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Untitled - Sociedade Brasileira de Estudos em Sexualidade Humana

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R.B.S.H. 9(1):1998<br />

Por sinal, a menstruação possuía um significado tão forte, que<br />

durante muito t<strong>em</strong>po algumas tribos da Austrália instituíram, no ritual da<br />

puberda<strong>de</strong> masculina, um ato sangrento - um corte perto do escroto - que<br />

concedia direitos s<strong>em</strong>elhantes aos rapazes a às raparigas púberes.<br />

Até então, o hom<strong>em</strong> não representava el<strong>em</strong>ento fundamental no<br />

processo reprodutivo e por isso o matriarcalismo imperava <strong>em</strong> algumas tribos.<br />

A supr<strong>em</strong>acia do macho, quando ocorria, se dava apenas pela violência<br />

a pela força física, buscando a mulher apenas no intuito <strong>de</strong> extravasar<br />

suas tensões. Como o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> coito era sist<strong>em</strong>aticamente o mo<strong>de</strong>lo<br />

primata, havia pouca chance da mulher obter orgasmo e a valorização<br />

das ná<strong>de</strong>gas era um gran<strong>de</strong> atrativo erótico. Daí, as Vênus pré-históricas<br />

possuír<strong>em</strong> ancas tão arredondadas e volumosas. Parece que ainda hoje, nós<br />

latinos, preservamos esse padrão <strong>de</strong> beleza, enquanto outros povos cultuam<br />

os seios.<br />

Aos poucos, porém, a conscientização do papel do hom<strong>em</strong>, na<br />

reprodução, foi surgindo. Inicialmente acreditavam na função mecânica no<br />

processo reprodutivo. R<strong>em</strong>anescência disso é a crença existente entre os<br />

povos BUKA das ilhas Salomão, que, <strong>em</strong>bora <strong>de</strong>sconhecendo o po<strong>de</strong>r criador<br />

do sêmen, acreditavam que a introdução do pênis na vagina era importante<br />

para a mulher ficar grávida.<br />

Tannahill, porém, afirma que foi quando o hom<strong>em</strong> se tornou pastor<br />

e observou o cruzamento dos animais, levando <strong>em</strong> conta a relação<br />

coito x gravi<strong>de</strong>z que fez o Hom<strong>em</strong> perceber seu extraordinário po<strong>de</strong>r<br />

reprodutor.<br />

Surgia aí o machismo e todo o império f<strong>em</strong>inino <strong>de</strong>caía. Todo o<br />

esqu<strong>em</strong>a se inverteu. Justificava-se a poligamia e a arrogância masculina.<br />

“Meus filhos”, “Minhas mulheres”, eram a tônica.<br />

As <strong>de</strong>usas f<strong>em</strong>ininas <strong>de</strong>ram lugar aos <strong>de</strong>uses masculinos e o culto<br />

ao pênis, como talismã contra a infertilida<strong>de</strong>, se tornou uma norma cultural.<br />

Em épocas diversas e <strong>em</strong> culturas diversas, o simbolismo do pênis<br />

<strong>em</strong> ereção t<strong>em</strong> sido a expressão do po<strong>de</strong>r.<br />

Esse fato t<strong>em</strong>, inclusive, infelicitado a vida <strong>de</strong> muitas pessoas,<br />

rotuladas <strong>de</strong> “impotentes” (s<strong>em</strong> po<strong>de</strong>r) pelo simples fato <strong>de</strong> portar<strong>em</strong> um<br />

distúrbio eretivo <strong>de</strong> qualquer dimensão. É como se todo po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> um<br />

hom<strong>em</strong> se concentrasse apenas numa resposta puramente reflexa. Daí,<br />

se diz comumente que a cabeça <strong>de</strong> um hom<strong>em</strong> funciona b<strong>em</strong> se o seu<br />

pênis t<strong>em</strong> bom <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho, enquanto que, para a mulher, a or<strong>de</strong>m é<br />

inversa.<br />

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