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Revista Empresários Ediçao Especial Dezembro 2021

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O que aprendemos sobre marketing com o apagão das empresas de Zuckerberg

– Por: Maria Carolina Bianchi de Avis Neves é coordenadora adjunta do Curso

Superior de Tecnologia em Gestão de Mídias Sociais e professora dos cursos de

Gestão de Mídias Sociais e Marketing Digital do Centro Universitário Internacional

UNINTER

queda do Facebook, Instagram

A e WhatsApp no dia 04 de outubro

já pode ser considerada histórica.

Apesar de acontecer com frequência,

geralmente as falhas mais longas registradas

duraram, até então, no máximo

duas horas, enquanto a do último dia 5

de outubro se estendeu por quase sete

horas, com as redes voltando à sua funcionalidade

lentamente.

As ações do Facebook (FB) – empresa

dona também das outras duas redes

sociais que apresentaram instabilidade

– tiveram 5,55% de queda na bolsa

de valores. Esse não é o único prejuízo

para a empresa que tem como principal

fonte de monetização a publicidade.

Tanto tempo fora do ar significa muitas

pessoas a menos clicando em anúncios

e muitas empresas que poderiam estar

investindo em publicidade e estão impedidas.

A situação se agrava quando

percebemos que a queda não foi só no

Brasil. Estados Unidos, Espanha, Alemanha

e Reino Unido tiveram as hashtags

#instagramdown e #facebookdown

no topo dos trendings topics do

Twitter.

Por falar em Twitter, a empresa usou a

rede social do passarinho para postar

uma declaração de seu empenho para

retomar o funcionamento das plataformas:

“Estamos cientes de que algumas

pessoas estão tendo dificuldades para

acessar o aplicativo do Facebook. Estamos

trabalhando para normalizar o

funcionamento o mais rápido possível,

e pedimos desculpas pelo inconveniente”.

E com tantas horas de instabilidade

surgem alguns problemas:

1) Muita gente migrou para aplicativos

alternativos e outras redes sociais. Isso

causa uma instabilidade por sobrecarga

nesses outros canais também. É

como um efeito dominó em que várias

ferramentas sofrem sobrecarga pelo

alto uso e podem falhar. Ou seja, enquanto

tudo não voltar ao normal será

comum perceber a instabilidade em diversas

ferramentas.

2) Surgem muitas fake news. Bastam

poucos minutos navegando na internet

para ver diversas notícias absurdas

e, até mesmo, uma live antiga do

Mark Zuckerberg sobre acusações. Ela

foi resgatada dando a entender que o

fundador do Facebook havia entrado

ao vivo para prestar esclarecimentos

sobre a queda. Também há pessoas dizendo

que o domínio www.facebook.

com está disponível para a compra, ou

que todos perderão seus seguidores e

publicações no Instagram, ou que no

final do dia aconteceria uma queda

de energia, entre outras diversas outras

informações não verificadas. Vale

lembrar: só acredite em informações

oriundas de canais de confiança e não

repasse mensagens apelativas sem verificar

antes.

3) Após a pandemia, muitos negócios

acabaram ficando reféns dessas redes

sociais para venderem. Tê-las fora do

ar por tanto tempo pode impactar a

economia como um todo. Significa

prejuízo para muitas empresas, dos

mais variados tipos e portes, e não perdas

apenas para o Facebook.

4) Ainda sobre as empresas dependerem

tanto dessas três redes, podemos

aprender que não podemos construir

um reinado em um terreno alugado.

Fica a dica: não dependa de apenas um

canal de vendas e de relacionamento

com seu público.

5) Como é a sua gestão de marca? O

fato exige, no mínimo, ponderação das

empresas que têm Facebook, Instagram

e WhatsApp como únicas fontes

de relacionamento com seus clientes.

Reflita: será que, se um dia as redes

sociais em que sua marca é mais forte

simplesmente sumirem, os seus seguidores

vão te procurar em outros

canais? Será que sentirão falta do seu

conteúdo? Será que sua marca será a

primeira a ser lembrada? Branding é

um trabalho de gestão de marca cada

vez mais importante.

6) Por falar em branding, o Telegram e

outros aplicativos mensageiros podem

perceber que servem como alternativa,

o famoso quebra-galho, e não como

opção principal. Sempre que o WhatsApp

sofre instabilidade ou tem alguma

queda aumentam as buscas pelo

Telegram, segundo o Google Trends.

Percebe-se que a rede não tomou o lugar

do WhatsApp, mas é cada vez mais

um substituto, a segunda opção. Isso

não é pouca coisa.

Por fim, a recomendação – e GRAN-

DE lição do dia – para todos os empresários

é que usem redes sociais e suas

ferramentas para construir um relacionamento

com seus clientes e possíveis

clientes, para fortalecer sua marca, não

apenas como uma vitrine para divulgação.

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