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George Chaya *<br />
VISÃO JUDAICA agosto de 2007 Elul 5767 / Tishrei 5768<br />
A recompensa da paz com Israel<br />
George Chaya *<br />
estas horas maneja-se informação<br />
muito sensível nas<br />
mais altas esferas do governo<br />
libanês, que implicaria<br />
em mudanças nas posições do<br />
passado do primeiro ministro<br />
Fouad Siniora. O fato se refere às conversas<br />
avançados entre líderes libaneses<br />
dos setores drusos, cristãos e sunitas<br />
que pediram ao Primeiro-Ministro<br />
uma ação chave e uma mensagem<br />
muito firme no processo de estabilização<br />
e se relaciona com esboçar um<br />
“acordo de paz com Israel”.<br />
Um acordo de paz com Israel é<br />
algo imediato que deveria fazer o<br />
governo de Siniora, segundo as respostas<br />
a consultas de parlamentares<br />
libaneses com funcionários da Jordânia<br />
e a Chancelaria saudita após a<br />
cúpula de Riad do final de abril. Deve<br />
estar motivado na honra, na sinceridade<br />
e no sentido comum e trazer uma<br />
clara mensagem à comunidade internacional<br />
isolando ainda mais os opositores<br />
internos que desejam derrocar<br />
o governo. O Líbano precisa terminar<br />
de uma vez por todas e de forma<br />
permanente com esse conflito em<br />
vão ao qual o empurraram em nome<br />
do absurdo as forças contrárias à civilização.<br />
No Líbano perdemos mais<br />
de 50 anos de nossas vidas, nosso<br />
Jornalista árabe culpa a Síria e o Irã pela falta da paz no Oriente Médio<br />
mais brilhante potencial humano<br />
emigrou ou foi arrasado e o país hoje<br />
se encontra numa crise quase terminal<br />
lutando por sua vida.<br />
A paz com Israel traria importantes<br />
recompensas e benefícios ao Líbano.<br />
Estabilizaria permanentemente<br />
ambas sociedades, avalizaria e fortaleceria<br />
os libaneses no campo internacional<br />
e na segurança interna.<br />
Descobriríamos um vizinho democrático<br />
e uma cultura rica pretensamente<br />
proibida para nós pelos tiranos<br />
regionais por mais de meio século.<br />
Por que devemos considerar os israelenses<br />
como inimigos quando várias<br />
de nossas gerações anteriores não trataram<br />
com eles e portanto não os conheceram?<br />
Precisamos romper as cadeias<br />
que aprisionaram as mentes dos<br />
políticos e os dirigentes sectários do<br />
passado que não serviram lealmente aos<br />
interesses nacionais libaneses, porém<br />
semearam em nossa terra a semente<br />
do ódio e os doutrinamentos da arcaica<br />
“cortina de ferro” árabe. Precisamos<br />
avançar juntos motivados em nosso interesse<br />
nacional e o desejo genuíno de<br />
encontrar a paz. Como o fizeram o Egito<br />
e a Jordânia no passado.<br />
A paz com Israel, acompanhada de<br />
avanços nos níveis da democracia na<br />
política interna e nos direitos humanos<br />
significaria a entrada do Líbano<br />
na União Européia em pouco tempo,<br />
talvez antes da Turquia. Isso colocaria o<br />
país sob o guarda-chuva da proteção militar<br />
da OTAN e traria permanente estabilidade<br />
e prosperidade à situação interna.<br />
Nada mais devemos observar como está<br />
prosperando a Europa Oriental e como hoje<br />
celebra e agradece a estabilidade proporcionada<br />
pela UE e a OTAN.<br />
A paz com Israel significaria a abertura<br />
de novos canais para nosso comércio<br />
a partir do sul do país, com e através<br />
de Israel, até a Jordânia e Egito, nações<br />
com suas fronteiras abertas e honrados<br />
acordos de paz com Israel, e dali, poderíamos<br />
comerciar com o Golfo e os mercados<br />
africanos.<br />
Um acordo de paz significaria a<br />
cooperação econômica, investimentos<br />
estrangeiros em grande escala, empresas<br />
de risco compartilhado, intercâmbios<br />
culturais, e um desenvolvimento<br />
econômico muito mais rápido<br />
e produtivo para o Líbano.<br />
Nossa civilização fenícia tem milhares<br />
de anos no exercício do comércio<br />
com maestria e êxito, e o que nos<br />
caracterizou foi sempre ser constantes<br />
empreendedores de projetos comerciais<br />
