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edição de 29 de junho de 2020

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merCAdo<br />

Carrefour e Pão <strong>de</strong> Açúcar fazem<br />

reflexões sobre o futuro do varejo<br />

Diretores <strong>de</strong> marketing das empresas abordaram os <strong>de</strong>safios e suas<br />

atuais visões do setor em encontro promovido pela ABA e Grupo Croma<br />

Alisson Fernán<strong>de</strong>z<br />

isolamento social, causado<br />

O pela pan<strong>de</strong>mia da Covid-19,<br />

trouxe gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>safios para<br />

o setor varejista. Com poucas<br />

pessoas circulando pelas ruas,<br />

as empresas tiveram <strong>de</strong> fortalecer<br />

sua presença digital e, assim,<br />

aten<strong>de</strong>r o consumidor que<br />

está em casa. A segunda edição<br />

da websérie Perspectivas – uma<br />

visão setorizada da inovação,<br />

realizada pela ABA (Associação<br />

Brasileira <strong>de</strong> Anunciantes), em<br />

parceria com o Grupo Croma,<br />

trouxe Silvana Balbo, diretora<br />

<strong>de</strong> marketing do Carrefour,<br />

e Othon Vela, diretor <strong>de</strong> marketing<br />

do varejo alimentar do<br />

GPA, responsável pelas marcas<br />

Extra e Pão <strong>de</strong> Açúcar, para refletir<br />

sobre o futuro da área.<br />

“Queremos trazer uma visão<br />

otimista das empresas e CMOs<br />

que fazem parte da nossa associação.<br />

Todos os nossos eventos<br />

são pensados para fortalecer o<br />

ecossistema <strong>de</strong> marketing do<br />

nosso país e, assim, colocarmos<br />

em prática o propósito da ABA,<br />

que é mobilizar o marketing<br />

para transformar os negócios e<br />

a socieda<strong>de</strong>”, comenta Sandra<br />

Martinelli, presi<strong>de</strong>nte-executiva<br />

da ABA.<br />

Com mo<strong>de</strong>ração <strong>de</strong> Edmar<br />

Bulla, fundador do Grupo Croma,<br />

o bate-papo começou trazendo<br />

as palavras que melhor<br />

<strong>de</strong>finem o setor varejista. Para<br />

Silvana Balbo, diretora <strong>de</strong> marketing<br />

do Carrefour, os termos<br />

humano e vivo explanam bem<br />

as áreas <strong>de</strong> atuação do segmento.<br />

“Essas duas palavras <strong>de</strong>finem<br />

bem o varejo e continuam<br />

sendo atuais. Nunca fomos tão<br />

preocupados com as pessoas. O<br />

varejo é feito <strong>de</strong> gente e para servir<br />

gente. Além disso, é um ser<br />

vivo. A cada dia a loja tem uma<br />

realida<strong>de</strong> diferente e um <strong>de</strong>safio<br />

novo. Por isso, falo que o varejo<br />

não tem rotina. Ser um ser vivo é<br />

uma característica mesmo antes<br />

da pan<strong>de</strong>mia. Agora, estamos vivendo<br />

isso ao extremo”, diz.<br />

Executivos falaram sobre questões como agilida<strong>de</strong> para aten<strong>de</strong>r os clientes no digital e comunicação mais eficiente<br />

Já Othon Vela, diretor <strong>de</strong> marketing<br />

do Grupo Pão <strong>de</strong> Açúcar,<br />

acredita que a palavra que melhor<br />

representa o varejo atual é<br />

agilida<strong>de</strong>. “Precisamos <strong>de</strong> agilida<strong>de</strong><br />

para apren<strong>de</strong>r em um ambiente<br />

on<strong>de</strong> as coisas são muito<br />

incertas e para reagir e tomar<br />

atitu<strong>de</strong>s do dia para a noite”,<br />

ressalta.<br />

Nos últimos anos, o varejo<br />

vem enfrentado o <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> se<br />

