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edição de 24 de dezembro de 2018

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estão vestuário, brinquedo, calçado, telefonia<br />

e perfumaria.<br />

Glauco Humai, presi<strong>de</strong>nte da Abrasce, afirma<br />

que o setor está entre os cinco que mais<br />

crescem, com <strong>de</strong>sempenho significativo nos<br />

últimos três anos. Para ele, além da retomada<br />

econômica e estabilida<strong>de</strong> política, a previsão<br />

<strong>de</strong> alta é fruto do esforço dos empreen<strong>de</strong>dores.<br />

Outro fator <strong>de</strong> peso em sua avaliação<br />

é que, acompanhando as tendências e hábitos<br />

do consumidor, os shoppings passaram<br />

a ofertar um mix que equilibra consumo, lazer,<br />

entretenimento e serviços. “Atualmente,<br />

o setor representa 2,7% do PIB brasileiro. Os<br />

empreendimentos são centros <strong>de</strong> compras,<br />

convivência e conveniência. São locais <strong>de</strong><br />

encontro e on<strong>de</strong> as pessoas ‘resolvem a vida’.<br />

Os shoppings se preparam para operar em<br />

uma jornada multicanal e estar ainda mais<br />

próximos ao cliente”, <strong>de</strong>clara.<br />

Humai também lembra que só no ano passado<br />

mais <strong>de</strong> R$ 50 bilhões foram injetados<br />

na economia do país, no fim do ano, impulsionados<br />

pela data comemorativa. O fluxo<br />

<strong>de</strong> visitantes em novembro cresceu cerca <strong>de</strong><br />

3%, em relação a 2017, e este mês permanece<br />

alto pela chegada da data. Outro ingrediente<br />

na balança são os novos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> negócios<br />

que se intensificam nesta época do ano,<br />

como flagships stores, pop ups e quiosques.<br />

Esse fator, aliado à comodida<strong>de</strong> e segurança,<br />

leva a uma expectativa <strong>de</strong> aumento <strong>de</strong> 5% no<br />

fluxo. “O setor é favorecido pela melhora da<br />

confiança dos consumidores, ampliação das<br />

concessões <strong>de</strong> crédito, inadimplência em patamares<br />

mais baixos e o aumento na geração<br />

das vagas <strong>de</strong> trabalho”, diz.<br />

Laureane Cavalcanti, diretora <strong>de</strong> marketing<br />

e comunicação da Sonae Sierra Brasil,<br />

que tem 10 empreendimentos, vê uma mudança<br />

no tom das campanhas do setor, que<br />

voltaram a ser mais promocionais. “Este ano,<br />

com greve no primeiro semestre e a Copa do<br />

Mundo, o fluxo <strong>de</strong> pessoas foi afetado. Fizemos<br />

ajustes. Tivemos campanha <strong>de</strong> liquidação<br />

em julho, por exemplo. Agora, mudamos<br />

a estratégia, saímos um pouco do tom mais<br />

emocional, e vimos oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> voltar<br />

a investir em ações promocionais. Fizemos<br />

uma parceria com a Natura para um compre<br />

e ganhe, por exemplo, e em alguns shoppings<br />

temos sorteios <strong>de</strong> carros”, conta.<br />

Outra gran<strong>de</strong> ação está na re<strong>de</strong> brMalls,<br />

que vai sortear 572 iPhones nos seus mais <strong>de</strong><br />

30 shoppings. Maria Fernanda Paoli, diretora<br />

<strong>de</strong> marketing da re<strong>de</strong>, afirma que a i<strong>de</strong>ia da<br />

promoção partiu do interesse pela compra <strong>de</strong><br />

celulares. Além das ações, a executiva <strong>de</strong>fen<strong>de</strong><br />

uma boa <strong>de</strong>coração como atração para o<br />

consumidor. “O período <strong>de</strong> Natal é uma realização<br />

<strong>de</strong> sonhos, muito mais que o momento<br />

<strong>de</strong> compra somente. Oferecemos <strong>de</strong>corações<br />

<strong>de</strong> Natal lúdicas com personagens da Disney,<br />

que é parceiro exclusivo da brMalls em shopping<br />

centers. É um conjunto <strong>de</strong> atrações que<br />

fazem uma experiência completa para o consumidor<br />

em novembro e <strong>de</strong>zembro”, diz.<br />

DIRETO NO CORAÇÃO<br />

Já o estudo Tendências <strong>de</strong> Consumo para<br />

o Natal <strong>de</strong> <strong>2018</strong>, <strong>de</strong>senvolvido pela GhFly<br />

com o Google, concluiu que data po<strong>de</strong> movimentar<br />

R$ 53,5 bilhões em vendas e o ticket<br />

médio crescerá 10% em relação ao ano<br />

<strong>de</strong> 2017, chegando a R$ 304. E boa parte está<br />

ligada a fatores emocionais. Na tradição dos<br />

Fotos: Divulgação<br />

Glauco Humai <strong>de</strong>staca ressignificação <strong>de</strong> shoppings<br />

