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Entrevista
Antonio Castellano,
diretor de hotelaria
Por José Carlos Reis de Souza
“Somos uma
família de mais de
30 nacionalidades
diferentes e nós
acabamos aprendendo
a cultura e a origem de
cada país.”
E.V. - Há quanto tempo trabalha
na Companhia MSC Cruzeiros?
A.C. - Comecei a trabalhar com a
companhia MSC há nove anos atrás.
E.V. - Quando foi que tomou a decisão
de trabalhar na área marítima?
A.C. - Na realidade eu cursei para ser
professor de educação física. Quando embarquei
pela primeira vez há nove anos,
gostei do que estava fazendo e continuei
a carreira até chegar ao posto em que eu
estou atualmente, como diretor de hotel,
cargo máximo na parte de hotelaria.
E.V. - Como foi a sua primeira experiência
profissional em um navio?
A.C. - Como toda experiência, foi difícil,
como é para todas as pessoas, pela
primeira vez ficar longe de casa.
Quando embarquei da primeira vez,
não foi em um navio de cruzeiro e sim em
um navio que transportava mercadorias e
passageiros, e não foi o que eu tinha pensado
em fazer, pois eu gostaria de trabalhar
diretamente com o público, era o que
eu sempre almejei. Mas como era a minha
primeira experiência, trabalhava na cabine
com as mercadorias.
Depois passei a trabalhar diretamente
com os passageiros em navio de cruzeiro
e melhorando a capacidade profissional.
E.V. - Qual foi o seu primeiro cruzeiro
como profissional?
A.C. - O meu primeiro cruzeiro foi no
navio Rapzoide, pequeno e bonito, com
capacidade para 850 passageiros e 350
tripulantes. Este navio infelizmente já não
está mais com a companhia, ali eu tive a
certeza de que eu continuaria este trabalho.
Este cruzeiro que partia no mês de
fevereiro do Mediterrâneo, saía de Genova
e fazia o Egito. Nesta minha primeira
experiência peguei o mar agitado, foi maravilhoso
e ali eu tive a certeza de que eu
continuaria neste ramo de trabalho.
E.V. - Com relação à família, como
você consegue administrar?
A.C. - Com certeza a parte mais difícil
de nosso trabalho é ficar longe da família,
quando você escolhe viver no mar já sabe
que vai enfrentar um longo período de 11
meses longe.
Quando volto para tirar as minhas férias,
nem sempre consigo ficar um bom
tempo com a família, namorada e os amigos,
porque você quer pegar um tempo
para você.
E.V. - Como é o relacionamento
seu com a tripulação, sabendo-se
que existem diversas nações trabalhando
no mesmo espaço?
A.C. - É muito interessante nosso trabalho
com a tripulação porque somos
uma família de mais de 30 nacionalidades
diferentes e nós acabamos aprendendo a
cultura e a origem de cada país, tornando-se
muito legal conviver com pessoas
completamente diferentes de todo o
mundo, e realmente sempre acabamos
nos entendendo. Esta parte da comunicação
com a tripulação é uma das coisas
mais interessantes do navio, você acaba
aprendendo com todos, pois cada um
tem um pensamento diferente e temos
que ter muita paciência, principalmente
no meu cargo onde eu tenho a responsabilidade
do hotel, onde eu pego as 30
nacionalidades a bordo.
E.V. - Para finalizar, qual é o País
que mais lhe chama a atenção?
A.C. - De todos os lugares em que eu
tive a oportunidade de conhecer com o
cruzeiro, todos são maravilhosos, mas o
que eu adoro é a parte da América do Sul,
principalmente o Brasil, que é muito parecido
com o Sul da Itália onde eu nasci
e vivo, lugar onde as pessoas têm muito
calor humano e muita energia.
Toda a vez que eu venho ao Brasil,
sempre da à impressão de que é a minha
primeira vez.