong>senvolvido preliminarmente pela CP, tanto para o serviço AV Lisboa-Madrid<br />

como para o serviço AV Lisboa-Porto, consi<strong>de</strong>ra serviços diretos 118 e serviços com paragem nas estações<br />

intermédias, sendo que prevemos leis <strong>de</strong> paragem diferenciadas em função da procura 119 ».<br />

306 A CP sublinhou uma complementarida<strong>de</strong> entre a linha <strong>de</strong> alta velocida<strong>de</strong> e a linha convencional, uma vez que<br />

parte da procura seria captada nas estações intermédias. Tal já acontecia na linha convencional (a ligação<br />

Lisboa-Porto-Braga capta atualmente 60% da procura nas estações intermédias). Enten<strong>de</strong>-se, portanto, que<br />

não haveria propriamente predação entre serviços, mas sim complementarida<strong>de</strong>.<br />

307 A mesma empresa referiu que:<br />

«Não é possível dissociar a alta velocida<strong>de</strong> da ferrovia convencional. Não há dois sistemas, mas sim um único<br />

sistema, com dois sub-sistemas, articulados entre si, por forma a assegurar um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> oferta integrado<br />

adaptado aos diferentes segmentos <strong>de</strong> mercado, com atributos, características e necessida<strong>de</strong>s próprias, por<br />

forma a que os Clientes possam dispor <strong>de</strong> uma gama <strong>de</strong> soluções <strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong>, que lhes permita escolher os<br />

serviços que mais lhes convêm e <strong>de</strong> que pretendam usufruir» 117 .<br />

308 A articulação entre a re<strong>de</strong> convencional e a <strong>de</strong> alta velocida<strong>de</strong> exigiria a utilização <strong>de</strong> material circulante capaz<br />

<strong>de</strong> variar o comprimento dos respetivos eixos e a existência <strong>de</strong> intercambiadores, nos interfaces dos dois<br />

subsistemas. Tanto a CP como a REFER manifestaram posições concordantes, sobre este assunto, tendo a CP<br />

referido que:<br />

«Todo o sistema convencional irá beneficiar com a construção da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> alta velocida<strong>de</strong>, tanto <strong>de</strong> uma forma<br />

directa através da utilização <strong>de</strong> material circulante bibitola que po<strong>de</strong> circular nas linhas <strong>de</strong> alta velocida<strong>de</strong> e<br />

nas convencionais, como indiretamente, dado que é possível transferir serviços <strong>de</strong> longo curso <strong>de</strong> linhas, como<br />

a do Norte, em que alguns troços já apresentam uma <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tráfego <strong>de</strong> tal forma elevada que estão<br />

muito próximo do congestionamento. Há, assim, libertação <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> que será aproveitada por outros<br />

116<br />

117<br />

118<br />

119<br />

«A CP, na sua qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Operador, enten<strong>de</strong> que há na infraestrutura AV aspetos que condicionarão uma verda<strong>de</strong>ira interoperabilida<strong>de</strong> entre as 2<br />

re<strong>de</strong>s (ex: localização da futura estação AV <strong>de</strong> Aveiro), bem como aspetos suscetíveis <strong>de</strong> vir a onerar excessivamente o Operador se não forem<br />

atempadamente revistos (Ex: marchas em vazio para parqueamento e abastecimento <strong>de</strong> comboios) e que, se não po<strong>de</strong>m obviamente resolver no âmbito <strong>de</strong><br />

um estudo <strong>de</strong>ste tipo».<br />

Esclarecimentos prestados pela CP ao TdC, em 28/10/2010.<br />

Por serviços diretos entenda-se serviços sem paragens <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a origem até ao <strong>de</strong>stino final.<br />

«Para além <strong>de</strong> comboios diretos, haverá, ao que tudo presentemente indica, comboios com paragens em todas as estações intermédias e comboios com<br />

paragens apenas em algumas <strong>de</strong>ssas estações. Esclarecimentos prestados pela CP, em 28/10/2010».<br />

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