15.04.2013 Views

Escritoras Mineiras: Poesia, Ficção e Memória - FALE - UFMG

Escritoras Mineiras: Poesia, Ficção e Memória - FALE - UFMG

Escritoras Mineiras: Poesia, Ficção e Memória - FALE - UFMG

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Como se pode ver, Lucia se propõe a um “fazer poético-reflexivo”,<br />

reconhecido para além dos traços determinados por uma escrita constituída<br />

de valor teórico-crítico. Transitar com leveza e sensibilidade entre o fazer<br />

crítico e o fazer literário é ofício árduo, que exige muita habilidade. E Lucia<br />

Castello Branco nos presenteia, ao dividir conosco, seus legentes, esse<br />

talento, essa leveza, essa sensibilidade presentes em seu texto.<br />

Diante disso, se Roland Barthes nos afirma que “o estilo tem sempre<br />

algo de bruto: é uma forma sem destinação, o produto de um impulso, não<br />

de uma intenção”, 6 podemos dizer que Lucia Castello Branco, ao oferecer<br />

ao menino, menina, e aos leitores diversos, seus impulsos, nos apresenta<br />

também o seu estilo de escrita, concebido pelo fulgor das coisas. E afirma:<br />

“esta é a escrita que o fulgor concebeu. O fulgor de minha paixão de<br />

legente, o fulgor de minhas experiências do vivido e do sonhado.” 7<br />

Referências<br />

BARTHES, Roland. O rumor da língua. São Paulo: Brasiliense, 1988.<br />

CASTELLO BRANCO, Lucia. Julia-toda-azul. 2. ed. Belo Horizonte: Vigília, 1996.<br />

CASTELLO BRANCO, Lucia. O fazedor de palavras. Belo Horizonte: Dimensão, 1996.<br />

CASTELLO BRANCO, Lucia. A falta. São Paulo: Record, 1997.<br />

CASTELLO BRANCO, Lucia. Desiderare. Belo Horizonte: RHJ, 1997.<br />

CASTELLO BRANCO, Lucia. Coisa de louco. Sabará: Edições Dubolso, 1998.<br />

CASTELLO BRANCO, Lucia. Livro de cenas fulgor. Belo Horizonte: Edições 2 Luas, 2000. Não paginado.<br />

CASTELLO BRANCO, Lucia. Nunca mais. 2. ed. Rio de Janeiro: Record, 2001.<br />

CASTELLO BRANCO, Lucia. O homem da lua de abril. Belo Horizonte: Editora Santa Clara, 2001.<br />

CASTELLO BRANCO, Lucia. A menina e a bolsa da menina. Rio de Janeiro: Lamparina, 2004.<br />

CASTELLO BRANCO, Lucia. Contos de amor e não. Rio de Janeiro: Lamparina, 2004.<br />

CASTELLO BRANCO, Lucia. A mendiga. Belo Horizonte: Edições 2 Luas, 2005.<br />

CASTELLO BRANCO, Lucia. O amor não vazará meus olhos. Belo Horizonte: Imprensa Oficial de<br />

Minas Gerais, 2006.<br />

6 BARTHES. O rumor da língua, p. 122.<br />

7 CASTELLO BRANCO. Livro de cenas fulgor.<br />

104 Estilo, poética e vida<br />

A dicção poética de Maria Esther Maciel<br />

Isabella Fernandes Pessoa<br />

Maria Ester Maciel de Oliveira Borges, literariamente Maria Esther Maciel,<br />

nasceu em Patos de Minas em 1963 e reside em Belo Horizonte desde<br />

1981, quando ingressou no curso de Letras da Universidade Federal de<br />

Minas Gerais. Seu nome foi uma homenagem às suas avós, Maria e<br />

Ester. Ela é poeta, ensaísta e professora de Teoria da Literatura na Universidade<br />

Federal de Minas Gerais, mestre em Literatura e doutora em<br />

Literatura Comparada, com pós-doutorado em Literatura Comparada pela<br />

University of London. Sua produção literária é bastante ampla: publicou<br />

vários artigos, ensaios e poemas em revistas impressas e eletrônicas do<br />

Brasil e exterior. Maria Esther é também tradutora de Octavio Paz e Peter<br />

Greenaway, além de responsável por uma rica crítica literária sobre os<br />

dois autores.<br />

A literatura chegou muito cedo na vida da escritora; logo após ser<br />

alfabetizada já lia estórias que a estimulavam ao reinventar das imagens.<br />

Leitora de Cecília Meireles, descobriu o prazer dos romances aos 11 anos. A<br />

poesia, conheceu primeiro através de Cecília Meireles e Vínicius de Moraes;<br />

em seguida, aproximou-se dos romancistas ingleses, sobretudo George<br />

Eliot, Jane Austen, Mary Shelley, e as irmãs Charlotte e Emily Brönte. Seu<br />

pai a incentivou nas leituras, chegando a abrir uma conta para ela em uma<br />

das livrarias de sua cidade. Aos 15 anos, publicou sua primeira novela em<br />

capítulos no jornal Correio Estudantil de Patos de Minas, inspirada nas<br />

narrativas de Sherazade, cuja história se passava nas arábias.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!