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mArkeTing & negócios<br />
jmsilva/iStock<br />
A evolução da TV<br />
Website americano fez excelente análise<br />
sobre a evolução do espaço do meio, na<br />
contramão das apostas nos últimos anos<br />
Rafael Sampaio<br />
fonte da análise não po<strong>de</strong>ria ser mais<br />
A isenta: o website CMO.com, que é editado<br />
e suportado pela Adobe, empresa <strong>de</strong><br />
tecnologia sem conexões com nenhuma organização<br />
<strong>de</strong> mídia e que provê soluções e<br />
softwares para <strong>de</strong>sign, marketing e comunicação.<br />
Fundada em 1982, na Califórnia,<br />
hoje é uma organização global com receita<br />
anual superior a US$ 7,5 bilhões. O artigo<br />
é assinado por Todd Wasserman, autor e<br />
jornalista com mais <strong>de</strong> 20 anos <strong>de</strong> experiência,<br />
com foco em marketing e tecnologia,<br />
ex-editor chefe da Brandweek e contribuinte<br />
regular <strong>de</strong> locais como The New<br />
York Times e The Hollywood Reporter.<br />
Esse insuspeito analista espantou-se<br />
com o fato <strong>de</strong> que, no ano em que a previsão<br />
era <strong>de</strong> a mídia digital estar ultrapassando<br />
a TV como o meio com maior fatia no<br />
bolo publicitário americano, os sinais têm<br />
sido <strong>de</strong> que o crescimento da televisão po<strong>de</strong><br />
ser gran<strong>de</strong> o suficiente para não <strong>de</strong>ixar<br />
essa previsão se cumprir. Um <strong>de</strong>sses fatos<br />
foi o investimento das gran<strong>de</strong>s re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> lojas<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>partamento no período <strong>de</strong> volta às<br />
aulas naquele mercado (julho/setembro),<br />
que cresceu 9,3% sobre o mesmo período<br />
do ano anterior. Outro fato foi a previsão <strong>de</strong><br />
um dirigente da Omnicom Media <strong>de</strong> que a<br />
TV tradicional vai crescer 5%, este ano, acima<br />
da média prevista para o mercado.<br />
Outra informação relevante citada foi<br />
uma pesquisa recente feita pela própria<br />
Adobe com mil compradores <strong>de</strong> TV dos<br />
EUA, revelando que a maioria dos profissionais<br />
<strong>de</strong> marketing continua classificando<br />
a TV como superior aos formatos<br />
digitais – incluindo áudio, display, native,<br />
OOH, searching e social – na “capacida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> construir uma conexão emocional com<br />
as marcas”.<br />
Uma razão para a viabilida<strong>de</strong> continuada<br />
da publicida<strong>de</strong> na TV é, simplesmente,<br />
como o artigo enfatiza, que ela funciona.<br />
A Warc, para mencionar outro estudo robusto,<br />
<strong>de</strong>scobriu que, entre as 100 campanhas<br />
globais mais eficazes, uma proporção<br />
maior foi li<strong>de</strong>rada pela TV entre 2013 e 2016,<br />
acima do que ocorreu nos três anos anteriores.<br />
Depois da fase <strong>de</strong> fascínio com a mídia<br />
social, a Warc registrou mais anunciantes<br />
voltando à TV para garantir o retorno máximo<br />
<strong>de</strong> seus investimentos.<br />
Um estudo acadêmico mostrou que os<br />
consumidores prestam mais atenção à publicida<strong>de</strong><br />
na TV. Conduzida pela professora<br />
Karen Nelson-Field, da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
A<strong>de</strong>lai<strong>de</strong>, na Austrália, a investigação usou<br />
a técnica <strong>de</strong> eye-tracking (rastreamento<br />
dos olhos) e <strong>de</strong>monstrou que a TV alcança o<br />
dobro da visualização ativa dos ví<strong>de</strong>os exibidos<br />
no YouTube e 15 vezes a visualização<br />
ativa do Facebook.<br />
A professora explicou que a taxa <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong><br />
é afetada por três fatores: cobertura<br />
(a proporção da tela que o comercial<br />
cobre); confusão (o que ocorre ao redor da<br />
mensagem); e própria visibilida<strong>de</strong> (quanto<br />
do comercial está na tela em todos os<br />
momentos). “Há uma razão pela qual a<br />
maioria dos anunciantes inicia seu planejamento<br />
anual <strong>de</strong> mídia pelos cálculos das<br />
compras antecipadas da TV (que é o padrão<br />
americano). A TV ainda <strong>de</strong>tém a maior parte<br />
dos dólares aplicados em publicida<strong>de</strong><br />
e é única em sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estabelecer<br />
uma conexão emocional com os consumidores”,<br />
conforme avalia um alto executivo<br />
da Adobe.<br />
Como pontua o artigo <strong>de</strong> Wasserman,<br />
“os anunciantes mais experientes estão<br />
colocando a TV no centro das campanhas<br />
‘omnichannel’, pois se um consumidor assistir<br />
a um comercial na TV, ele também<br />
verá a mensagem em seus dispositivos digitais,<br />
reforçando seu efeito”.<br />
A conclusão final da análise é que a TV<br />
continua no centro das ações da mídia<br />
publicitária e todas as muitas inovações<br />
tecnológicas digitais e a expansão da distribuição<br />
<strong>de</strong> sua programação estão tornando<br />
a publicida<strong>de</strong> na TV cada vez mais<br />
atraente.<br />
Rafael Sampaio é consultor em propaganda<br />
rafael.sampaio@uol.com.br<br />
22 8 <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark