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O que aprendemos sobre marketing com o apagão das empresas de Zuckerberg– Por: Maria Carolina Bianchi de Avis Neves é coordenadora adjunta do CursoSuperior de Tecnologia em Gestão de Mídias Sociais e professora dos cursos deGestão de Mídias Sociais e Marketing Digital do Centro Universitário InternacionalUNINTERqueda do Facebook, InstagramA e WhatsApp no dia 04 de outubrojá pode ser considerada histórica.Apesar de acontecer com frequência,geralmente as falhas mais longas registradasduraram, até então, no máximoduas horas, enquanto a do último dia 5de outubro se estendeu por quase setehoras, com as redes voltando à sua funcionalidadelentamente.As ações do Facebook (FB) – empresadona também das outras duas redessociais que apresentaram instabilidade– tiveram 5,55% de queda na bolsade valores. Esse não é o único prejuízopara a empresa que tem como principalfonte de monetização a publicidade.Tanto tempo fora do ar significa muitaspessoas a menos clicando em anúnciose muitas empresas que poderiam estarinvestindo em publicidade e estão impedidas.A situação se agrava quandopercebemos que a queda não foi só noBrasil. Estados Unidos, Espanha, Alemanhae Reino Unido tiveram as hashtags#instagramdown e #facebookdownno topo dos trendings topics doTwitter.Por falar em Twitter, a empresa usou arede social do passarinho para postaruma declaração de seu empenho pararetomar o funcionamento das plataformas:“Estamos cientes de que algumaspessoas estão tendo dificuldades paraacessar o aplicativo do Facebook. Estamostrabalhando para normalizar ofuncionamento o mais rápido possível,e pedimos desculpas pelo inconveniente”.E com tantas horas de instabilidadesurgem alguns problemas:1) Muita gente migrou para aplicativosalternativos e outras redes sociais. Issocausa uma instabilidade por sobrecarganesses outros canais também. Écomo um efeito dominó em que váriasferramentas sofrem sobrecarga peloalto uso e podem falhar. Ou seja, enquantotudo não voltar ao normal serácomum perceber a instabilidade em diversasferramentas.2) Surgem muitas fake news. Bastampoucos minutos navegando na internetpara ver diversas notícias absurdase, até mesmo, uma live antiga doMark Zuckerberg sobre acusações. Elafoi resgatada dando a entender que ofundador do Facebook havia entradoao vivo para prestar esclarecimentossobre a queda. Também há pessoas dizendoque o domínio www.facebook.com está disponível para a compra, ouque todos perderão seus seguidores epublicações no Instagram, ou que nofinal do dia aconteceria uma quedade energia, entre outras diversas outrasinformações não verificadas. Valelembrar: só acredite em informaçõesoriundas de canais de confiança e nãorepasse mensagens apelativas sem verificarantes.3) Após a pandemia, muitos negóciosacabaram ficando reféns dessas redessociais para venderem. Tê-las fora doar por tanto tempo pode impactar aeconomia como um todo. Significaprejuízo para muitas empresas, dosmais variados tipos e portes, e não perdasapenas para o Facebook.4) Ainda sobre as empresas dependeremtanto dessas três redes, podemosaprender que não podemos construirum reinado em um terreno alugado.Fica a dica: não dependa de apenas umcanal de vendas e de relacionamentocom seu público.5) Como é a sua gestão de marca? Ofato exige, no mínimo, ponderação dasempresas que têm Facebook, Instagrame WhatsApp como únicas fontesde relacionamento com seus clientes.Reflita: será que, se um dia as redessociais em que sua marca é mais fortesimplesmente sumirem, os seus seguidoresvão te procurar em outroscanais? Será que sentirão falta do seuconteúdo? Será que sua marca será aprimeira a ser lembrada? Branding éum trabalho de gestão de marca cadavez mais importante.6) Por falar em branding, o Telegram eoutros aplicativos mensageiros podemperceber que servem como alternativa,o famoso quebra-galho, e não comoopção principal. Sempre que o WhatsAppsofre instabilidade ou tem algumaqueda aumentam as buscas peloTelegram, segundo o Google Trends.Percebe-se que a rede não tomou o lugardo WhatsApp, mas é cada vez maisum substituto, a segunda opção. Issonão é pouca coisa.Por fim, a recomendação – e GRAN-DE lição do dia – para todos os empresáriosé que usem redes sociais e suasferramentas para construir um relacionamentocom seus clientes e possíveisclientes, para fortalecer sua marca, nãoapenas como uma vitrine para divulgação.41