Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Fedima<br />
A <strong>Revista</strong> <strong>dos</strong> <strong>Pneus</strong> visitou as instalações da Fedima no mês em que a marca celebrou<br />
o seu 50.° aniversário. Carlos Feliciano Marques e Maria da Conceição Marques, foram os<br />
anfitriões que nos guiaram pelas cinco décadas de história da empresa de Alcobaça<br />
Por: João Vieira<br />
Localizada à entrada de Alcobaça, a<br />
Recauchutagem 31 (R31), que tem<br />
no seu portefólio a Fedima, marca<br />
com a “produção mais variada do<br />
mundo”, é uma empresa de referência no<br />
concelho, onde sempre exerceu a sua atividade.<br />
A <strong>Revista</strong> <strong>dos</strong> <strong>Pneus</strong> foi conhecer, por<br />
dentro, esta carismática empresa de pneus<br />
ao longo <strong>dos</strong> 15.000 m 2 das instalações, repartidas<br />
por várias áreas e setores, nos quais<br />
trabalham, atualmente, cerca de 90 pessoas.<br />
Equipada com a mais moderna tecnologia<br />
para recauchutagem de pneus, a R31 tem<br />
uma capacidade de produção diária instalada<br />
superior a 1.000 pneus. Mas, no início, tudo<br />
foi diferente, conforme nos contou Carlos<br />
Marques, administrador da empresa. “A R31<br />
abriu a sua atividade em 1969 no setor da<br />
reconstrução de pneus usa<strong>dos</strong> e comercialização<br />
de pneus novos. No início, esta sociedade,<br />
de cariz familiar, constituída pelo<br />
meu pai, por mim, por um cunhado e por<br />
um primo, desenvolvia a sua atividade com<br />
o apoio de cinco colaboradores, numa área<br />
de 400 m 2 . A fundação da empresa coincidiu<br />
com a minha entrada no serviço militar, onde<br />
estive 38 meses, 25 <strong>dos</strong> quais em Angola, de<br />
onde regressei em 1972”, começa por revelar.<br />
NEGÓCIO EM CRESCIMENTO<br />
A 23 de fevereiro de 1974, Carlos Marques<br />
casou-se e, poucos meses depois, aconteceu<br />
a revolução do 25 de Abril. “As empresas onde<br />
eu e a minha esposa trabalhávamos, entraram<br />
em autogestão e os tempos eram de indecisão.<br />
Consegui acabar o curso de engenharia<br />
e, em 1975, eu e a minha esposa, grávida da<br />
nossa filha, Rita, entrámos na empresa. Até<br />
1981, foram seis anos excecionais e um período<br />
interessante de venda de pneus novos<br />
e recauchuta<strong>dos</strong>”, dá conta o administrador.<br />
Em 1981, houve uma separação da empresa.<br />
“Eu e a minha esposa ficámos com o setor<br />
industrial. Nesse ano, a empresa virou a sua<br />
estratégia, exclusivamente, para o processo<br />
de reconstrução de pneus, procurando know-<br />
-how sobretudo em merca<strong>dos</strong> estrangeiros”,<br />
acrescenta. Em 1986, a empresa lançou os<br />
pisos pré-molda<strong>dos</strong>, graças à parceria com<br />
o grupo italiano Ital-Rubber, que alavancou<br />
todo o processo de crescimento da empresa.<br />
A aquisição do primeiro autoclave veio revolucionar<br />
o sistema de recauchutagem pela<br />
simplicidade e a produção aumentou consideravelmente.<br />
“Nesse período, cheguei a<br />
receber quatro camiões de borracha e pisos<br />
pré molda<strong>dos</strong> por mês, equivalentes a 100<br />
toneladas de material que revendia. Fomos<br />
pioneiros na recauchutagem a frio em Portugal<br />
com pisos pré molda<strong>dos</strong>”, frisa Carlos<br />
Marques.<br />
Em 1991, a empresa arrancou com a recauchutagem<br />
integral para pneus de turismo, comerciais<br />
e 4x4. Na altura, fazia muita confusão<br />
aos clientes não utilizar as carcaças que estes<br />
enviavam. Mas, com o tempo, essa preocupação<br />
desapareceu, porque a empresa garantia<br />
a qualidade do pneu independente da carcaça<br />
utilizada. “Ainda no ano 1991”, recorda<br />
o nosso interlocutor, “criámos duas marcas<br />
próprias: Fedima para as gamas de turismo,<br />
comercial e 4x4; Cafema para o mercado agrícola.<br />
Esta aposta aumentou a produção diária<br />
em muitas centenas de unidades. Em 1993,<br />
adquirimos uma autoclave de três metros<br />
de diâmetro para pneus industriais e OTR”,<br />
explica o administrador.<br />
Para acompanhar as exigências crescentes<br />
<strong>dos</strong> merca<strong>dos</strong>, a empresa avançou com a<br />
melhoria das instalações, criando setores de<br />
produção específicos em espaços distintos,<br />
com uma área total de 15.000 m2. “A 26 de<br />
fevereiro de 1998, coincidindo com o meu<br />
50.° aniversário, inaugurámos as novas instalações<br />
e foi também neste ano que realizámos<br />
uma exposição de pneus 4x4 em Santa Maria<br />
da Feira, que se revelou um marco importante<br />
na história da empresa. Verificámos a grande<br />
necessidade que o mercado tinha de pneus<br />
4x4 recauchuta<strong>dos</strong> de piso agressivo, para<br />
fora de estrada, e iniciámos a produção de<br />
uma linha completa deste tipo de pneus”,<br />
refere Carlos Marques.<br />
PRESENÇA ASSÍDUA NA MOTORTEC<br />
Em 1999, também foi importante a parceria<br />
com um fornecedor do Peru, que permitiu<br />
à companhia lançar os pisos pré molda<strong>dos</strong><br />
industriais com um único “pegamento”, que<br />
era um sistema totalmente diferente do que<br />
havia. “No ano 2000, certificámos a empresa<br />
com a norma NP EN ISO9001:2000. Uma<br />
decisão importante e, também, necessária,<br />
pois a exportação a tal obrigava. Iniciámos o<br />
processo de exportação no início da década<br />
de 2000, para países de proximidade física e<br />
cultural, como Espanha e, mais tarde, França,<br />
Fernando Dias Marques, fundador da<br />
Recauchutagem 31, iniciou a atividade com a<br />
reconstrução de pneus usa<strong>dos</strong> e a comercialização<br />
de pneus novos<br />
www.revista<strong>dos</strong>pneus.com | 35