Chicos 64 - 10.04.2021
Chicos é uma publicação literária que circula apenas pelos meios digitais. Envie-nos seu e-mail e teremos prazer de te enviar nossas edições. A linha editorial é fundamentalmente voltada para a literatura dos cataguasenses, mas aberta ao seu entorno e ao mundo. Procura manter, em cada um dos seus números, uma diversidade temática.
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Chicos
Os 125 anos do cinema - Dos irmãos Lumière
aos dias de hoje.
*Emerson Teixeira Cardoso
Quando pisei pela primeira vez numa sala
de cinema (Cataguases tinha duas) aos dez anos
de idade não sabia ainda que a primeira exibição
pública de imagens em movimento tinha acontecido
há 57 anos passados por obra e graça de
dois irmãos, os franceses, Louis e Auguste e que
tinham a duração de sessenta incríveis segundos
de projeção.
Talvez até mais que a invenção do aeroplano
que tantas disputas pelo título provocou, o
advento do cinematografo, como foi chamado
na ocasião, provocou um impacto que por si só,
justificaria as grandes comemorações que estão
acontecendo em todo o mundo pelos seus 123
anos, completados no último 28 de dezembro.
Mas, mesmo bem antes desta aventura aos 10
anos, em conversas apanhadas ao acaso entre
pessoas mais velhas e mais esclarecidas do que
poderia ser um menino naquele início dos anos
60 quando o rádio representava sozinho e regiamente
um sistema de comunicações (jornais e
livros não eram tão acessíveis à maioria da população)
eu já sabia da existência de uma engenhoca
ou qualquer coisa parecida que era chamada
de cinematógrafo.
A impressão mais forte dessa invenção fabulosa
ficou por conta de uma inusitada cena de
uma locomotiva avançando célere para cima de
uma desavisada e apavorada plateia. Teria certamente
o mesmo efeito em mim, não fora, no
meu caso, o filme exibido uma gostosa comédia
do então mais popular comediante brasileiro,
Amácio Mazzaropi, "Tristeza do Jeca" que diferente
da cena emblemática da locomotiva ou do
tumulto de operários trabalhando numa mina de
carvão, mostrava o nosso brasileiríssimo herói
caipira levando lenta e calmamente o seu humilde
carro de boi. Saí dali naquele dia certo de
que havia vivido uma experiência que iria guardar
por toda vida.
José Antonio Pereira, meu companheiro
aqui da "Chicos" foi quem, numa ótima crônica
do seu "Fantasias de Meia Pataca”, melhor definiu
a forte influência que o cinema exerceu em
nossa geração. "Somos de uma geração que viveu
a era da metáfora dentro dos anos cinzentos.
Cinema era nosso cordão umbilical com o
mundo. ... Somos todos cinematográficos. ”
"... Terminada a sessão sentávamos nos bancos
da praça numa coletiva ruminação do filme que
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