Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
18<br />
VISÃO JUDAICA agosto de 2007 Elul 5767 / Tishrei 5768<br />
OLHAR<br />
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○<br />
HIGH-TECH<br />
○<br />
Dispositivo futurista contra câncer<br />
A empresa israelense Immunarray desenvolveu<br />
um teste eletrônico para detectar<br />
o câncer de pulmão em seus<br />
estágios iniciais. Este tipo de doença<br />
é um dos mais devastadores, com cerca<br />
de 1,25 milhão de novos casos diagnosticados<br />
por ano. Mas o diagnóstico<br />
sempre é feito quando os sintomas<br />
já se manifestam e quase sempre é tarde<br />
demais. A empresa está trabalhando<br />
no “I-Chip”, um circuito integrado que<br />
contém moléculas biológicas ao invés<br />
de apenas circuitos eletrônicos. Este<br />
novo conceito, parecido com os equipamentos<br />
de “Jornada nas Estrelas”,<br />
poderá detectar várias doenças a partir<br />
do exame rápido de uma gota de<br />
sangue. O teste pretende ser de baixo<br />
custo. (Immunarray).<br />
Venda de US$ 2,5 bi em armas à Índia<br />
As Indústrias Aeroespaciais Israelenses<br />
(IAI) fecharam um acordo preliminar<br />
para fornecer à Índia, rival do Paquistão,<br />
mísseis antiaéreos no valor de US$<br />
2,5 bilhões. Concretizando-se, este será<br />
o maior contrato de exportação de material<br />
bélico de Israel. O presidente da<br />
empresa, Yitzhak Nissan, obteve da Índia<br />
o compromisso de comprar mísseis<br />
Barak-8, com alcance de 70 quilômetros,<br />
para a proteção a barcos e posições<br />
terrestres contra ataques aéreos.<br />
(Efe/Folha de S.Paulo)<br />
Soluções integradas da eWave<br />
Desde o segundo semestre de 2006 está em<br />
atividade em Curitiba, a subsidiária brasileira<br />
da empresa israelense eWave Software<br />
& Integration Solutions. Segundo Nimrod<br />
Riftin, gerente geral da eWave do Brasil, a<br />
empresa caracteriza~se como uma integradora<br />
de soluções na área de serviços nos<br />
setores bancário-financeiro, telecomunicações<br />
e médico-hospitalar, para grandes e<br />
médias corporações, além de atender a instituições<br />
governamentais. A empresa oferece<br />
projetos que vão desde o planejamento<br />
até a manutenção em três grandes áreas:<br />
Service Oriented Architecture - SOA (em português,<br />
Ar-quitetura Orientada a Serviços),<br />
integração de softwares e desenvolvimento<br />
em Weblogic utilizando tecnologia e knowhow<br />
trazidos de Israel. (eWave/Revista da<br />
Câmara de Comércio Brasil-Israel).<br />
Soluções integradas eWave - 2<br />
A eWave atua também em consultoria<br />
incluindo planejamento e definições de<br />
requerimentos de sistema de desenho de<br />
interface para o usuário, gráficos, análise<br />
e gerenciamento. Uma das primeiras<br />
grandes empresas a usar os serviços<br />
da eWave, que reduzem custos e facili-<br />
tam a construção de novas aplicações é<br />
a operadora de telefonia fixa e de banda<br />
larga para internet GVT, também de<br />
Curitiba. Atualmente a eWave já mantém<br />
um escritório em São Paulo, onde<br />
desenvolve projetos para dois grandes<br />
bancos da capital. (eWave/Revista da<br />
Câmara de Comércio Brasil-Israel).<br />
Diagnóstico de<br />
enfermidades em 20 minutos<br />
Uma nova invenção israelense promete<br />
revolucionar a medicina. Trata-se<br />
de um pequeno aparelho electrônico<br />
que diagnostica enfermedades ou seus<br />
sintomas em 20 minutos numa simples<br />
checagem. O equipamento custa entre<br />
7 mil e 15 mil dólares e foi inventado<br />
pelo dr. Alex Kanevsky (um imigrante<br />
judeu da Rússia) e se chama Medex<br />
Test. A checagem através do aparelho<br />
é indolor, não exige que o paciente<br />
tire a roupa e não tem nenhum tipo<br />
de radiação. Os pacientes ficam deitados<br />
vestidos enquanto um ‘lápis’ com<br />
um eletrodo é colocado num dedo da<br />
mão e outro no dedo do pé. Após uma<br />
leitura inicial é passada uma ‘corrente<br />
elétrica’ não prejudicial e faz-se nova<br />
leitura. O ´lápis’ conectado ao monitor<br />
de um computador qualquer, em<br />
poucos minutos dá ao médico um informe<br />
gráfico da circulação sanguínea,<br />
dos sistemas respiratório, da imunidade,<br />
da espinha dorsal e etc.<br />
(www.medexscreen.com).<br />
Diagnóstico - 2<br />
Segundo a empresa Medex Screen Ltd,<br />
localizada em Arad, um programa de computador<br />
processa a informação, indicando<br />
num gráfico não só se os 15 sistemas<br />
corporais estão funcionando bem, como<br />
também se há alguma desordem temporária<br />
nos órgãos internos, mesmo Numa<br />
etapa inicial. O Medex Test, segundo o<br />
co-fundador da empresa, Moshe Golan,<br />
integra efetivamente principios de<br />
neuroreflexologia e patofisiologia num<br />
aparelho que é simples de operar e provê<br />
resultados em 20 minutos. O aparelho foi<br />
aprovado pelo Ministério da Saúde, é<br />
seguro e pode ser usado tanto em crianças<br />
como em mulheres grávidas. Pode<br />
ainda ser operado por uma enfermeira ou<br />
um técnico após algunas horas de treinamento.<br />
A análise da informação e a<br />
interpretação, entretanto, só pode ser<br />
feita por um médico treinado num curso<br />
de 15 horas da Medex Screen. Várias clínicas<br />
particulares em Israel estão oferecendo<br />
testes a um custo entre 350 a 500<br />
shekels (70 e 120 dólares). A empresa<br />
também exporta o aparelho para vários<br />
países. (www.medexscreen.com).<br />
Contra Israel<br />
são mais felizes<br />
A noiva libertada - A.B.Yehoshua<br />
Companhia das Letras<br />
Pilar Rahola *<br />
Foi Manolo Vázquez Montalbán<br />
quem cunhou uma dessas frases que<br />
marca os palpites de uma geração.<br />
O “contra Franco vivíamos<br />
melhor”, que apontou<br />
como um dardo contra<br />
uma esquerda paralisada<br />
que não avançava mais<br />
além de sua adolescência,<br />
transformou-se na metáfora<br />
de um estado de ânimo.<br />
Ao fim e ao cabo,<br />
toda situação extrema é<br />
fácil de lidar, não em vão<br />
os bons e os maus estão<br />
definidos, algumas tristes<br />
vidas alcançam sonhos épicos, e a<br />
felicidade dos simples chapinhas<br />
nos territórios maniqueístas. Na<br />
atualidade, algum líder político ainda<br />
habita na frase de Manolo, e assim<br />
é com os policiais...<br />
Deixando Franco de lado, o certo<br />
é que a concepção ideológica do<br />
contra, parece cômoda nas explicações<br />
que obrigariam a uma complexidade<br />
intelectual que não se dá<br />
nestes tempos de pensamento fast<br />
food. E assim vemos como muitos<br />
conflitos se medem em função das<br />
lentes antiamericanas e antiisraelenses<br />
que marcam a visão da esquerda<br />
autêntica. Contra os Estados Unidos<br />
vivem tão bem estes solidários de<br />
meia-tigela, que só lhes preocupam<br />
os conflitos onde as listras e estrelas<br />
ou a estrela de David ondeiem ao<br />
vento. E assim, morrem aos milhares<br />
VJ INDICA<br />
em Darfur, porque não interessam os<br />
assassinatos do fundamentalismo do<br />
Sudão. Ou o horror das mulheres<br />
oprimidas do islã. Ou as guerras da<br />
África esquecida.<br />
Agora volta o horror ao<br />
Líbano, e as notícias explicam,<br />
com surpreendente<br />
delicadeza, os movimentos<br />
do Exército libanês.<br />
Sou dos que estão encantados<br />
de que o Líbano acabe<br />
com o santuário terrorista<br />
financiado pela Síria<br />
e o Irã. Mas me chama a<br />
atenção que essa delicadeza<br />
não se desse quando Israel<br />
entrou no Líbano para<br />
a mesma coisa: acabar com um Hezbolá<br />
armado até os dentes, que ameaçava<br />
sua integridade. Se Israel se<br />
defende, é culpado. Se atacar, é culpado.<br />
Quando morrem os seus, são<br />
culpados. Quando matam, são culpados.<br />
É que existe o progressista<br />
que explica o mundo em função da<br />
maldade israelense, e quando não se<br />
enquadra, inventa-a. Disse um sábio<br />
faz tempo: para que preocupar-se<br />
com a realidade, se alguém é dono<br />
de um bom preconceito.<br />
* Pilar Rahola é conhecida<br />
jornalista, escritora e tem<br />
programa na televisão espanhola.<br />
Foi vice-prefeita de Barcelona,<br />
deputada no Parlamento Europeu e<br />
deputada no Parlamento espanhol.<br />
Tradução: Szyja Lorber.<br />
LIVRO<br />
A.B. Yehoshua apresenta neste livro a saga de Rivlin,<br />
professor orientalista, especializado na história da Argélia,<br />
cujo conhecimento dos árabes provinha sempre de<br />
fontes indiretas. Convidado para o casamento de uma<br />
aluna árabe tem a chance de observar mais de perto seu<br />
objeto de estudo, e de reavivar as feridas abertas pelo<br />
fim do casamento de seu filho. A partir da notícia da<br />
morte do ex-sogro do filho, que o leva a prestar condolências<br />
à família do falecido, Rivlin inicia duas investigações<br />
- uma acerca da cultura árabe vizinha, agora,<br />
porém numa espécie de desajeitada pesquisa de campo,<br />
em passeios nos quais é conduzido por um rapaz árabe; e outra acerca<br />
do motivo que levou ao desfecho do casamento do filho. Se nos territórios árabes ele<br />
é sempre bem recebido, a investigação no âmbito familiar lhe rende aborrecimentos<br />
- a mulher e o próprio filho, que mora em Paris, lhe pedem insistentemente que<br />
desista, e o filho chega mesmo a ameaçar um rompimento se o pai não parar com os<br />
questionamentos. Equilibrando-se entre a necessidade de saber e a de respeitar<br />
limites, o professor acaba encontrando uma saída para a estagnação intelectual em<br />
que se encontrava. Unindo todas as pontas, é à aluna que o convida para o casamento<br />
que ele recorre para analisar textos literários árabes; e é a própria ex-nora que,<br />
indo ao seu encontro, acaba por libertá-lo daquela busca.