adaptar às novas tecnologias.<br />

Mas, com o isolamento social,<br />

as marcas perceberam que precisavam<br />

fortalecer seus canais<br />

digitais e acompanhar mais <strong>de</strong><br />

perto as mudanças <strong>de</strong> hábitos<br />

dos consumidores.<br />

“Uma das coisas que me <strong>de</strong>ixaram<br />

bastante feliz durante a<br />

pan<strong>de</strong>mia foi constatar que estávamos<br />

muito preparados digitalmente.<br />

Isso já fazia parte da<br />

nossa estratégia e tivemos uma<br />

certa facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> potencializar<br />

a área. Não falo só do e-commerce,<br />

mas <strong>de</strong> todo o relacionamento<br />

que temos com os clientes<br />

pelas plataformas digitais,<br />

on<strong>de</strong> conseguimos nos aproximar<br />

ainda mais. Atualmente,<br />

somos mais ágeis, temos custos<br />

mais baixos e uma comunicação<br />

mais eficiente. Este é um legado<br />

e uma aposta que fica para o futuro”,<br />

comenta Silvana.<br />

Para Vela, a gran<strong>de</strong> superação<br />

foi tratar com o <strong>de</strong>sconhecido.<br />

“Estamos muito acostumados,<br />

por exemplo, a fazer campanhas<br />

sazonais, on<strong>de</strong> a aglomeração é a<br />

parte principal. Então, este período<br />

nos trouxe novas situações e<br />

uma maior sensibilida<strong>de</strong> para se<br />

colocar em diferentes situações<br />

familiares. Fomos além do nosso<br />

papel como companhia e transmitimos<br />

uma mensagem <strong>de</strong> esperança<br />

e otimismo. Isso era<br />

mais importante do que <strong>de</strong> fato<br />

ven<strong>de</strong>r algum produto. Também<br />

acredito que a digitalização, tanto<br />

dos canais <strong>de</strong> venda e comunicação,<br />

é irreversível”, diz.<br />

Futuro<br />

A nova era do varejo digital<br />

<strong>de</strong>ve trazer diversas oportunida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> serviços para os consumidores,<br />

novas formas <strong>de</strong><br />

comunicação e <strong>de</strong>safios para os<br />

profissionais <strong>de</strong> marketing. Porém,<br />

qual será o aprendizado<br />

que este período vai <strong>de</strong>ixar para<br />

o ‘novo normal’?<br />

“O investimento na reputação,<br />

na confiança e na seguran-<br />

Reprodução<br />

ça que o cliente tem com a nossa<br />

marca é o que tem feito a diferença<br />

neste momento. Observamos<br />

que os critérios dos clientes<br />

para <strong>de</strong>finir a loja prioritária<br />

passam muito por isso. Então,<br />

marcas que não reforçam estes<br />

pilares, que não transmitem<br />

confiança e não possuem algum<br />

tipo <strong>de</strong> elo com o consumidor<br />

estão sendo <strong>de</strong>spriorizadas.<br />

Este certamente é o legado que<br />

vai permanecer <strong>de</strong>pois da pan<strong>de</strong>mia”,<br />

reforça Silvana.<br />

Vela finaliza dizendo que vai<br />

levar uma cultura <strong>de</strong> entregas<br />

rápidas e vai <strong>de</strong>spriorizar processos<br />

longos <strong>de</strong> planejamento.<br />

“Observamos que os hábitos da<br />

socieda<strong>de</strong> mudam rápido e precisamos<br />

nos adaptar. A agilida<strong>de</strong>,<br />

que é tão vista em empresas<br />

nativas digitais, é algo que começa<br />

a entrar forte no varejo. A<br />

resiliência também é uma convicção<br />

importante que vamos<br />

levar. Observamos que em períodos<br />

<strong>de</strong> incerteza é importante<br />

ter um norte e se manter estável<br />

para conseguir enfrentar os <strong>de</strong>safios.<br />

Depois da pan<strong>de</strong>mia, as<br />

pessoas vão sair mais fortes e<br />

preparadas”, acredita o executivo<br />

do GPA.<br />

30 <strong>29</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2020</strong> - jornal propmark

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