UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO PRÓ ... - Unicap
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A formação da identidade adolescente realiza-se, principalmente, através de<br />
conflito com a sociedade. Considerando que a moderna sociedade tecnológica<br />
enfatiza a conformidade e a institucionalização, idealiza a organização do<br />
homem, destrói a individualidade e entra em conflito com aquilo de que<br />
depende a autodefinição adolescente, naturalmente esta sociedade é<br />
amargamente hostil e destrutiva, em relação aos objetivos positivos da<br />
adolescência.<br />
Assim, em um sentido diametralmente oposto, a nossa cultura oferece muitas<br />
possibilidades de escolhas, mas, paradoxalmente, tolhe o adolescente de fazê-las;<br />
desejam um adolescente autônomo, mas lhe recusam esta autonomia. Apesar de toda<br />
uma amplitude de possibilidades oferecidas pela sociedade, ela impõe regras de<br />
conduta que têm por objetivo normalizar e normatizar o adolescente.<br />
Suprimir as contradições, esquivar o adolescente dos conflitos, ao invés de<br />
utilizá-lo como meio de desenvolvimento e compreensão de si mesmo. Padronizar e<br />
massificar o sujeito ao invés de cultivar as diferenças individuais, impossibilita ao sujeito<br />
poder desenvolver-se de uma forma livre e criativa, acarretando sofrimento,<br />
incompreensão e preconceito a esta etapa da vida. (BECKER, 2003).<br />
Neste ponto, faz-se necessário definir, de forma mais clara, o que seria<br />
identidade. No tocante a este tema a literatura aponta para dois sentidos: aquele que<br />
percebe a identidade como algo definido e definidor e outro, que concebe a identidade<br />
como algo fluido e passível de mudança.<br />
No tocante ao primeiro sentido Osório (1989, p.15) afirma que:<br />
A identidade é o conhecimento por parte de cada indivíduo da condição de ser<br />
uma unidade pessoal ou entidade separada e distinta dos outros, permitindo-lhe<br />
reconhecer-se o mesmo a cada instante de sua evolução ontológica e<br />
correspondendo, no plano social, à resultante de todas as identificações prévias<br />
feitas até o momento considerado.<br />
Neste caso, a identidade seria, resumidamente, a consciência que o sujeito<br />
tem de si mesmo como um “ser-no-mundo” e de sua realidade; é a criação de um<br />
sentimento interno de "próprio corpo" e da subjetividade que partem da representação<br />
de si-mesmo.<br />
Em um outro sentido, o sociólogo Stuart Hall (1999, p.13, grifo do autor)<br />
concebe a identidade como:<br />
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