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EXAME Abril 2020

Nesta edição analisamos o impacto da crise provocada pelo Covid 19 a nível global, no continente africano e em Moçambique, recorrendo à opinião de diversos especialistas. Mas não só. Procuramos também opiniões de como sair dela. A secção Inovação apresenta um conjunto de iniciativas que se estão a desenvolver para o ataque a este vírus. E a resposta só pode vir da inovação.

Nesta edição analisamos o impacto da crise provocada pelo Covid 19 a nível global, no continente africano e em Moçambique, recorrendo à opinião de diversos especialistas. Mas não só. Procuramos também opiniões de como sair dela.
A secção Inovação apresenta um conjunto de iniciativas que se estão a desenvolver para o ataque a este vírus. E a resposta só pode vir da inovação.

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GLOBAL COMÉRCIO<br />

TRUMP<br />

ADMITE TARIFAS<br />

AO BRASIL<br />

A ameaça de Donald Trump de impor tarifas ao Brasil<br />

abre uma nova frente de disputas comerciais.<br />

O proteccionismo tenta compensar o dólar alto.<br />

E satisfazer a base eleitoral de Trump<br />

FILIPE SERRANO<br />

P<br />

ode ter sido apenas mais<br />

uma jogada do Presidente<br />

Donald Trump para obter<br />

vantagens para os Estados<br />

Unidos, como já o fez com<br />

diversos países para forçar a assinatura<br />

de acordos. Mas o anúncio feito através<br />

da sua conta no Twitter, em Dezembro,<br />

de que o governo norte-americano deve<br />

impor tarifas de importação sobre o aço<br />

e o alumínio brasileiro e argentino, colocou<br />

definitivamente o Brasil na rota das<br />

políticas comerciais proteccionistas que<br />

são a marca do governo Trump. Se de<br />

facto forem impostas pelos Estados Unidos<br />

(o que não havia acontecido até este<br />

texto ser concluído), as tarifas serão um<br />

duro golpe tanto para o sector siderúrgico<br />

quanto para o governo do Presidente Jair<br />

Bolsonaro. Desde que assumiu a Presidência,<br />

Bolsonaro julgava ter acesso privilegiado<br />

à Casa Branca, e o Brasil, inclusive,<br />

abriu mão do status preferencial de país<br />

emergente na Organização Mundial do<br />

Comércio a pedido dos Estados Unidos,<br />

em troca de uma promessa de apoio americano<br />

à sua entrada na Organização para<br />

a Cooperação e Desenvolvimento Económico<br />

— algo que ainda não ocorreu.<br />

Não é a primeira vez que Trump ameaça<br />

o Brasil. Em 2018, o país já havia sido prejudicado<br />

quando o governo norte-americano<br />

decidiu impor tarifas de importação<br />

de 25% sobre o aço e de 10% sobre o alumínio,<br />

com o argumento de que a dependência<br />

das importações desses produtos<br />

era uma ameaça à segurança nacional<br />

devido à sua relação com a indústria de<br />

armamento. Mas o efeito das tarifas foi<br />

minimizado porque o Brasil, bem como<br />

a maioria dos países que exportam aço e<br />

alumínio para os Estados Unidos, conseguiu<br />

negociar uma isenção da tarifa em<br />

troca de uma quota para as importações.<br />

Também no ano passado, Trump mencionou<br />

numa entrevista que o Brasil e a<br />

Índia tinham impostos de importação<br />

elevados que prejudicavam as empresas<br />

americanas, e sugeriu que fosse feito algo<br />

para modificar a situação. A ameaça, no<br />

entanto, não se confirmou e foi esquecida.<br />

O que surpreende agora no anúncio<br />

de Trump pelo Twitter é não só o modo<br />

inesperado como foi feito, mas o facto<br />

62 | Exame Moçambique

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