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Prosa - Academia Brasileira de Letras

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Elvia Bezerra<br />

cuidado <strong>de</strong> fazer ressalva, entre parênteses, afirmando que penumbrista é uma<br />

“<strong>de</strong>signação feliz criada (ou quase) por Ronald <strong>de</strong> Carvalho”. 1<br />

No referido artigo <strong>de</strong> O Imparcial, o autor <strong>de</strong> Epigramas Irônicos e Sentimentais<br />

<strong>de</strong>fine assim o estilo <strong>de</strong> Ribeiro Couto:<br />

“A poesia verda<strong>de</strong>iramente nova, no Brasil, sofre as influências <strong>de</strong>ssa estranha<br />

sugestão da sombra e do silêncio... O brilho do mundo contingente não<br />

lhe encontra um eco favorável... Não é a pintura o que ela mais admira, senão<br />

a música, uma espécie <strong>de</strong> música muito especial, feita <strong>de</strong> sons velados,<br />

<strong>de</strong> surdinas, <strong>de</strong> tons menores, on<strong>de</strong> predomina a ressonância grave dos pedais.<br />

[...] Ribeiro Couto, no Jardim das Confidências, revela-se um mestre <strong>de</strong>ssa<br />

nova poesia.” 2<br />

Senhoras & Senhores<br />

As palavras <strong>de</strong> Ronald <strong>de</strong> Carvalho foram suficientes para que José Augusto<br />

<strong>de</strong> Lima, que escrevia sonetos parnasianos sob o pseudônimo <strong>de</strong> Paulo Moreno<br />

ou Paulo Geraldino, classificasse a poesia <strong>de</strong> Ribeiro Couto <strong>de</strong> penumbrista –<br />

afirma Brito Broca em artigo intitulado “Ribeiro Couto, Paulo Geraldino e a<br />

blague penumbrista”. 3 O nome pegou, e Lima, sob um dos pseudônimos, publicou<br />

vários poemas ridicularizando os <strong>de</strong> Couto na seção “Senhoras & Senhores”<br />

<strong>de</strong> O Imparcial, especialmente ao longo do ano <strong>de</strong> 1922. Em geral, as paródias<br />

terminavam com a informação entre parênteses: “(De um livro futurista.)” 4<br />

1<br />

Goldstein, Norma. Do Penumbrismo ao Mo<strong>de</strong>rnismo: o Primeiro Ban<strong>de</strong>ira e Outros Poetas Significativos. Coleção<br />

Ensaios 95, São Paulo, Ática, 1983, p. 10.<br />

2 a<br />

Síntese <strong>de</strong>sse artigo seria posteriormente incluída em Estudos Brasileiros. 2 série, Rio <strong>de</strong> Janeiro,<br />

Briguiet, 1931, pp. 69-77.<br />

3<br />

O artigo, localizado no Arquivo Ribeiro Couto, no Arquivo Museu <strong>de</strong> Literatura da Fundação Casa<br />

<strong>de</strong> Rui Barbosa (AMLB da FCRB), sem indicação da fonte <strong>de</strong> publicação, não consta da obra <strong>de</strong><br />

Brito Broca reunida em livro.<br />

4<br />

Na mesma coluna, em parte <strong>de</strong> 1921 e durante todo o ano <strong>de</strong> 1922, Geraldino anunciou um livro<br />

intitulado Badalo Inocente, em que reuniria os poemas publicados na coluna Senhoras & Senhores. A<br />

obra não é encontrada, provavelmente terá sido apenas mais uma <strong>de</strong> suas brinca<strong>de</strong>iras.<br />

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