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Escritoras Mineiras: Poesia, Ficção e Memória - FALE - UFMG

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qualidade literária é o único levado em consideração na permanência ou<br />

exclusão de obras ao longo da história literária. À exceção do Dicionário<br />

crítico de escritoras brasileiras e algumas resenhas e artigos no Suplemento<br />

Literário do Minas Gerais – quatro ao todo –, não restam estudos críticos<br />

e/ou acadêmicos de fôlego sobre sua obra. Em texto de Ildeu Brandão para<br />

o Suplemento Literário em 1972, ele afirma que não é novidade Bárbara<br />

de Araújo angariar mais um prêmio – a menção é ao 3° lugar conquistado<br />

no Concurso Nacional de Contos do Paraná, em 1971 –, “porque Zilah tem<br />

como ‘hobbie’ ganhar prêmios literários”. 6 Ou seja, à época houve um<br />

reconhecimento da crítica, indício de que sua obra literária tem alguma<br />

relevância. Ao que parece, a literatura brasileira está carente de estudos<br />

mais aprofundados sobre escritores e escritoras nem tão conhecidos, mas<br />

nem por isso literariamente inferiores.<br />

Referências<br />

ARAÚJO, Bárbara de. Uma flor sobre o muro. Belo Horizonte: Edições O Cruzeiro, 1955.<br />

ARAÚJO, Bárbara de. A flor do tempo. São Paulo: Editora do Escritor, 1972. (Coleção do Escritor, v. 3).<br />

ARAÚJO, Bárbara de. E oferecerás a tua outra face. Belo Horizonte: Itatiaia; Rio de Janeiro:<br />

INL, 1972.<br />

ARAÚJO, Bárbara de. João Camilo de Oliveira. In: _____. E oferecerás a tua outra face. Belo Horizonte:<br />

Itatiaia; Rio de Janeiro: INL, 1972. Orelha.<br />

BRANDÃO, Ildeu. E oferecerás a tua outra face. Minas Gerais, Belo Horizonte, 11 maio 1972. Suplemento<br />

Literário, v. 7, n. 300, p. 11.<br />

CHEVALIER, Jean; GHEERBRANT, Alain. Dicionário de símbolos: mitos, sonhos, costumes, gestos,<br />

formas, figuras, cores, números. 21. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2007.<br />

COELHO, Nelly Novaes. Dicionário crítico de escritoras brasileiras: (1711-2001). São Paulo: Escrituras,<br />

2002.<br />

6 BRANDÃO. E oferecerás a tua outra face, p. 11.<br />

66 <strong>Ficção</strong> e poesia<br />

Maria Ângela Alvim:<br />

a poética da inquietude<br />

Na vida cultivou o amor pela arte, a paixão pela poesia, o desejo e o sonho<br />

de ver transformada a realidade social brasileira. Filha de Fausto Figueira<br />

Soares Alvim e Mercedes Costa Cruz Alvim e irmã mais velha de Maurício<br />

da Costa Cruz Alvim, Maria Lúcia Alvim, Francisco Soares Alvim e Fausto<br />

Alvim Júnior, Maria Ângela da Costa Cruz Alvim nasceu na fazenda do Pouso<br />

Alegre, em Volta Grande, Minas Gerais, em 1º de janeiro de 1926, onde<br />

viveu os primeiros anos de sua infância. Sua ligação com a arte teria se<br />

dado desde muito cedo, no dedilhar das cordas do violão, no esboçar de<br />

gravuras e no arriscar dos primeiros versos.<br />

Morou ainda em Araxá, no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte, cidade<br />

em que inicia sua produção literária, publicando Superfície, de 1951,<br />

o único livro editado em vida. Encomenda ainda às freiras beneditinas, na<br />

capital mineira, a edição artesanal de um exemplar de Barca do tempo,<br />

livro que será publicado postumamente com Outros poemas, Poemas de<br />

agosto e Carta a um cortador de linho.<br />

Em Superfície reuniu 28 poemas breves, de dois, quatro, cinco, seis<br />

e alguns de oito versos curtos, sem títulos, “uma caderneta de campo de<br />

uma sensibilidade acesa”, como o definiu Alexandre Eulalio. 1 Em Barca do<br />

tempo, também há 28 poemas, só que mais extensos, predominando os<br />

sonetos, bem como em Outros poemas. Poemas de agosto apresenta uma<br />

peculiaridade, segundo depoimento de Francisco Alvim, irmão da poeta. O<br />

livro foi escrito durante o período de agravamento de uma doença nervosa<br />

1 EULALIO. Um estudo, p. 143.<br />

Kelen Benfenatti Paiva

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