Chicos 64 - 10.04.2021
Chicos é uma publicação literária que circula apenas pelos meios digitais. Envie-nos seu e-mail e teremos prazer de te enviar nossas edições. A linha editorial é fundamentalmente voltada para a literatura dos cataguasenses, mas aberta ao seu entorno e ao mundo. Procura manter, em cada um dos seus números, uma diversidade temática.
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Chicos
anos. O acervo de Pedro Dutra também se encontra
no arquivo. O de Landoes está com a família
do Galba. E o acervo de Pedro Comello foi
perdido na demolição da casa.
Na década de 70, começou a popularização da
fotografia. Câmeras portáteis, com foco fixo e
preços acessíveis começaram a fazer parte do
cotidiano da classe média. As fotos com distância
padrão (nem muito longe, nem muito perto),
com luz solar em ambientes abertos conseguiam
ficar razoáveis. As outras eram um desastre. Hoje,
vejo fotos dessa época postadas nas redes
sociais, com muito esforço conseguimos reconhecer
alguém. As Polaroids eram mágicas e
coisa para poucos. O filme era caríssimo. Mas
era impressionante ver, logo após o disparo, a
fotografia saindo de dentro da câmera, como um
parto assistido e esperado por todos.
Há quem diga que com a popularização, a
arte de fotografar perdeu o seu glamour. No início,
surgiram as câmeras portáteis de foco fixo,
depois, as de foco automático. Em seguida, apareceram
as câmeras digitais, onde a longa espera
pela revelação e, muitas vezes, a decepção foram
suprimidas. Hoje, há os smartphones, com
câmeras bastante sofisticadas dependendo do
seu preço. Há até um jargão que diz que com as
câmeras de filme, fazíamos doze fotografias e se
salvavam três. Com um filme de vinte e quatro
ou trinta e seis, salvavam de três a quatro. E hoje
com as câmeras nos celulares, fazemos mil
fotografias e se salvam de três a quatro do mesmo
jeito.
Essa fugacidade vem desde o advento do
filme colorido. Mesmo uma excelente fotografia,
após vinte anos as cores começavam a desbotar.
A fotografia em preto e branco, impressa em um
bom papel era eterna. Lembro-me de meu pai
falando de sua negociação com seu fotógrafo de
casamento. Reclamou do preço, para seu orçamento
curto. O fotógrafo lhe respondeu: tudo do
seu casamento passará. O momento, o vestido
da noiva, seu terno, as bebidas e comidas da festa.
Até mesmo os convidados. A única coisa que
permanecerá do seu casamento serão suas fotografias.
* Enzo Menta
Nasceu em Cataguases MG, pós-graduado em estudos literários - UFJF,
odontólogo, músico, compositor, contista e cronista. Mantem uma página
no Facebook Crônicas & Agudas
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