Untitled - Sociedade Brasileira de Estudos em Sexualidade Humana
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<strong>de</strong> “<strong>de</strong>ficiências” na conduta dos profissionais, pois também estes são atingidos<br />
pelo mesmo fenômeno.<br />
Nos últimos anos, um maior número <strong>de</strong> pacientes, buscam auxílio<br />
psicológico para a solução <strong>de</strong> transtornos no campo da sexualida<strong>de</strong>.<br />
Infelizmente ao fazê-lo se encontram já próximos à cronificação da conduta<br />
in<strong>de</strong>sejável, buscando no profissional soluções <strong>em</strong>ergenciais. Quando<br />
estas não ocorr<strong>em</strong>, se recusam a prosseguir com o tratamento. E quando<br />
não, na continuação do processo através da “negligência” do profissional<br />
<strong>em</strong> <strong>de</strong>ixar à marg<strong>em</strong> as queixas no tocante ao <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho sexual, são<br />
acompanhados por uma “<strong>de</strong>sagregação familiar” que vai se constituindo<br />
<strong>em</strong> novo probl<strong>em</strong>a, que muitas vezes se torna irreversível.<br />
A localização excessiva na etiologia dos transtornos sexuais, por<br />
<strong>de</strong>spreparo do profissional, e a consequente redução da atenção à queixa<br />
inicial, leva o paciente <strong>em</strong> muitos dos casos a buscar <strong>de</strong> processos alternativos<br />
os quais por sua vez dão orig<strong>em</strong> a novas condutas neurotizantes.<br />
Depois disso, ocorrendo um retorno ao profissional da psicologia, po<strong>de</strong>rá<br />
o paciente apresentar ainda um quadro sintomático mais acentuado.<br />
Fundamentação<br />
R.B.S.H. 9(1):1998<br />
Exist<strong>em</strong> vários enfoques para a compreensão dos transtornos da<br />
conduta sexual humana. No clássico Tratado <strong>de</strong> Psiquiatria, <strong>de</strong> Henri Ey<br />
(1978), esse fenômeno é atribuído a conflitos <strong>de</strong>correntes da fase do<br />
Complexo <strong>de</strong> Édipo. Dentro <strong>de</strong>ssa perspectiva, Joêl Dor (1993) afirma<br />
que a frigi<strong>de</strong>z é um sintoma da histeria f<strong>em</strong>inina. Sendo a histérica incapaz<br />
<strong>de</strong> encontrar um objeto com po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> anular os rastros <strong>de</strong> imperfeições<br />
<strong>de</strong> que é portadora, é acompanhada por uma in<strong>de</strong>cisão permanente,<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> as coisas mais banais às mais significativas <strong>de</strong> sua vida. Esse<br />
sentimento <strong>de</strong> incompletu<strong>de</strong> faz com que ela se lance na busca da perfeição,<br />
o que produz a convicção <strong>de</strong> uma permanente imperfeição. Na<br />
relação com seu parceiro, não lhe é possível o gozo, pois, só alguém que<br />
representa o falo (isto é, o parceiro <strong>de</strong> sua amiga, irmão ou um hom<strong>em</strong> que<br />
lhe é inacessível) seria capaz <strong>de</strong> lhe proporcionar a realização <strong>de</strong> seu <strong>de</strong>sejo.<br />
Quanto mais a histérica se queixa da insatisfação sexual, mais ofusca<br />
a segurança sexual do hom<strong>em</strong>, confirmando a crença <strong>de</strong>la <strong>de</strong> que <strong>de</strong>ve<br />
s<strong>em</strong>pre esperar por algo melhor. Ainda à luz <strong>de</strong>ssa compreensão, a<br />
impotência, por sua vez, ocorre a partir da percepção do histérico <strong>de</strong> que<br />
não é <strong>de</strong>positário do objeto fãlico <strong>de</strong>sejado pela mulher. Ao ser chamado<br />
à prova <strong>de</strong> sua virilida<strong>de</strong>, torna-se impotente como se estivesse afirmando:<br />
não tenho o falo. Já a ejaculação precoce, é o test<strong>em</strong>unho <strong>de</strong> um peri-