UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO PRÓ ... - Unicap
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metrópole em que a expressão "tribos urbanas" geralmente é empregada de<br />
forma unívoca e acrítica, ela pode ser encontrada também, com diferentes<br />
graus de elaboração, em teses, livros e artigos acadêmicos. (MAGNANI, 2005,<br />
p. 3).<br />
Esta forma indiferenciada de contextualizar os variados movimentos juvenis pode<br />
ser observada principalmente quando tais grupos são atores de violência e agressão.<br />
Percebe-se, nesses casos, que estes agrupamentos são rotulados pejorativamente e<br />
sem um conhecimento mais aprofundado, de "Tribos Urbanas", contribuindo, assim,<br />
para a construção de uma visão negativa e repleta de preconceitos acerca das Tribos<br />
Urbanas propriamente ditas. Não se objetiva, com isso, negar os atos de violência<br />
praticados, na atualidade, por jovens, mas pretende-se alertar que a mídia provida de<br />
um conhecimento, muitas vezes superficial, lança sementes de desrespeito, preconceito<br />
e intolerância e que, em um futuro próximo, podem germinar como frutos de mais<br />
violência.<br />
Neste ponto do trabalho, com o intuito de tornar o tema em questão mais<br />
compreensível, faz-se necessário relatar, de modo breve, denominações e conceitos<br />
para outros modos de socialidade juvenil; Zaluar (apud TAKEUTI, 2002) tece<br />
considerações a respeito das gangues, ou quadrilhas, e das galeras.<br />
As gangues teriam sua origem nos movimentos étnicos juvenis nos bairros<br />
pobres dos Estados Unidos; tais movimentos eram permeados por conflitos violentos<br />
que envolviam posições hierárquicas e relações com organizações criminosas. No<br />
contexto contemporâneo brasileiro as ganges ou quadrilhas estão relacionadas,<br />
também, a movimentos agressivos, delinqüentes, com uma estrutura organizacional<br />
hierárquica e em muitos casos, ligadas à organizações criminais propriamente ditas.<br />
No caso das galeras, não há uma estrutura organizacional e nem estão,<br />
necessariamente, ligadas ao mundo do crime. Estas têm a função de possibilitar um<br />
"estar-junto" e os jovens podem, ou não, estarem envolvidos em atitudes lúdicas e/ou<br />
transgressivas.<br />
Esta explicitação não tem o intuito de atribuir um contorno romântico e idealizado<br />
às Tribos Urbanas no sentido de que nelas não há violência. Ao contrário, sabemos que<br />
a violência é um fenômeno social contemporâneo, mas o que se pretende enfatizar<br />
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