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Revista Elas por Elas 2018

A revista sobre gênero Elas por Elas foi criada, em 2007, com o objetivo de dar voz às mulheres e incentivar a luta pela emancipação feminina. A revista enfatiza as questões de gênero e todos os temas que perpassam por esse viés. Elas por Elas traz reportagens sobre mulheres que vivenciam histórias de superação e incentivam outras a serem protagonistas das mudanças, num processo de transformação da sociedade. A revista aborda temas políticos, comportamentais, históricos, culturais, ambientais, literatura, educação, entre outros, para reflexão sobre a história de luta de mulheres que vivem realidades diversas.

A revista sobre gênero Elas por Elas foi criada, em 2007, com o objetivo de dar voz às mulheres e incentivar a luta pela emancipação feminina. A revista enfatiza as questões de gênero e todos os temas que perpassam por esse viés. Elas por Elas traz reportagens sobre mulheres que vivenciam histórias de superação e incentivam outras a serem protagonistas das mudanças, num processo de transformação da sociedade. A revista aborda temas políticos, comportamentais, históricos, culturais, ambientais, literatura, educação, entre outros, para reflexão sobre a história de luta de mulheres que vivem realidades diversas.

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que cada vez mais mulheres se organizam<br />

em coletivos, grupos de redes<br />

sociais, periferias, universidades e<br />

constroem espaços para mudar toda<br />

essa herança deixada <strong>por</strong> um cinema<br />

masculino e excludente.<br />

Terezinha Avelar afirma que o cenário<br />

tem mudado e que isso é resistência.<br />

“Onde a gente está, seja um<br />

longa ou um curta, a gente tá conseguindo<br />

ser protagonista. Então eu tenho<br />

muita esperança, <strong>por</strong>que há anos<br />

atrás a gente não tinha tanta produção<br />

de mulheres”, reflete.<br />

Carla Maia também acredita no<br />

processo de transformação e afirma<br />

que à medida em que se tem mais diversidade<br />

de sujeitos políticos, vai aparecer<br />

mais diversidade nas formas de<br />

fazer. “A gente precisa dessa diversidade,<br />

para que os processos sejam<br />

menos hierárquicos, menos caros. É<br />

possível fazer cinema de muitas maneiras,<br />

não existe uma só.” Para a pesquisadora<br />

também é preciso pensar<br />

sobre o lugar em que se produz. Estar<br />

no Brasil e não em Hollywood significa<br />

dizer que na maioria das vezes as pessoas<br />

fazem cinema com pouco recurso.<br />

“Por isso que a gente começa a inventar<br />

<strong>por</strong> exemplo fórmulas mais colaborativas,<br />

coletivos de cinema. A gente<br />

vive em um país muito desigual para<br />

gastar milhões e milhões de reais em<br />

um filme, que pouca gente assiste.<br />

Isso não existe. A gente tem que pensar<br />

na nossa realidade”, destaca.<br />

Sobre os desafios da mulher como<br />

protagonista, Carla ainda reflete que<br />

é preciso construir uma cultura de<br />

respeito com relação a esse lugar. “É<br />

tanto a mulher que quer comandar<br />

conseguir comandar em paz, com seus<br />

comandados entendendo que ela tem<br />

todo o direito de estar ali naquele<br />

“A gente quer<br />

pertencer à<br />

sociedade que<br />

a gente tá.”<br />

lugar, quanto as mulheres que decidirem<br />

inventar outras formas de realizar,<br />

menos hierárquicas, mais horizontalizadas,<br />

também consigam realizar.<br />

Mas claro, um mundo menos<br />

hierárquico ia fazer bem pra todo<br />

mundo. A gente tem que concordar.”<br />

Para a realizadora audiovisual Mirela<br />

Persichini, a construção do cinema<br />

feminista dialoga com a construção<br />

de uma nova sociedade. “A<br />

gente quer um lugar em que ser mulher<br />

não seja um motivo de assassinato,<br />

nem nada. A gente quer<br />

pertencer à sociedade que a gente tá.<br />

E pra gente é muito im<strong>por</strong>tante entender<br />

que as mulheres estão lutando<br />

é no mundo inteiro pra poder ser o<br />

que elas são”, defende.<br />

A luta segue para que o lugar de<br />

mulher seja onde ela quiser. Inclusive<br />

no cinema. Voltando ao início da<br />

re<strong>por</strong>tagem, agora é hora de fechar os<br />

olhos e mentalizar ser real e possível<br />

os bastidores do cinema repleto de<br />

mulheres em toda sua diversidade.<br />

Ganha a arte, ganha o cinema, ganha<br />

toda uma sociedade que sonha com o<br />

fim de tanta opressão e desigualdade.<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Elas</strong> <strong>por</strong> <strong>Elas</strong> - Outubro <strong>2018</strong><br />

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