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SCMedia News | Revista | Junho 2020

A revista dos profissionais de logística e supply chain.

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SCM Supply Chain Magazine 33<br />

começou também a entrar em quarentena, e<br />

muitos fornecedores da indústria automóvel<br />

tiveram de fechar. Apesar disso, não pararam<br />

a produção, o que lhes criou outro problema:<br />

perceber onde iriam armazenar tantos produtos.<br />

“Percebemos o quão interligadas as cadeias<br />

estão. Não é o tier 1, muita vezes, mas quando<br />

começamos a olhar para o tier 2 e o tier 3<br />

percebemos o quão longas as cadeias são”,<br />

comenta Sandra Augusto.<br />

Outro dos principais problemas foi a exposição<br />

cambial, uma questão não tão aplicável à situação<br />

vivida na Europa. O Brasil e a Argentina, sofreram<br />

uma grande quebra no valor das suas moedas,<br />

real e peso, respectivamente, então todos os<br />

custos relacionados com trocas internacionais<br />

aumentaram significativamente.<br />

A logistics manager defende a tendência de<br />

procurar fornecedores mais próximos dos centros<br />

produtivos, em oposição à tendência que existia, e<br />

que tem sido bastante comum, desde economias<br />

de escala, compras centralizadas ou locais onde a<br />

produção é mais barata.<br />

Miguel Martins da Silva frisa que no início da<br />

pandemia houve algum pânico e as populações<br />

compraram de forma um pouco mais regular<br />

alguns medicamentos, e que a cadeia de<br />

abastecimento não estava preparada para fornecer<br />

os equipamentos de protecção nas quantidades<br />

necessárias e muitos sofreram grandes rupturas<br />

de stocks, mas defende que os distribuidores<br />

“responderam de forma exemplar”.<br />

Ao nível do e-commerce, o responsável da<br />

empresa na República Checa conta que “a procura<br />

excedeu a oferta múltiplas vezes”, e em alguns<br />

países onde o tempo de entrega médio era de 24<br />

horas, ou no próprio dia em serviços urgentes,<br />

chegaram a operar com entregas a nove dias.<br />

Ao fim de algumas semanas considera que o<br />

sector estabilizou, apesar dos maiores custos<br />

operacionais e da eficiência reduzida.<br />

“Vamos assistir a uma muito rápida evolução<br />

da digitalização das empresas e do comércio<br />

electrónico, porque muitas das barreiras<br />

comportamentais caíram agora e as pessoas não<br />

vão voltar ao retalho tradicional da mesma forma”,<br />

comenta Miguel Martins da Silva.<br />

Por sua vez, vindo dos Países Baixos, João<br />

Neves explica que ao contrário de muitas<br />

empresas que continuaram a produzir, a primeira<br />

medida que tomaram foi reajustar o potencial da<br />

procura às encomendas pendentes e negociar<br />

com os fornecedores quais as possibilidades de<br />

cancelamento de determinadas encomendas de<br />

modo a ajustarem-se à procura futura e passar a<br />

uma reorganização de sequência de encomendas.<br />

A aposta no transporte marítimo como<br />

preferencial, com maiores lead times, foi outra<br />

medida tomada, bem como a utilização do<br />

armazém dos seus fornecedores para armazenar<br />

produto acabado e de outros armazéns<br />

intermédios entre a saída do produto e o destino<br />

Percebemos o quão interligadas as cadeias estão. Não é o tier 1, muita vezes, mas<br />

quando começamos a olhar para o tier 2 e o tier 3 percebemos o quão longas as<br />

cadeias são”<br />

Sandra Augusto

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