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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO PRÓ ... - Unicap

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Do narcisismo e/ou individualismo muito já se pesquisou e se discorreu, o que<br />

trouxe, por certo, riquíssimas contribuições. Entretanto, é importante não "perder de<br />

vista" as nuances que a paisagem urbana oferece. Como também nos diz Maffesoli<br />

(2006, p.126): "Insistiram tanto na desumanização, no desencantamento do mundo<br />

moderno, na solidão que este engendra, que não conseguem mais ver as redes de<br />

solidariedade que nele se constituem".<br />

Sem dúvida, em meio a trágica realidade em que vivemos, crescem as redes<br />

grupais de solidariedade, formada por diferentes protagonistas a partir de motivações<br />

as mais diversas, dentre elas, a de buscar, entre semelhantes, modos de se identificar<br />

e de se diferenciar.<br />

No caso da adolescência, podemos afirmar que este sentimento é ainda mais<br />

necessário, uma vez que o jovem encontra-se destituído dos antigos "lugares" que<br />

outrora lhe traziam a plena sensação de confiança e em busca de "espaços" que o<br />

acolham e o reconheçam, legitimando-o como existente.<br />

O adolescente, em meio a um turbilhão de transformações, sente-se morador do<br />

"não-mais" e do "ainda-não" e isto é fator gerador de grandes angústias. Dito de outro<br />

modo, ele não é mais criança, mas ainda não é um adulto; ele encontra-se em um<br />

período de errância, admirado e exaltado por uns e cercado de incompreensão e<br />

preconceito por outros.<br />

A sociedade, de modo geral, parece realizar um movimento diametralmente<br />

oposto em relação à adolescência; ora desejando-a, fixando-se a ela; produzindo<br />

'adultescentes', através de imagens de consumo construídas a partir de roupas,<br />

acessórios, locais freqüentados e corpos modelados plasticamente na busca de uma<br />

juventude "eterna"; ora repelindo a adolescência (e os adolescentes), como se para<br />

evitar o contágio de uma doença grave da qual já se foi curado: a "aborrecência".<br />

Em meio a tantos movimentos incertos e contraditórios, provenientes de si<br />

mesmo e do meio que o circunda, o adolescente necessita de algo que possa lhe servir<br />

de "chão" (relativamente firme) nessa nova caminhada rumo a (re)construção de si<br />

mesmo; neste contexto, a Tribo Urbana mostra-se como uma possibilidade de oferecer<br />

sentimentos de pertença necessários aos processos de identificação e diferenciação<br />

entre semelhantes, necessários a construção da identidade adolescente.<br />

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