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EXAME Abril 2020

Nesta edição analisamos o impacto da crise provocada pelo Covid 19 a nível global, no continente africano e em Moçambique, recorrendo à opinião de diversos especialistas. Mas não só. Procuramos também opiniões de como sair dela. A secção Inovação apresenta um conjunto de iniciativas que se estão a desenvolver para o ataque a este vírus. E a resposta só pode vir da inovação.

Nesta edição analisamos o impacto da crise provocada pelo Covid 19 a nível global, no continente africano e em Moçambique, recorrendo à opinião de diversos especialistas. Mas não só. Procuramos também opiniões de como sair dela.
A secção Inovação apresenta um conjunto de iniciativas que se estão a desenvolver para o ataque a este vírus. E a resposta só pode vir da inovação.

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TECNOLOGIA STREAMING<br />

MÚSICA:<br />

O DIGITAL<br />

DÁ LUCRO<br />

Pela primeira vez os serviços de streaming de música<br />

terá alcançado mil milhões de ouvintes em todo o mundo.<br />

E o seu crescimento deve fazer a indústria fonográfica<br />

duplicar de tamanho na próxima década. É uma viragem<br />

e tanto num sector que se encontrava em declínio<br />

LUCAS AGRELA<br />

ESCRITÓRIO<br />

DO SPOTIFY,<br />

NA SUÉCIA: Os serviços<br />

de streaming já representam<br />

quase metade da facturação<br />

do mercado da música<br />

No final do último milénio<br />

a imagem da indústria da<br />

música era a de um mercado<br />

em decadência. As vendas<br />

de álbuns — o pilar do seu<br />

modelo de negócios — perderam sentido<br />

depois do surgimento da música digital,<br />

distribuída e partilhada pela Internet (muitas<br />

vezes ilegalmente). Na época, poucos<br />

investidores de consciência sã colocariam<br />

as suas fichas neste segmento apostando<br />

numa recuperação. Passados mais<br />

de dez anos, o que se vê é exactamente o<br />

oposto. A receita da indústria fonográfica<br />

não apenas parou de diminuir como<br />

tem vindo a aumentar a um ritmo que<br />

não se via há muito tempo. No ano passado,<br />

as vendas globais do sector somaram<br />

19 mil milhões de dólares — quase<br />

10% mais do que em 2017 — e a tendência<br />

é para aumentarem. Até os analistas<br />

do mercado mudaram de ideias. Em 2019,<br />

o banco Goldman Sachs reviu a sua previsão<br />

e agora estima que a indústria musical<br />

terá uma facturação de 45 mil milhões<br />

de dólares em 2030, mais do dobro da que<br />

regista actualmente.<br />

A viragem é puxada pelo crescimento<br />

das aplicações de música por streaming,<br />

que oferecem um amplo acervo pelo preço<br />

de um único álbum por mês. Enquanto as<br />

vendas de CD continuaram a cair, a facturação<br />

com os serviços de streaming explodiu<br />

nos últimos anos e atingiu os 9 mil<br />

milhões de dólares em 2018, quase metade<br />

do total. Segundo um estudo recente da<br />

consultora de mercado alemã Statista,<br />

em 2019, pela primeira vez, o mercado<br />

de streaming de música terá alcançado<br />

mil milhões de ouvintes, entre assinantes<br />

e pessoas que acedem aos seus serviços<br />

gratuitamente. É um marco para um<br />

sector que vendeu uns míseros 52 milhões<br />

de CD em 2018 nos Estados Unidos, 94%<br />

menos do que os 943 milhões comercializados<br />

em 2000, segundo a associação<br />

americana que representa o sector, a Riaa.<br />

Fundada em 2008, a empresa sueca<br />

Spotify é o grande expoente e líder entre<br />

os serviços de música. Está presente em<br />

79 países e parte do segredo do seu sucesso<br />

é o modelo de negócios, que mistura<br />

assinaturas que permitem fazer o download<br />

e aceder a um acervo de mais de<br />

50 milhões de músicas, e receitas com<br />

publicidade, veiculada para os ouvintes<br />

que preferem não pagar. Os planos custam<br />

70 | Exame Moçambique

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