UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO PRÓ ... - Unicap
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se inclinar sem criticar, questionar, contestar ou pensar a respeito de uma pertença<br />
social. No que toca a este assunto os relatos são expressivos:<br />
108<br />
O movimento do Metal é mais forte onde há mais opressão... se há um<br />
país pequeno onde a igreja dita as regras é comum que surjam<br />
movimentos de contestação... um grupo de pessoas que realmente<br />
pensa... e que não se permite ficar nas rédeas dos outros... pensando<br />
de acordo com o que os outros acham que é o certo. O visual fala de<br />
uma posição contrária ao que foi socialmente instituído e propõe uma<br />
atitude mais liberal diante da vida.<br />
(Minerva).<br />
A proposta é chocar mesmo [...] Para dizer que você é contra o que a<br />
sua família pregou desde que você era criança... contra o que a religião<br />
prega, porque ela te aprisiona com suas regras e dogmas... é uma<br />
forma de colocar-se contra o que foi instituído socialmente (Teseu)<br />
A respeito dos sistemas de representação (música, visual, atitude diante do<br />
mundo, etc.) utilizados pela Tribo urbana de metaleiros é possível afirmar que<br />
A representação inclui as práticas de significação e os sistemas simbólicos por<br />
meio dos quais os significados são produzidos, posicionando-nos como sujeito.<br />
É por meio dos significados produzidos pelas representações que damos<br />
sentido à nossa experiência e àquilo que somos. Podemos inclusive sugerir<br />
que esses sistemas simbólicos tornam possível aquilo que somos e aquilo no<br />
qual podemos nos tornar. A representação, compreendida como um processo<br />
cultural, estabelece identidades individuais e coletivas e os sistemas simbólicos<br />
nos quais ela se baseia fornecem possíveis respostas às questões: Quem eu<br />
sou? O que eu poderia ser? Quem eu quero ser? (WOODWARD, 2000, p.17)<br />
Dessa forma, a aparência, como um dos elementos dos sistemas de<br />
representação, desempenha para esta Tribo Urbana um papel identitário e contestatório<br />
fundamental. Para os jovens metaleiros a aparência revelaria um estado interior<br />
desconhecido ao ser humano, em que o preto representa a busca em se 'des-vendar' o<br />
que há de obscuro.