“a expectativa positiva<br />

para o Natal dá indícios<br />

sobre a disposição dos<br />

brasileiros em consumir”<br />

presentes, por exemplo, os agraciados serão<br />

principalmente familiares: 60% escolheram<br />

pais e mães. Filhos e companheiros aparecem<br />

<strong>de</strong>pois, com 33% cada, e irmãos com 32%. O<br />

setor <strong>de</strong> vestuário aparece novamente em<br />

<strong>de</strong>staque. Roupas, sapatos, acessórios ou<br />

joias/bijuterias li<strong>de</strong>ram a preferência <strong>de</strong> 54%<br />

das pessoas. Em seguida estão brinquedos ou<br />

produtos infantis (34%), perfumes e/ou cosméticos<br />

(32%), eletrônicos ou eletrodomésticos<br />

(16%) e vale/cartão <strong>de</strong> presente (14%).<br />

Gustavo Hana, CEO da GhFly, ressalta<br />

ainda outro dado da pesquisa, relacionado à<br />

tecnologia: oito em cada <strong>de</strong>z consumidores<br />

se inspiram ou buscam o que presentear pela<br />

Laureane: “A Black Friday é um pré-Natal interessante”<br />

internet. Por isso, ele analisa que as campanhas<br />

online têm fundamental importância na<br />

<strong>de</strong>cisão do consumidor. “As compras nesta<br />

época do ano têm características peculiares<br />

tendo em vista que os compradores estão<br />

presenteando alguém da família. A comunicação<br />

<strong>de</strong>ve ter apelo emocional com foco em<br />

quem vai presentear”, afirma. Ele chama a<br />

atenção <strong>de</strong> que cerca <strong>de</strong> 19% das vendas ocorrem<br />

na véspera ou no dia. “Um planejamento<br />

estruturado entrega resultado mais eficiente,<br />

ainda mais pelo amadurecimento das campanhas<br />

digitais, mas ainda dá tempo <strong>de</strong> impactar<br />

e acelerar as vendas”, acrescenta.<br />

As lembranças também têm gran<strong>de</strong> influência.<br />

O estudo A Magia do Natal, realizado<br />

com mil pessoas pela MindMiners, ressalta<br />

que o período é um dos favoritos dos brasileiros.<br />

75% dos participantes afirmam gostar da<br />

data e, quando pensam na infância, o percentual<br />

sobe para 88%. Em relação aos presentes,<br />

34% dos entrevistados sempre compram<br />

mimos na data, e 56% afirmam que o fazem<br />

<strong>de</strong> vez em quando. Já as primeiras marcas<br />

que lembram quando o assunto é Natal são<br />

Bauducco, Coca-Cola e Sadia.<br />

BLACK FRIDAY E NATAL DE MÃOS DADAS<br />

O comércio eletrônico segue crescendo e<br />

<strong>de</strong>ve movimentar R$ 9,4 bi (12% a mais que<br />

a mesma data <strong>de</strong> 2017), segundo a ABComm,<br />

que representa as lojas virtuais no país. Cerca<br />

<strong>de</strong> 31 milhões <strong>de</strong> pedidos <strong>de</strong>vem ter sido<br />

feitos até 22 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro, com tíquete médio<br />

<strong>de</strong> R$ 296. Os itens mais procurados incluem<br />

produtos <strong>de</strong> informática, eletrônicos, celulares,<br />

moda, acessórios, casa e <strong>de</strong>coração.<br />

A ABComm avalia ainda que parte das<br />

vendas do período <strong>de</strong> Natal foi realizada na<br />

Black Friday. Mauricio Salvador, presi<strong>de</strong>nte<br />

da entida<strong>de</strong>, explica que 30% do total movimentado<br />

no período foi <strong>de</strong> consumidores<br />

antecipando a data e cerca <strong>de</strong> R$ 876 milhões<br />

em vendas foram sobrepostas. Em 2017, foi<br />

26%; e em 2016, 20%. Na visão do profissional,<br />

o fato <strong>de</strong>sse percentual da Black Friday<br />

canibalizar as vendas <strong>de</strong> Natal não é negativo.<br />

Pelo contrário: mostra maior maturida<strong>de</strong><br />

do consumidor em achar ofertas na internet<br />

e antecipar as compras para não ter surpresa<br />

com entregas e atrasos. “Percebemos uma<br />

retomada na confiança do consumidor no<br />

ambiente econômico do país, que se reflete<br />

no varejo. As pessoas vêm adotando a Black<br />

Friday como uma data importante para fazer<br />

compras com <strong>de</strong>scontos relevantes e estão se<br />

planejando melhor para fazer as compras <strong>de</strong><br />

Natal no comércio eletrônico. Esperamos que<br />

no próximo ano esse percentual <strong>de</strong>va subir<br />

mais”, afirma. Laureane, da Sonae, concorda.<br />

“A Black Friday mexe com os shoppings, é um<br />

pré-Natal muito interessante”, comenta.<br />

Uma das pedras no caminho <strong>de</strong> todo esse<br />

otimismo continua sendo a inadimplência.<br />

Estima-se que mais <strong>de</strong> 62 milhões <strong>de</strong> brasileiros<br />

estão com o CPF restrito para fazer<br />

compras a prazo ou contratar crédito. Segundo<br />

dados apurados pela CNDL e pelo SPC<br />

Brasil, a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> inadimplentes cresceu<br />

4,22% em outubro na comparação com<br />

o mesmo mês 2017. Os principais motivos da<br />

negativação <strong>de</strong> CPFs no país são o crediário<br />

(65%), o cartão <strong>de</strong> crédito (63%) e o empréstimo<br />

pessoal em bancos ou financeiras (61%).<br />

Apesar <strong>de</strong> tudo isso, o varejo está ansioso e<br />

pronto para a chegada do bom velhinho.<br />

jornal propmark - <strong>24</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 41

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