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Educação como Prática da Liberdade - Paulo Freire - Gestão Escolar

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socie<strong>da</strong>de em “partejamento”, ao lado dos economistas,<br />

dos sociólogos, <strong>como</strong> de todos os especialistas voltados<br />

para a melhoria dos seus padrões, haveria de ser a de uma<br />

educação crítica e criticizadora. De uma educação que<br />

tentasse a passagem <strong>da</strong> transitivi<strong>da</strong>de ingênua à<br />

transitivi<strong>da</strong>de crítica, somente <strong>como</strong> poderíamos,<br />

ampliando e alargando a capaci<strong>da</strong>de de captar os desafios<br />

do tempo, colocar o homem brasileiro em condições de<br />

resistir aos poderes <strong>da</strong> emocionali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> própria<br />

transição. Armá-lo contra a força dos irracionalismos, de<br />

que era presa fácil, na emersão que fazia, em posição<br />

transitivante ingênua.<br />

Estávamos e estamos convencidos, com Lipset, 48 de<br />

que “o aumento <strong>da</strong> riqueza não está somente relacionado<br />

com o desenvolvimento <strong>da</strong> democracia para alterar as<br />

condições sociais dos trabalhadores; na reali<strong>da</strong>de, ela<br />

atinge também a forma de estrutura social, que deixa de<br />

ser representa<strong>da</strong> <strong>como</strong> um alongado triângulo para<br />

transformar-se num losango com uma classe média<br />

sempre crescente. A ren<strong>da</strong> nacional relaciona-se sempre<br />

com os valores políticos e o estilo de vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> classe<br />

dominante. Tanto mais pobre seja uma nação, e mais<br />

baixos os padrões de vi<strong>da</strong> <strong>da</strong>s classes inferiores, maior<br />

será a pressão dos estratos superiores sobre elas, então<br />

considera<strong>da</strong>s desprezíveis, inatamente inferiores, na<br />

forma de uma casta de nenhum valor. As diferenças<br />

acentua<strong>da</strong>s no estilo de vi<strong>da</strong> entre aquelas de cima e as de<br />

baixo apresentam-se <strong>como</strong> psicologicamente necessárias.<br />

Conseqüentemente, os mais altos estratos tendem a<br />

encarar os direitos políticos dos mais baixos,<br />

particularmente o de interferir no poder, <strong>como</strong> coisa<br />

absur<strong>da</strong> e imoral”.<br />

Na medi<strong>da</strong>, porém, em que as classes populares<br />

emergem, descobrem e sentem esta visualização que<br />

delas fazem as elites, inclinam-se, sempre que podem, a<br />

respostas autenticamente agressivas. Estas elites,<br />

assusta<strong>da</strong>s, na proporção em que se encontram na<br />

vigência de seu poder, tendem a fazer silenciar as massas<br />

populares, domesticando-as com a força ou soluções<br />

paternalistas. Tendem a travar o processo, de que decorre<br />

a emersão popular, com to<strong>da</strong>s as suas conseqüências.<br />

48 Apud Lourenço Filho.<br />

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