Os desafios do trabalho em um mundo híbridoflexibilidade no trabalho veio paraA ficar. E agora, mercado? Empresastêm pela frente desafios de lidar coma produtividade e pesquisas já apontamque o trabalho remoto provocoua queda na cooperação entre áreas, colaboradoresmais tempo conectados etransferência de conhecimento prejudicada.Com uma parte importante da sociedadejá vacinada e a retomada gradualdas principais atividades econômicas,uma série de dúvidas surgem nas corporaçõesquanto à volta do trabalhopresencial e a manutenção em partedo trabalho remoto. A tendência quese nota é a adoção de uma mistura dosdois modelos em uma forma de trabalhohíbrido, que cria novos desafiospara as empresas e suas lideranças.A flexibilidade no trabalho veio paraficar, assim como os desafios para lidarcom questões como produtividade, excessode trabalho e burnout, integraçãode novos profissionais ao ambiente detrabalho, relacionamento entre equipes,inovação e troca de experiências,que se colocam diante da nova gestãodo trabalho e devem ser resolvidas pelascompanhias o quanto antes."Ainda há pouco entendimento sobreo assunto e as empresas cometem errosbásicos como, por exemplo, deixar queos profissionais escolham quais dias dasemana vão para o escritório", afirmaCarlos Aldan, antropólogo, sociólogo,cientista político e CEO do Grupo26Kronberg, empresa especializada emdesenvolvimento de líderes.Segundo ele, quando isso acontece,80% dos profissionais escolhem ficarem casa às segundas e sextas-feiras, eapenas 18% escolhem trabalhar emhome office. Isso significa que de terçaà quinta feira haverá um enorme congestionamentonas áreas comuns dasempresas, como o que vivíamos antes,aumentando ainda mais a ansiedadedos profissionais na retomada das atividadespresenciais.Pesquisas internacionais recentes mostraramque de 70% a 80% das grandescorporações mundiais, entre elas Microsoft,Apple, Google, HSBC e Citibank,adotaram o trabalho híbrido, emum plano típico de 3 dias com trabalhopresencial e 2 dias de home office.É claro que todas as formas de trabalhotrazem vantagens e desvantagens, maspara o executivo da Kronberg o modelohíbrido representa uma grande compensaçãoentre os benefícios de estarno presencial como melhor inovação,maior criatividade, fortalecimento dacultura interna e senso de pertencimentocom os benefícios de não terque ir ao escritório como o conforto decasa, a convivência com a família e nãoperder tempo com deslocamentos.Estudos iniciais indicam que essa formade trabalho, além de deixar os colaboradoresmais satisfeitos, aumentarama produtividade em cerca de 5%.Por outro lado, tem desvantagens, pessoasem mais tempo de home officestem menor chance de serem promovidasque as presentes, porque no dia adia não são notadas e perdem a convivênciacom colegas e líderes.Segundo pesquisas com cerca de 16mil colaboradores da Microsoft, dedezembro de 2019 a junho de 2020, otrabalho remoto provocou a queda nacooperação entre áreas, colaboradoresmais tempo conectados e transferênciade conhecimento prejudicada. "Como distanciamento perdemos tambéma transferência e vivência das culturasdas corporações, corremos o risco desermos menos inovadores e criativos",ressalta Aldan.Aldan recomenda que ao contrário dacostumeira rapidez em se implementarmudanças, dessa vez, o trabalho híbridodeve ser instaurado com cuidado eobservando as experiências de outrasempresas para aprender com os acertose erros. "Estamos em uma corridalonga e teremos maior clareza sobre oque dá certo e errado ao longo de 2022e 2023", afirma ele. Apoio emocional,propósitos compartilhados, criação deconexões, engajamento, colaboraçãoe produtividade são elementos fundamentais,segundo ele, para as empresasobterem sucesso nesse novo ambiente."Tudo isso é mais um fator que reforçaa necessidade de uma mudançacultural dentro das corporações, quea Kronberg vem pregando há muitotempo, só se atinge com a mudança domindset dos seus líderes", conclui.Carlos Aldan é CEO do GrupoKronberg, Master Assessor em InteligênciaEmocional na Califórnia, foiMembro do Conselho Consultivo daHarvard Business Review, no EUA, eMBA pela Hull University, na Inglaterra.
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