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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO PRÓ ... - Unicap

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Também na Idade Média a adolescência não era concebida como é atualmente;<br />

a transição da infância para a idade adulta era caracterizada por uma cerimônia<br />

conhecida como barbatoria, como referência ao primeiro barbear do rapaz, em que o<br />

pêlo legitimava a transformação da criança em adulto. (LEPRE, 2007). Chama a<br />

atenção que não há, na literatura, referências históricas quanto a iniciação das meninas<br />

na idade adulta, o que, provavelmente, pode refletir o não-lugar das mulheres na cultura<br />

da Idade Média.<br />

Nesta mesma época, a adolescência estava incluída em uma das divisões das<br />

"idades da vida", categoria que, por sua vez, expressava uma das formas de se<br />

conceber o ser humano, ou seja, a partir da relação entre sua idade e, respectivamente,<br />

uma fase da vida:<br />

As "idades da vida" ocupam um lugar importante nos tratados pseudocientíficos<br />

da Idade Média. Seus autores empregam uma terminologia que nos parece<br />

puramente verbal: infância e puerilidade, juventude e adolescência, velhice e<br />

senilidade – cada uma dessas palavras designando um período diferente da<br />

vida. Desde então, adotamos algumas dessas palavras para designar noções<br />

abstratas como puerilidade ou senilidade, mas estes sentidos não estavam<br />

contidos nas primeiras acepções. De fato, tratava-se originalmente de uma<br />

terminologia erudita, que com o tempo se tornou familiar. As "idades", "idades<br />

da vida", ou "idades do homem" correspondiam no espírito de nossos<br />

ancestrais a noções positivas, tão conhecidas, tão repetidas e tão usuais, que<br />

passaram do domínio da ciência ao da experiência comum. Hoje em dia não<br />

temos mais idéia da importância da noção de idade nas antigas representações<br />

do mundo. A idade do homem era uma categoria científica da mesma ordem<br />

que o peso ou a velocidade o são para nossos contemporâneos. (ARIÈS, 1981,<br />

p. 33-34, grifo do autor).<br />

Apesar da utilização, na Idade Média, de termos que são usualmente<br />

empregados, tais como adolescência e juventude, seus sentidos divergem dos<br />

utilizados na atualidade. Em alguns aspectos, a adolescência, na Idade Média, seria a<br />

terceira idade do homem, compreendida entre os 14 a 28 anos, podendo se estender<br />

até os 30 ou 35 anos. A juventude era demarcada até os 45/50anos, significando "força<br />

da idade", para indicar que o sujeito, nesse período, se encontraria na plenitude de<br />

suas forças (ARIÈS, 1981).<br />

É só por volta do século XVIII que surgem as primeiras iniciativas de se definir a<br />

adolescência, mas esta ainda era confundida com a infância. Nas escolas fundadas por<br />

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