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Revista Empresários Ediçao Especial Dezembro 2021

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O que é tokenização e quais cuidados que você deve ter – Por: Cássio Krupinsk é

CEO da BlockBR, fintech de digital assets e investimentos

Muitos investidores ainda não

sabem do que se trata, mas é

questão de tempo para se renderem a

estes ativos que já estão presentes em

diversas negociações mundo afora. Os

tokens cresceram em popularidade nos

últimos meses por trazerem mais segurança,

transparência e praticidade às

movimentações financeiras. É um movimento

tão importante que ganhou

até um nome: tokenização.

Hoje, é possível “tokenizar” diferentes

ativos, de clubes de futebol a obras de

arte, passando por ações, bens imóveis,

ativos tradicionais e, claro, dinheiro.

Mas, como toda novidade, é preciso

aprofundar o conhecimento e conhecer

todos os detalhes antes de entrar

para evitar possíveis problemas no futuro!

Confira os principais cuidados

sobre esse segmento cada vez mais importante

no cenário global:

O que é token?

Primeiro é necessário responder à pergunta

fundamental: afinal, o que significa

token? De forma resumida, é uma

representação digital de um ativo real,

ou seja, que existe no mundo físico.

Basicamente, é uma tecnologia baseada

em blockchain capaz de digitalizar

diferentes bens e patrimônios em “pequenas

partes” para facilitar a negociação

delas na web. Cada token é regido

por um smart contract (contrato inteligente),

que vai determinar as regras

específicas de funcionamento do ativo

digitalizado. Além disso, aqueles que

envolvem valores mobiliários, como

ações, precisam ser regulados por órgãos

públicos competentes.

Quais são os tipos de token?

Como as possibilidades de tokenização

são variadas, os tokens são classificados

em categorias de acordo com suas

funcionalidades e tipos de uso.

Atualmente, existem quatro grandes

grupos:

• Security Tokens: é a principal

categoria porque é associada a ativos

mobiliários, ou seja, aqueles capazes de

gerar rendas e que representam a posse

real de um bem (ou pelo menos parte

dele). Em suma: o usuário pretende ter

algum tipo de retorno financeiro em

sua negociação/aquisição. Ações, imóveis

e demais investimentos físicos se

transformam em security tokens.

Entretanto, é preciso ter atenção, porque

eles estão sujeitos à legislação que

rege as movimentações financeiras.

• Utility tokens: como o nome

em inglês sugere, ele tem alguma utilidade.

Não necessariamente possui um

valor monetário. É bastante utilizado

dentro de um ecossistema específico,

como o varejo, permitindo que os

usuários possam adquirir produtos ou

serviços por meio desses tokens, como

cupons de desconto, programas de engajamento

e fidelização, entre outros.

• Equity tokens: são bastante

utilizados no ambiente corporativo

e funcionam de modo semelhante às

ações. Com eles, empresas que precisam

de investimento negociam tokens

que concedem participação societária

e dão direito aos lucros futuros.

As regras, evidentemente, são definidas

nos contratos inteligentes e ajudam

a potencializar a busca por recursos financeiros.

• NFT: a sigla significa non-fungible

tokens, ou seja, representa um

ativo digital único que não pode ser

substituído, como normalmente ocorre

em negociações financeiras.

Assim, ele é bastante utilizado como

ferramenta de comercialização e proteção

de bens com propriedade intelectual,

como obras de arte, patentes e até

participações em clubes esportivos!

Quais são as vantagens dos

tokens?

Dois pilares garantem o crescimento

dos tokens e sua popularidade.

O primeiro deles é a maior liquidez

para os investidores e as empresas.

Afinal, a negociação é simples, rápida e

transparente, regida pelo contrato inteligente

e com ótimo retorno para ambas

as partes (tanto para quem compra

quanto para quem vende). Além disso,

é uma forma mais democrática de investimento,

permitindo que usuários

que não têm condições de aplicar em

ativos tradicionais possam comprar alguns

tokens – há modalidades que são

negociadas a partir de R$ 50.

E quais são os cuidados?

A tokenização está na moda por digitalizar

diferentes ativos, mas alguns cuidados

são necessários para evitar riscos.

A negociação de tokens pode até

ser simples, mas garantir essa digitalização

de ativos é um processo tecnológico

complexo. Para que determinado

bem possa se transformar em token, é

preciso fazer uma análise rigorosa de

documentos e de compliance.

Algumas categorias precisam ser reguladas

por legislação específica.

Portanto, desconfie de empresas que

prometem tokenizar tudo e escolha

fintechs que têm expertise e know-how

na área.

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