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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO PRÓ ... - Unicap

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laços de amizades com pessoas com quem se pode conversar sobre temas em comum.<br />

Neste sentido a Tribo Urbana parece cumprir a função de "[...] criar laços imaginários<br />

que permitam 'ligar' pessoas que, sem eles, seriam simplesmente indivíduos isolados,<br />

sem nenhum 'sentimento' de terem qualquer coisa em comum". (SILVA, T., 2000, p.85).<br />

As relações sociais estabelecidas a partir da pertencência a uma Tribo Urbana,<br />

transformam e afetam a construção da identidade adolescente, pois ela não é isolada,<br />

pronta e/ou imutável; ela é constituída a partir de um campo de forças em constantes<br />

movimentos que envolvem aspectos, psíquicos, fisiológicos, políticos, religiosos,<br />

culturais, sociais, institucionais, econômicos, dentre outros.<br />

Assim, a Tribo Urbana atua como mediadora dos processos de diferenciação e<br />

de identificação, indispensáveis á construção da identidade.<br />

A este respeito, afirma Critelli (1996, p. 122, grifo nosso):<br />

134<br />

Vivemos querendo ser o mais igual possível aos outros para podermos ser nós<br />

mesmos (identidade impessoal/ plural) e, ao mesmo tempo, querendo ser o<br />

mais diferenciado possível dos outros, para, também sermos nós mesmos<br />

(identidade/singular).<br />

Nesse processo, o adolescente se identifica com os demais; são modos, aparência,<br />

linguagem, afinidades, símbolos, dentre outros, que fazem com que ele se sinta parte<br />

de um todo maior que ele mesmo. Como ressalta Maffesoli (2006, p.11) "O tribalismo<br />

lembra, empiricamente, a importância do sentimento de pertencimento, a um lugar, a<br />

um grupo, como fundamento essencial de toda vida social".<br />

Através desse movimento de identificação é possível estabelecer, simultaneamente,<br />

um processo de diferenciação, ou de diferença, que permite dizer "quem sou" e "quem<br />

não sou".<br />

As identidades são fabricadas por meio de marcação da diferença. Essa<br />

marcação da diferença ocorre tanto por meio de sistemas simbólicos de<br />

representação quanto por meio de formas de exclusão social. A identidade,<br />

pois, não é o oposto da diferença: a identidade depende da diferença. Nas<br />

relações sociais, essas formas de diferença – a simbólica e a social – são<br />

estabelecidas, ao menos em parte, por meio de sistemas classificatórios.<br />

(WOODWARD, 2000, p. 39-40).

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