UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO PRÓ ... - Unicap
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cursando uma faculdade... é muito mais fácil você achar um metaleiro<br />
na Universidade do que um pagodeiro.<br />
Nossos pais chamam nossa música de barulho... de música de<br />
tumbeiro... de doido; só porque saímos de preto para virar a noite<br />
pensam logo que vamos nos drogar... ou participar de alguma orgia<br />
sexual... ou coisas do tipo.<br />
(Antígona)<br />
Eu acredito que este é o maior e mais forte preconceito que sofremos...<br />
se você gosta de Heavy Metal você é burro! As pessoas pensam assim!<br />
(Teseu)<br />
As narrativas refletem uma realidade pré-concebida por parte das pessoas que<br />
desconhecem o que é inerente ao mundo do Metal, pois, contrariando o senso comum<br />
que diz que os metaleiros são burros, vagabundos, sem-futuro, desocupados,<br />
drogados, dentre outras colocações pejorativas e desprovidas de um autêntico contato<br />
com a realidade, os jovens metaleiros se preocupam com suas existências, com seu<br />
futuro e investem; cursam uma faculdade e trabalham.<br />
Em um sentido diametralmente oposto ao que é preconcebido, o Heavy Metal<br />
estimula a busca por um conhecimento mais amplo sobre outras culturas, outros modos<br />
de ser, faz com que alguns procurem aprender a tocar um instrumento musical e, ainda,<br />
os estimula a aprofundarem seus estudos, a falar outros idiomas para entender melhor<br />
a temática que as músicas abordam.<br />
Portanto ao contrário do que pensam, sua música não é barulho, pois barulho<br />
nada diz; concordando com Maffesoli (2005, p. 142, grifo nosso):<br />
A época então se torna musical. Não uma música separada, em lugares e<br />
tempos determinados, dos lazeres e das recreações programadas, mas uma<br />
melodia envolvente, feita de imperceptíveis modulações, de gestos cotidianos<br />
e de sons da vida corrente, coisas que constituem a verdadeira arquitetura<br />
social, dão pleno sentido ao que partilho com outros e, magicamente,<br />
destilam essa pequena música específica pela qual se reconhecem os<br />
que as habitam e nelas investiram afetivamente.<br />
Nessa direção a música abre as portas para um mundo repleto de sentido e de<br />
possibilidades, tal como os relatos ilustram: