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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO PRÓ ... - Unicap

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A adoção desta metodologia encontra-se ancorada em Schimidt (1995/1996,<br />

p.10) que esclarece:<br />

A opção pela metodologia de relatos orais repousa na estreita relação existente<br />

entre experiência e narrativa. A experiência reporta a uma elaboração do fluxo<br />

vivido que ocorre, no tempo, pela sedimentação e incorporação constantes do<br />

diverso e do plural que compõe a vida de um indivíduo e a narrativa é a forma<br />

de expressão afinada com a pluralidade de conteúdos e a constante mutação,<br />

no tempo, característica desta elaboração. Dessa maneira, os relatos de um<br />

sujeito da experiência têm um estatuto de registro desta experiência: um<br />

registro que é, concomitantemente, ocasião de elaboração e transmissão da<br />

experiência.<br />

Posteriormente, as narrativas foram transcritas e, em seguida, literalizadas com<br />

o cuidado de preservar 'o que foi dito' e o 'como foi dito'; assim, a linguagem oral vestiuse<br />

de linguagem escrita, transformando-se em texto, permitindo que as narrativas<br />

tivessem visibilidade e pudessem ser veracizadas.<br />

Neste processo foi realizada a devolução dos relatos, com o intuito de que os<br />

participantes pudessem corrigir possíveis distorções e autorizar o uso do texto final<br />

nesta pesquisa. É importante ressaltar, ainda, que no trabalho de textualização, nomes<br />

mitológicos foram utilizados no lugar dos nomes próprios dos participantes, de forma<br />

que as identidades e intimidades destes pudessem ser preservadas, segundo preceitos<br />

éticos.<br />

A partir daí, iniciou-se um delicado processo de compreensão dos relatos, um<br />

inclinar-se sobre o que o Outro tem a dizer de si mesmo e de suas experiências,<br />

enquanto indivíduo e membro de uma sociedade.<br />

As narrativas foram compreendidas à luz da Analítica do Sentido, proposta por<br />

Dulce Critelli (1996), na qual, a partir de uma postura fenomenológica, propõe uma<br />

aproximação do real através da apreensão, diferenciação e expressão daquilo que se<br />

busca compreender. Ou seja, a partir do movimento fenomênico, em que o fenômeno 25<br />

desvela-se e oculta-se, não como oposição, mas como simultaneidade de<br />

possibilidades de mostrar-se. (CRITELLI, 1996)<br />

Para essa autora (1996, p. 53):<br />

A Analítica do Sentido deve poder apreender, distinguir, expressar aquilo que<br />

busca compreender, para além de sua tradicional face objética, e compreendê-<br />

25 Critelli (1996, p.67) esclarece que "Fenômeno é o ente mesmo trazendo-se à luz de uma iluminação".<br />

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