UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO PRÓ ... - Unicap
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Tribo, proposta por este sociólogo, possibilita uma compreensão acerca das relações<br />
estabelecidas no seio desses agrupamentos urbanos.<br />
O mundo estaria entrando numa fase tribal, uma volta a valores que a<br />
modernidade julgava enterrados. Na pós-modernidade, os homens estariam<br />
adotando um ponto de vista mais emotivo em relação ao mundo. Eles estariam<br />
dando lugar ao prazer e à emoção, resgatando uma sensibilidade diferente<br />
entre as novas gerações. A proposta de Maffesoli é a de que este novo<br />
paradigma venha substituir o paradigma do individualismo na compreensão da<br />
sociedade contemporânea, pois, ele está "baseado na necessidade de<br />
solidariedade e de proteção que caracterizam o conjunto social". Desta forma, a<br />
metáfora da tribo da qual o autor se utiliza nos permite dar conta do processo<br />
de desindividualização e da valorização do papel que cada pessoa (persona) é<br />
chamada a representar dentro da tribo. (MAFFESOLI, 2000, p.50 apud<br />
QUARESMA, 2005, p.86, grifo do autor).<br />
Considerando estes novos agrupamentos, Maffesoli (2006, p.35) propõe que as<br />
Tribos Urbanas se tornem objeto de estudos e pesquisas na medida em que é<br />
necessário problematizar: O que são as Tribos Urbanas? Quem são os seus<br />
integrantes? O que têm em comum? O que os une? Objetivam dizer algo através de um<br />
determinado visual? Dentre outros questionamentos.<br />
Sobre isto afirma que:<br />
[...] quando se fala do narcisismo, ele está no cerne de numerosos livros,<br />
artigos, teses, que abordam do ponto de vista psicológico, é claro, mas também<br />
histórico, sociológico ou político. É de certa forma um trajeto obrigatório para<br />
quem pretende contribuir com seu tijolo para a edificação de um saber sobre a<br />
modernidade. Isso, certamente, não é inútil. Mas cria problemas quando esse<br />
individualismo se torna, por força das circunstâncias, o abre-te sésamo<br />
explicativo de numerosos artigos jornalísticos, de discursos políticos ou de<br />
proposições moralistas. Todos eles, sem dar a mínima importância à prudência<br />
ou aos matizes eruditos, difundem um conjunto de pensamentos convencionais,<br />
e um tanto catastrofistas, sobre o ensimesmamento, sobre o fim dos grandes<br />
ideais coletivos ou, compreendido no seu sentido mais amplo, sobre o fim do<br />
espaço público.<br />
Não contrariando e/ou discordando do que muito já se falou (e ainda se fala) do<br />
individualismo/narcisismo, mas ampliando o sentido das coisas que nos cercam, é<br />
importante salientar que as Tribos Urbanas pregam a vivência dos espaços públicos e<br />
dos ideais e valores coletivos, a partilha de sentimentos e de outros modos de ser.<br />
Contrariamente àqueles que lamentam o fim dos grandes valores coletivos e a<br />
retração para o indivíduo, que, abusivamente, vinculam com a importância dada<br />
à vida quotidiana a nossa hipótese é, justamente, que o fato novo a destacar (e<br />
em desenvolvimento) parece ser a multiplicação dos pequenos grupos de redes<br />
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