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Jornal das Oficinas 161

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15<br />

A<br />

notícia foi divulgada a 8 de<br />

março: Dia Internacional da<br />

Mulher. O Portal da Queixa, a<br />

maior rede social de consumidores<br />

em Portugal, verificou um aumento<br />

significativo do número de reclamações<br />

dirigi<strong>das</strong> à MOBI.E, empresa de<br />

mobilidade elétrica responsável pelos<br />

postos de carregamento existentes em<br />

Portugal. Entre abril de 2018 e março<br />

de 2019, as queixas dispararam, imagine-se,<br />

266% comparativamente ao<br />

período homólogo anterior (abril de<br />

2017 a março de 2018). O Portal da<br />

Queixa constatou que a indisponibilidade<br />

dos postos de carregamento e as<br />

avarias constantes dos equipamentos<br />

são os principais motivos <strong>das</strong> reclamações<br />

apresenta<strong>das</strong> contra a MOBI.E.<br />

A análise de dados efetuada pelo<br />

Portal da Queixa permitiu apurar um<br />

registo total de 110 reclamações entre<br />

abril de 2016 e 6 de março de 2019. E<br />

identificou que “o total abandono no<br />

apoio” (por parte da empresa), consiste<br />

numa denúncia apontada pela generalidade<br />

dos queixosos ao longo dos<br />

anos. A atestar esta realidade, está a<br />

Taxa de Resposta da MOBI.E às mais de<br />

100 reclamações apresenta<strong>das</strong>: 1,1%.<br />

Já o Índice de Satisfação, situa-se em<br />

1,4%, refletindo, assim, o descontentamento<br />

dos consumidores.<br />

ver se tudo isto vai para a frente ou<br />

se não passará de (mais) uma euforia<br />

eletrizante.<br />

Há nove anos que os veículos elétricos<br />

fazem parte do “dia a dia” do consumidor<br />

português, uma vez que 2010 foi<br />

considerado o “ano zero” da mobilidade<br />

elétrica no nosso país. Nessa altura, a<br />

31%<br />

n OUSADIA NACIONAL<br />

“O mistério do veículo elétrico”. É<br />

este o foco da mais recente edição<br />

d’O Observador Cetelem, resultado de<br />

um estudo económico e de inquéritos<br />

aos consumidores de 16 países, entre<br />

os quais Portugal, cujas entrevistas no<br />

terreno foram conduzi<strong>das</strong> pela Harris<br />

Interactive durante os meses de junas<br />

o conceito de mobilidade urbana,<br />

mas a forma como nos relacionamos<br />

com o automóvel. A opção por modelos<br />

sem emissões poluentes na sua<br />

utilização, sem consumo de combustível<br />

e sem ruído de funcionamento<br />

pressupõe uma alteração dos hábitos<br />

de condução e uma maior “consciência<br />

ambiental”. Contudo, o preço da<br />

tecnologia e a autonomia ainda são<br />

barreiras a ultrapassar.<br />

Impulsionados pelas alterações<br />

climáticas, que levam à criação de<br />

normas ambientais cada vez mais<br />

aperta<strong>das</strong>, os construtores fazem<br />

aquilo que lhes compete, ou seja,<br />

dos portugueses afirma considerar a compra de um<br />

veículo elétrico nos próximos 12 meses *<br />

n GOVERNO PROMETE APOIOS<br />

A contrastar com as queixas de os<br />

postos de carregamento não estarem a<br />

funcionar devidamente, um problema<br />

que se estende, de resto, de norte a sul<br />

do país, está o facto de os veículos elétricos<br />

terem aumentado bastante a sua<br />

presença nas estra<strong>das</strong> portuguesas. Ou<br />

melhor, nas nossas principais cidades.<br />

Mas já lá iremos. A propósito ainda dos<br />

postos, refira-se que, recentemente,<br />

o Governo anunciou a intenção de<br />

criar incentivos para a instalação de<br />

100 estações de carregamento rápido<br />

para veículos elétricos até final deste<br />

ano. O objetivo é começar a instalar<br />

estas novas estações a partir do dia 1<br />

de abril. Até parece mentira. Até porque<br />

os apoios previstos pretendem triplicar<br />

a oferta existente. Outra novidade<br />

anunciada aponta para que, ainda este<br />

ano, o carregamento passe a ser pago<br />

em todos os postos. Cá estaremos para<br />

49%<br />

Nissan deu início à comercialização<br />

do LEAF e a Mitsubishi fez o mesmo<br />

com o i-MiEV, motiva<strong>das</strong> pela grande<br />

aposta do Governo de José Sócrates<br />

nas energias alternativas, com a mobilidade<br />

elétrica à cabeça. O Programa<br />

MOBI.E desenvolveu-se, os postos de<br />

carregamento apareceram e os incentivos<br />

fiscais foram criados. Até esteve<br />

para ser construída uma fábrica da Nissan<br />

destinada à produção de baterias.<br />

n OFERTA A CRESCER<br />

A oferta de veículos elétricos tem<br />

vindo a aumentar de ano para ano<br />

em Portugal. O aparecimento destas<br />

propostas veio revolucionar não ape-<br />

www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com<br />

desenvolvem automóveis elétricos,<br />

dando azo a um discurso politicamente<br />

correto que não tem fronteiras.<br />

Em 2018, segundo dados da ACAP<br />

(Associação Automóvel de Portugal),<br />

a venda de veículos elétricos registou<br />

um aumento exponencial, tendo<br />

atingido um crescimento na ordem<br />

dos 148% face a 2017. Após um ano<br />

recorde de ven<strong>das</strong>, o segmento dos<br />

automóveis elétricos continua com<br />

forte dinamismo no nosso país: nos<br />

primeiros dois meses de 2019, venderam-se<br />

1.181 ligeiros de passageiros,<br />

certamente muitos deles destinados a<br />

frotas e organismos públicos. Os consumidores<br />

nacionais, sem ponderarem<br />

dos portugueses refere que a baixa autonomia é um<br />

entrave à compra de um veículo elétrico *<br />

muito bem o que farão aos veículos<br />

dentro de quatro, seis ou oito anos<br />

(muito menos se mostram preocupados<br />

com a reciclagem <strong>das</strong> baterias<br />

em fim de vida), parecem demonstrar<br />

recetividade à mudança, estando (aparentemente)<br />

sensíveis a uma atitude<br />

ambientalmente mais responsável e<br />

defendendo uma estratégia mais sustentável<br />

do ponto de vista energético.<br />

Mas será mesmo assim?<br />

2019 I Abril

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