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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO PRÓ ... - Unicap

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capitalistas, mas sistemas de submissão muito mais dissimulados. [...] o que<br />

há é simplesmente uma produção de subjetividade. [...] uma produção da<br />

subjetividade inconsciente. [...] essa poderosa máquina capitalista produz,<br />

inclusive, aquilo que acontece conosco quando sonhamos, quando<br />

devaneamos, quando fantasiamos, quando nos apaixonamos e assim por<br />

diante. Em todo caso, ela pretende garantir uma função hegemônica em todos<br />

esses campos. [...] poderíamos chamar de "processos de singularização": uma<br />

maneira de recusar todos esses modos de encodificação preestabelecidos,<br />

todos esses modos de manipulação e de telecomando, recusá-los para<br />

construir modos de sensibilidade, modos de relação com o outro, modos de<br />

produção, modos de criatividade que produzam uma subjetividade singular.<br />

Uma singularização existencial que coincida com um desejo, com um gosto de<br />

viver, com uma vontade de construir o mundo no qual nos encontramos, com a<br />

instauração de dispositivos para mudar os tipos de sociedade, os tipos de<br />

valores que não são os nossos. (GUATTARI; ROLNIK, 2005, p. 22-23, grifo do<br />

autor).<br />

Nesse sentido, pertencer a uma Tribo Urbana poderia se constituir como<br />

dispositivo de insubordinação criativa, construindo, assim, "espaços de existir",<br />

"brechas existenciais", ou como dito pelos autores acima citados: "processos de<br />

singularização" 17 ; estes seriam espécies de fendas, no sistema instituído, que<br />

possibilitam outros modos de ser, dito de outra forma, modos autênticos de ser.<br />

Desde esta perspectiva, as Tribos Urbanas possibilitariam em meio à<br />

massificação do "ser", espaços propiciadores de outros modos de (se)ver, pensar e<br />

sentir entre semelhantes. Podendo ser um importante subsídio na edificação de uma<br />

identidade adolescente. Adotando-se o ponto de vista proposto por Woodward (2000), a<br />

respeito da identidade, é plausível afirmar que as Tribos Urbanas atuariam nos níveis<br />

social, simbólico e psicológico. A este respeito o autor afirma:<br />

O nível psíquico também deve fazer parte da explicação; trata-se de uma<br />

dimensão que, justamente com a simbólica e a social, é necessária para uma<br />

completa conceitualização da identidade. (WOODWARD, 2000, p.15).<br />

Neste sentido, a Tribo Urbana atuaria como possibilitador de processos<br />

identificatórios e estruturantes da construção da identidade, como fio condutor de<br />

sentimentos de pertença e reconhecimento.<br />

A respeito disto Friedenberg (apud CAMPOS, 1987, p.33) afirma que:<br />

17<br />

Sobre o termo proposto por Félix Guattari e Suely Rolnik (2005); para aprofundamento, recomenda-se<br />

o livro: Micropolíticas: cartografias do desejo.<br />

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