UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO PRÓ ... - Unicap
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tensão e turbulência; já o desenvolvimento cultural contínuo e gradual tenderia a<br />
proporcionar uma maior possibilidade de adaptação e acomodação no desenvolvimento<br />
do sujeito.<br />
A dificuldade, nessa fase da vida, de ingressar no mundo adulto, vai, portanto,<br />
além das mudanças físicas e psíquicas sofridas; parece haver, também, uma<br />
descontinuidade no processo de socialização e, diante disto, pode-se pensar que o<br />
adolescente tende a buscar mecanismos socializantes, como, por exemplo, as Tribos<br />
Urbanas, que lhe sirvam de suporte e facilitem o ingresso à vida adulta.<br />
São desenvolvidos, então, novos processos de socialização que diferem dos<br />
vividos na infância, pois, nesta fase, já é possível desenvolver relações interpessoais e<br />
comportamentos sociais mais autônomos e cada vez mais independentes dos pais e de<br />
outros adultos que os cercam. O desenvolvimento social envolve: relações sociais mais<br />
independentes das figuras paternas, autonomia, busca pelos pares e capacidade de<br />
adaptar-se a novos grupos sociais.<br />
No tocante às diferenças sociais (condições sócio-econômicas), pode-se,<br />
igualmente, dizer que elas influenciam o modo de vivenciar a adolescência. Segundo<br />
Becker (2003), adolescentes de diferentes classes sociais, numa mesma cidade,<br />
manifestam padrões de comportamento muito diversos. As possibilidades que a<br />
sociedade oferece a um adolescente de bom nível sócio-econômico e que teve uma<br />
estrutura familiar relativamente equilibrada, aliado a uma boa educação, são muito<br />
melhores se comparadas às que são oferecidas a um adolescente pobre, analfabeto,<br />
com pais desempregados, com vários irmãos, que precisa trabalhar para sustentar a<br />
família, para, pelo menos, não morrerem de fome. O autor afirma, também, que muitos<br />
adolescentes, devido a sua situação precária, se vêem obrigados a trabalhar.<br />
Nesta busca por um emprego muitas vezes são explorados por empregadores<br />
inescrupulosos, laboram excessivamente e não recebem o mínimo, necessário, para se<br />
manter dignamente. Sem nenhum direito trabalhista e sem, ao menos, ter condições ao<br />
descanso e ao lazer, pois estes exigiriam tempo e dinheiro disponíveis.<br />
Em parte, por falta de perspectivas, e freqüentemente, por necessidade, os<br />
jovens carentes podem terminar por seguir o caminho da criminalidade.<br />
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