You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Agora, Contos<br />
Maranhenses<br />
Sebastião Moreira Duarte<br />
O<br />
Maranhão é a terra dos poetas, proclama-se<br />
já por quase dois séculos. E não<br />
faltam nomes que acorrem ao chamado da<br />
nossa lembrança, de Gonçalves Dias a Ferreira<br />
Gullar.<br />
O Maranhão é também a terra dos grandes romancistas,<br />
bastando lembrar criadores como Coelho Neto, Aluísio Azevedo,<br />
Graça Aranha, e Josué Montello, para citarmos apenas<br />
figuras pinaculares da literatura em prosa produzida<br />
no Brasil.<br />
Mas entre a Poesia e a Prosa está o Conto, gênero difícil<br />
de definir (a ponto de Mário de Andrade, numa blague, ter<br />
dito que <strong>conto</strong> é aquilo que cada um chamar de <strong>conto</strong>) e<br />
ainda mais difícil de realizar: tem sido lugar-comum afirmar-se<br />
que o <strong>conto</strong> está para a literatura de ficção como o<br />
soneto está para a literatura em versos.<br />
Pois, em que pese tenham sido mestres do gênero diversos<br />
maranhenses como Artur Azevedo, Coelho Neto, Humberto<br />
de Campos, Josué Montello, José Sarney, Nagib Jorge<br />
Neto e tantos mais, o <strong>conto</strong> parece um gênero de cultivo<br />
menor, no Maranhão e em qualquer parte.<br />
Com este número, a revista <strong>Plural</strong> pretende oferecer ocasião<br />
de desfazer tal ideia: em coerência com o seu feitio, de<br />
4 / 76