de sucesso.<br />
Nossa característica histórica baseada<br />
na destreza comercial nos garantiu<br />
o respeito e a amizade de todas as culturas,<br />
e nosso estilo honesto e aberto<br />
nos permitiu ganhar mercados e fazer<br />
boas relações com todos os povos através<br />
de nossa história milenar. <strong>Sem</strong> dúvida<br />
alguma a isto é o que deve retornar<br />
o Líbano no presente e deve ser<br />
fortalecido no futuro.<br />
A paz com Israel garantiria a mútua<br />
compreensão, apreço, tolerância e a cordialidade<br />
entre nossos povos. Poderíamos<br />
fazer mais e melhores laços de amizade<br />
com diversos países, inclusive trabalhar<br />
aliados no cenário regional pela<br />
paz global. Todas estas alternativas positivas<br />
e frutíferas, estão, não obstan-<br />
Raul Hilberg, que dedicou<br />
mais de meio século ao estudo<br />
do Holocausto, morreu aos<br />
81 anos, no início de agosto,<br />
informou a Universidade de<br />
Vermont (EUA).<br />
Judeu nascido em Viena,<br />
Hilberg ficou conhecido especialmente<br />
graças ao gigantesco<br />
estudo “A Destruição dos Judeus Europeus”,<br />
que descrevia como a Alemanha<br />
nazista construiu e operou a máquina<br />
de matar mais letal da história, que assassinou<br />
6 milhões de judeus.<br />
Quando começou sua pesquisa,<br />
logo após a Segunda Guerra Mundial,<br />
Hilberg era um dos poucos a se dedicarem<br />
com tanta paixão a esse tema.<br />
“Na comunidade judaica, o tópico era<br />
quase um tabu também”, disse Hil-<br />
te, ameaçadas pelo totalitarismo regional<br />
sírio-iraniano e seus executores locais<br />
do Hezbolá. O regime do presidente<br />
Assad sustenta que: “Não haverá paz<br />
para o Líbano a menos que eles voltem”.<br />
Pelo que parece, com os postulados da<br />
Síria e do Irã nenhuma paz libanesa-israelense<br />
poderá ser obtida a menos que<br />
a ditadura de Assad seja derrotada e<br />
seu regime seja levado à justiça pelos<br />
crimes cometidos contra a humanidade.<br />
A única esperança de paz para o Líbano<br />
pensando na Síria, fixa-se numa sociedade<br />
síria democrática que reconheça humildemente<br />
seu passado, peça perdão,<br />
se reforme e se comporte como vizinho<br />
decente, e não com este regime atual de<br />
quem se possa esperar tais condutas.<br />
Porém, mais além disso, é de se esperar,<br />
que os diálogos que ocorrem agora por<br />
no seio do governo libanês cheguem a<br />
uma decisão inteligente e razoável, a partir<br />
da qual o primeiro-ministro Fouad Siniora<br />
assuma suas responsabilidades históricas<br />
e outorgue ao povo libanês a oportunidade<br />
de viver em paz com Israel e<br />
com todos os povos democráticos da comunidade<br />
internacional.<br />
* George Chaya é licenciado em<br />
Direito, jornalista, professor e<br />
analista político internacional. É<br />
especialista em terrorismo e<br />
conflitos religiosos, conferencista<br />
titular da International Consulting<br />
in Politics Affaires on Middle<br />
Eastern and Hispanic America e<br />
especializado em Oriente Médio.<br />
Integra o Conselho Acadêmico de<br />
vários meios internacionais de<br />
comunicação. É membro fundador<br />
do Conselho Mundial da<br />
Revolução dos Cedros, consultor<br />
e assessor de governos da América<br />
Latina em matéria do<br />
Oriente Médio.<br />
Morre Raul Hilberg, pioneiro<br />
no estudo do Holocausto<br />
berg em 2004 à Reuters. “Fui<br />
adiante com meu trabalho a<br />
partir do final de 1948, quase,<br />
eu diria, como um protesto<br />
contra o silêncio.”<br />
A primeira versão do livro<br />
dele saiu em 1961, abordando<br />
em detalhes desde as raízes do<br />
anti-semitismo na Alemanha<br />
até as minúcias burocráticas do sistema<br />
de campos de concentração.<br />
Ele prosseguiu suas pesquisas nos<br />
vastos arquivos do Holocausto, mergulhando<br />
no que ele descreveu como<br />
“um gigantesco quebra-cabeças” que<br />
acabaria levando à ampliadíssima terceira<br />
edição, em 2003.<br />
Hilberg, que não era fumante, morreu<br />
de câncer de pulmão em Williston,<br />
Vermont.